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    À CPMI, G. Dias fala sobre 8/1 e diz que “faria diferente”: “Teria sido mais duro na repressão”

    Ex-ministro do GSI afirmou ter sido induzido ao erro por informações divergentes de pessoas que trabalhavam com ele

    Flávio Ismerimda CNN , São Paulo

    Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, afirmou nesta quinta-feira (31), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que agiria de forma diferente e teria sido mais duro na repressão aos atos antidemocráticos em Brasília.

    Em sua declaração de abertura, antes dos parlamentares da comissão começarem a fazer perguntas, o general da reserva do Exército explicou a sua atuação no dia 8 de janeiro.

    “Tendo conhecimento da sequência dos fatos que nos levaram até aquelas agressões de vândalos e também da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do plano escudo aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis, militares e de segurança pública, seria mais duro do que fui na repressão. Faria diferente”, disse o ex-ministro.

    Na fala, G. Dias relatou ter sido conduzido a uma “má avaliação” por conta de “informações divergentes” da equipe que preparava o esquema de segurança antes dos atos.

    “Fui conduzido a uma má avaliação dos fatos por ter recebido informações de pessoas que trabalhavam comigo.”

    Em seguida, Gonçalves Dias citou os nomes de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cíntia Queiroz de Castro, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do general Carlos Penteado.

    “Informações divergentes culminaram em minha decisão de ter ido pessoalmente ver como estava o Palácio do Planalto [no dia 8 de janeiro]”, completou.

    Bloqueio da PM foi “permeável”, diz ex-GSI

    O ex-ministro declarou ainda que, ao ver os manifestantes se aproximando do Palácio do Planalto, pediu que a PMDF enviasse todo reforço que conseguisse reunir e, logo em seguida, assistiu os manifestantes romperem o último bloqueio.

    “Assisti ao último bloqueio da Polícia Militar ser facilmente rompido antes que os vândalos chegassem ao Planalto. Aquilo não podia ter acontecido. Só aconteceu porque o bloqueio da Polícia Militar foi extremamente permeável.”

    G. Dias contou que o Protocolo de Ações Integradas (PAI) previa a montagem de um bloqueio para revistas as pessoas na altura do Buraco do Tatu, onde fica a rodoviária e marca o início da Esplanada dos Ministérios.

    “O bloqueio do Buraco do Tatu foi feito. Entretanto, a revista prevista para ocorrer lá não foi feita. Os manifestantes romperam com facilidade o cordão de isolamento da PM e impediram a revista. Deveria existir depois daquele ponto um bloqueio total que impedisse o acesso à Alameda das Bandeiras e à Praça dos Três Poderes. Esse bloqueio aparentemente não existiu ou foi tênue, inexpressivo.”

     

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