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    Polícia prende falsos policiais que extorquiam vítimas em São Paulo

    Grupo usava intimações falsas, além de monitorar as vítimas após a fase inicial dos golpes

    Marcos Guedesda CNN

    São Paulo

    Três homens foram presos em flagrante pela Polícia Civil por fazerem parte de uma equipe de falsos policiais que se utilizava de uniformes, distintivos e armas para extorquir comerciantes em São Paulo.

    A ação ocorrida na terça-feira (9) foi desencadeada por policiais da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos), que já investigavam o grupo que usava o nome da delegacia e aplicava os golpes nas proximidades do prédio sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).

    De acordo com a polícia, os criminosos chegavam até alvos potenciais, se apresentavam como agentes, usando viatura descaracterizada e credenciais da polícia. Com um falso mandado de prisão em mãos, eles levavam as vítimas até as proximidades do DEIC e ofereciam a possibilidade de pagamento para que os supostos inquéritos não avançassem para eventuais pedidos de prisão.

    Distintivo falso usado por suspeito / Divulgação / Polícia Civil

    Ainda segundo a polícia, os agentes conseguiram identificar os suspeitos e o passo a passo dos golpes após um ataque na última semana. Na ação em questão, o grupo foi até a casa de um comerciante com o falso mandado em mãos. Na sequência, conversaram com os familiares da vítima e foram para a delegacia no carro deles, um Hyundai Creta, que pertencia à mãe do morador.

    Depois de fazerem as vítimas acreditarem no que na verdade era um golpe, já perto do prédio da polícia, os suspeitos pediram um valor – não revelado pela polícia – e advertiram as vítimas que se eles entrassem no prédio, o pagamento seria cinco vezes maior. A polícia também informou que durante o diálogo, os suspeitos chegaram a sugerir a venda do carro para quitar o débito.

    A ação dos suspeitos consistiu em liberar as vítimas para conversar com elas por aplicativo de mensagens e posteriormente combinar como receberiam os valores acertados. Eles também monitoraram as vítimas ao usarem um rastreador, que foi instalado no carro. A partir disso, foi feito um trabalho de investigação, que terminou na prisão dos suspeitos.

    A investigação revelou também que o grupo tinha uma estrutura caracterizada pela divisão de tarefas entre os membros, possuindo núcleo de “conteiros”, responsáveis pelo recebimento de valores, “operacionais”, que executam diretamente o arrebatamento e extorsão, “planejamento” e, até mesmo, “monitoramento” constante das vítimas alvos.

    O caso segue sob investigação e a polícia espera que outras vítimas formalizem denúncias semelhantes.