Ficar sentado 8 horas por dia pode aumentar as chances de derrame, diz estudo
Atividade física regular, dietas nutritivas e o tratamento de doenças como hipertensão e diabetes podem reduzir as chances de derrame
Adultos com menos de 60 anos que passam a maior parte de seus dias sentados têm um risco maior de sofrer um derrame (ou Acidente Vascular Cerebral- AVC) em comparação com aqueles que passam mais tempo envolvidos com atividade física, revelou uma nova pesquisa.
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Stroke, da American Heart Association, pessoas que relataram ficar sentadas oito horas ou mais por dia e que não faziam atividade física tiveram um risco sete vezes maior de ter um derrame do que pessoas que passaram menos de quatro horas paradas e pelo menos 10 minutos por dia se exercitando.
A análise considerou as informações de saúde de 143 mil adultos da Pesquisa de Saúde da Comunidade Canadense. Os cientistas acompanharam os participantes, que tinham 40 anos ou mais sem história anterior de derrame, por uma média de 9,4 anos.
“Acredita-se que o sedentarismo prejudique a glicose, o metabolismo lipídico, o fluxo sanguíneo e aumente a inflamação no corpo”, disse o autor do estudo, Raed Joundi, pesquisador clínico da Universidade McMaster em Ontário, no Canadá. “Essas mudanças, com o tempo, podem ter efeitos adversos nos vasos sanguíneos e aumentar o risco de ataque cardíaco e derrame”.
Dos 2.965 acidentes vasculares cerebrais (AVCs) registrados durante o período de investigação, 90% foram acidentes vasculares cerebrais isquêmicos. Esses são os tipos mais comuns de derrame, disse Joundi, e acontecem quando uma artéria que fornece sangue ao cérebro é bloqueada.
Se o derrame não for tratado rapidamente, as células cerebrais dessa área podem começar a morrer por falta de oxigênio, acrescentou.
Sinais de um derrame
Existem vários sinais que indicam que alguém pode estar tendo um derrame, disse Kerry Stewart, professor de medicina da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que não participou do estudo.
Os sintomas comuns incluem sensação de fraqueza nos braços, nas pernas ou no rosto, especialmente se a sensação for isolada de um lado do corpo, disse.
Fala arrastada e dificuldade em ver ou ouvir são outros sinais de que você pode estar tendo um derrame, de acordo com Stewart.
Se, de repente, você tiver uma forte dor de cabeça que não está relacionada a nenhum outro problema de saúde conhecido, isso também pode ser um sintoma de AVC, observou.
Como diminuir as chances de um AVC
Aumentar a atividade física e diminuir o tempo de sedentarismo pode ajudar a reduzir os riscos de derrame, disse Stewart.
As pessoas podem começar ficando mais tempo em pé e menos sentadas, observou ele, e fazer pequenas mudanças em sua rotina, como subir as escadas em vez de usar o elevador.
Os adultos devem fazer pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada, de acordo com a American Heart Association. Joundi afirmou que é ideal que essa atividade seja feita em períodos de mais de 10 minutos de cada vez.
“As atividades são consideradas de intensidade moderada quando você se exercita o suficiente para aumentar sua frequência cardíaca e suar, como caminhada rápida ou ciclismo”, disse.
Pesquisas anteriores mostraram que 10 fatores de risco potencialmente modificáveis, incluindo consumo de álcool, foram associados a 90% dos derrames, disse Joundi, então “90% dos derrames poderiam, em teoria, ser evitados se todos esses fatores de risco fossem eliminados em uma população”.
Para reduzir o risco de derrame, Joundi recomendou que as pessoas se concentrassem em mais do que apenas diminuir o tempo de lazer sedentário. “Melhorar a atividade física é apenas um componente importante da redução do risco de derrame, junto com uma dieta nutritiva, parar de fumar e diagnosticar e tratar condições como hipertensão e diabetes”, disse ele.
Texto traduzido, leia o original em inglês.