Argentina x Colômbia: O que esperar da final da Copa América?
Duelo da confiança e experiência dos argentinos contra a força e entusiasmo dos colombianos
A final da Copa América de 2024 reúne pela primeira vez em um confronto decisivo equipes principais das seleções de Argentina e Colômbia. O jogo deste domingo (14), em Miami, promete ser um dos melhores confrontos dos últimos tempos.
A história joga a favor da Argentina. Em 40 confrontos, os atuais campeões mundiais somam 20 vitórias sobre a Colômbia, que venceu 9 vezes. Houve onze empates. O último confronto teve vitória da Argentina por 1 a 0, em fevereiro de 2022, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar.
A Colômbia sustenta a maior série invicta de sua história: 28 jogos. A Argentina chega à decisão com dez jogos sem perder (a última derrota foi para o Uruguai, por 2 a 0, em novembro de 2023, pelas Eliminatórias).
O que podemos esperar da final inédita?
A Argentina busca a supremacia continental. Caso vença, será a maior campeã da América, com 16 títulos. Os colombianos, que foram campeões sul-americanos em 2001, tentam a segunda conquista, 23 anos depois.
Em campo, Argentina e Colômbia foram times muito diferentes nesta Copa América.
Sem apresentar um futebol exuberante, a Argentina venceu todos os jogos na fase de grupos, empatou com o Equador nas quartas de final e bateu o Canadá na semi. A experiência de seus jogadores, somada à confiança adquirida com a conquista da Copa do Mundo e o entrosamento, fazem da equipe de Lionel Scaloni um adversário poderoso.
A oferta de talentos argentina é generosa. Messi dispensa apresentações e segue sendo um fator determinante. Não tem mais as arrancadas espetaculares, mas facilita o jogo com toques simples e diretos, graças à visão de gênio. O goleiro Emiliano Martínez, o Dibu, é uma fortaleza quase intransponível, inclusive nas cobranças de pênaltis. Rodrigo De Paul e Mac Allister comandam o meio-campo. No ataque, Julián Alvarez tem compensado o momento ruim de Lautaro Martínez. Ángel Di María se despedirá da seleção na final de domingo.
A Colômbia joga com intensidade admirável. Fisicamente, é o time mais bem preparado do torneio. Ao talento indiscutível com a bola, os colombianos adicionaram volúpia para marcar e buscar a recuperação da pelota. Na semifinal com o Uruguai, atuaram um tempo inteiro com um jogador a menos e continuaram marcando e correndo como se estivessem com onze em campo.
O comando técnico é de James Rodríguez, cuja dedicação ao selecionado colombiano contrasta com a má vontade demonstrada no São Paulo. A marcação e o ritmo de jogo são determinados por Richard Ríos, do Palmeiras, e Lerma, do Cystal Palace. Luís Díaz, do Liverpool, é um dos melhores atacantes da atualidade, e Córdoba e John Arias, do Fluminense, entregam intensidade e talento. O excelente lateral-direito Muñoz, expulso diante do Uruguai, será um desfalque importante.
A Colômbia tem o melhor ataque da Copa América, com 12 gols marcados – quatro a mais que a Argentina. Mas os campeões mundiais criam mais chances de gol, 22, e foram vazados apenas uma vez no torneio.
Os treinadores da final são argentinos. Lionel Scaloni é o atual campeão da América e do mundo, estando á frente da seleção argentina desde 2018. Jovem (46 anos) e discreto, trabalhava na equipe sub-17 e passou de interino a campeão mundial.
Néstor Lorenzo tem 58 anos e trabalhou durante muito tempo como auxiliar de um dos mais experientes e reconhecidos treinadores da Argentina, José Pekerman. Como treinador das categorias de base da Argentina, Pekerman ajudou a formar craques como Messi, Riquelme e Saviola. Lorenzo acompanhou Pekerman em sua passagem de sete anos pela seleção da Colômbia. Como treinador principal, trabalhou no Melgar, do Peru, antes de assumir a seleção colombiana.