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    Reconvocação de Cid e depoimento de sargento: veja os destaques da sessão desta quinta (24) CPMI do 8/1

    Colegiado ouviu Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL)

    Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército, durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro
    Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército, durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro Agência Senado

    Da CNN

    A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro ouviu nesta quinta-feira (24) Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

    O militar participou dos atos criminosos de 8 de janeiro e foi preso durante as investigações de um esquema de falsificação do cartão de vacinação de Bolsonaro.

    Reis é apontado como responsável pela movimentação atípica de R$ 3,34 milhões entre 1º de fevereiro de 2022 e 8 de maio para o tenente-coronel Mauro Cid, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

    A sessão começou por volta de 9h30, indo até as 17h30.

    Veja também — Presidente da CPMI do 8/1 diz que vai pautar todos os requerimentos da oposição

    Requerimentos aprovados

    Foram aprovados requerimentos para acesso a dados de Zambelli e familiares, como do marido da parlamentar, Antonio Aginaldo de Oliveira — que é coronel da Polícia Militar do Ceará–, e do irmão dela, deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP).

    Esses requerimentos haviam sido apresentados pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

    Também foi aprovada a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Cid esteve na comissão no dia 11 de julho, mas preferiu ficar calado frente aos questionamentos dos parlamentares.

    Ele foi preso preventivamente em maio deste ano em uma operação que investiga a falsificação de dados de vacinação da Covid-19. O militar também é investigado no inquérito que apura a negociação ilegal de presentes diplomáticos recebidos por Bolsonaro.

    Além disso, foi aprovado acesso a dados do hacker Walter Delgatti Neto, que prestou depoimento ao colegiado na última quinta-feira (17).

    Ex-ajudante de ordens nega participação em esquema de cartão de vacinação e no 8 de janeiro

    O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis negou à CPMI ter envolvimento nos atos criminosos de 8 de janeiro, no esquema de falsificação de cartões de vacinação, e nas movimentações suspeitas para o tenente-coronel Mauro Cid.

    “Sobre o tema cartão de vacinação, jamais tive ou tenho envolvimento sobre suposto esquema de cartão de vacinação envolvendo o nome do ex-presidente, ou qualquer membro de sua família”, afirmou Reis.

    “Tenho a convicção de que ficará evidenciado que jamais contribuí para o vandalismo que sucedeu na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro. Não cometi qualquer ato de desrespeito à ordem emanada por integrantes dos órgãos de segurança pública e, sobretudo, que não financiei, planejei, coordenei, estimulei, instruí, dei suporte ou tomei parte de qualquer ato preparatório e executório”, acrescentou.

    “Apresentarei os devidos esclarecimentos com absoluta tranquilidade sobre as acusações levianas, fraudulentas, infundadas e improcedentes que me atingem”, completou o militar.

    Anteriormente, Reis declarou que, se assim achasse necessário, exerceria seu direito de ficar calado perante os questionamentos dos parlamentares.

    Sargento diz ter recebido visita do comandante do Exército

    O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis declarou à CPMI ter recebido a visita de oficiais do Exército na prisão. São eles:

    • Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército;
    • General Ricardo Piai Carmona;
    • General Roberto Escoto.

    Questionado pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Reis afirmou que nenhum parlamentar o visitou.

    Ele também afirmou ter recebido dinheiro emprestado de parentes e colegas da ajudância de ordens. Segundo Reis, ele pediu os empréstimos porque precisava pagar valores cobrados no cheque especial.

    Ex-ajudante de ordens explica transações feitas a Mauro Cid

    O sargento pontuou que uma transação financeira no valor de R$ 72 mil feita a Mauro Cid tem como origem a venda de um Toyota Yaris que pertencia ao tenente-coronel.

    Reis declarou ter anunciado o veículo do ex-ajudante de ordens em uma plataforma online.

    Questionado pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o militar afirmou ter pagado o conserto do carro da esposa de Cid após o veículo que ela dirigia ter sofrido danos ao passar por um buraco em Goiânia.

    Sargento diz que se arrependeu de ter subido rampa do Congresso no 8/1

    Luis Marcos dos Reis também ressaltou estar arrependido de ter comparecido aos atos criminosos de 8 de janeiro. De acordo com Reis, ele subiu a rampa do Congresso Nacional, tirou fotos e deixou o local em seguida.

    “As fotos estão no meu celular com a Polícia Federal (PF). Foi um momento impensado, me arrependi [de ter subido a rampa]”, disse o sargento.

    Ex-ajudante de ordens negou ter feito depósitos a Bolsonaro e ex-primeira-dama

    Questionado pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis negou à CPMI ter feito qualquer depósito nas contas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

    “Nunca fiz nenhum depósito, nem na conta da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, nem na conta do ex-presidente Jair Bolsonaro“, disse Reis.

    Luis Reis afirma ter pago boleto da escola da filha de Bolsonaro

    Questionado pelo deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA), o sargento do Exército disse à CPMI do 8 de janeiro ter feito o pagamento de um boleto do colégio da filha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    “Eu fiz um pagamento de boleto da filha do presidente do colégio que ela estudava”, declarou Reis, antes de ser interrompido.

    Reis permaneceu em silêncio ao ser perguntado se teria pagado o boleto com cartão ou dinheiro em espécie.

    Ex-ajudante de ordens diz que é primeira vez que é ouvido após ter acesso aos autos

    O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) também afirmou que foi a primeira vez que ele é ouvido após ter acesso aos autos das investigações em que ele é alvo.

    Após ser perguntado por Nikolas Ferreira (PL-MG), o sargento do Exército afirmou que, quando depôs à Polícia Federal (PF), sua advogada não havia tido acesso aos autos.

    Após ser chamado de “pizzaiolo”, Maia diz que colocará todos os requerimentos em votação

    O presidente da CPMI do 8 de janeiro, Arthur Maia (União Brasil-BA), afirmou que colocará todos os requerimentos em votação na próxima reunião do colegiado.

    Maia fez essa indicação após ser chamado de “pizzaiolo” pelo deputado federal Mauricio Marcon (Podemos-RS).

    “Seu nome, presidente, vai entrar na história como o pizzaiolo de uma pizza aqui na CPMI. O senhor tem poder para mandar busca e apreensão no Ministério da Justiça e nós ter acesso (sic) às imagens que essa CPMI, de forma democrática, aprovou”, colocou Marcon, fazendo referência ao requerimento aprovado pelo colegiado para que a pasta da Justiça envie imagens dos ataques contra as sedes dos Três Poderes.

    Marcon também reclamou que não estariam sendo pautados para votação requerimentos feitos pela oposição. Em seguida, Maia disse que o deputado não estava sendo justo, explicando que, sem acordo, não haveria aprovação devido o governo ter maioria na CPMI — em uma relação de três parlamentares para um, segundo o presidente.

    “Colocarei na próxima reunião todos os requerimentos em votação. E vocês decidem o que vai ser aprovado. E a responsabilidade dessa votação e a falta de acordo eu atribuiria a Vossa Excelência”, observou.

    “Não venha com essa conversa de pizzaiolo, não”, adicionou Maia.

    Em seguida, diversos parlamentares da oposição, incluindo Flávio Bolsonaro e Marcel Van Hattem, tentaram amenizar a situação e dialogar com Arthur Maia.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

    *com informações de Lucas Schroeder e Gabriel Ferneda, da CNN