Com histórico de recuos, Datena será lançado pré-candidato a prefeito de SP pelo PSDB nesta quinta (13)
Pesquisa Atlas/CNN em São Paulo aponta jornalista embolado na terceira colocação com outros três pré-candidatos
Com um histórico de recuos eleitorais no currículo, o jornalista José Luiz Datena (PSDB) será lançado pré-candidato a prefeito de São Paulo em cerimônia nesta quinta-feira (13).
Datena é, atualmente, apresentador do telejornal “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes. O calendário eleitoral determina que ele deve se afastar da TV a partir de 30 de junho caso deseje se lançar candidato em São Paulo.
Nas últimas quatro eleições – tanto gerais como municipais –, Datena desistiu de disputas em todas elas. Em duas, anunciou recuos no prazo final para se ausentar da TV.
Desempenho
Pesquisa Atlas/CNN divulgada em 28 de maio apontou Datena com 7,9% das intenções de voto na capital paulista, a mesma do também pré-candidato Kim Kataguiri (União).
Datena apareceu abaixo de Guilherme Boulos (PSOL), com 37,2%, Ricardo Nunes (MDB), com 20,5%, Pablo Marçal (PRTB), com 10,4%, e Tabata Amaral (PSB), com 9,9%.
Pela margem de erro – de 2 pontos percentuais para mais ou para menos –, Datena e Kim estão, junto a Marçal e Tabata, embolados na terceira colocação.
Mudança de partido
Datena chegou em abril deste ano ao PSDB, e já desconversando, em ato de filiação, sobre a hipótese de ser vice de Tabata – que estava presente na cerimônia.
“Eles que continuem conversando e que definam. Acho que tem que perguntar mais para os dirigentes”, afirmou Datena na ocasião, se referindo aos líderes de PSDB e PSB.
O jornalista estava filiado ao PSB desde dezembro, quando chegou ao partido na expectativa de ser o vice de Tabata na eleição municipal. Datena, porém, começou a pleitear que o queria, mesmo, era se candidatar ao Senado em 2026.
Foi nesse contexto que Datena chegou ao PSDB, já sinalizando a jornalistas que almejava, de fato, o Senado. “O futuro a Deus pertence”, declarou.
Com o tempo, porém, Datena foi convencido pela cúpula tucana sobre, enfim, se lançar à política. O presidente da legenda, Marconi Perillo, estará presente na cerimônia desta quinta, em São Paulo, assim como o deputado federal Aécio Neves e outras lideranças da legenda.
Relembre as desistências de Datena
2022: Senador por São Paulo
Em 2022, Datena se filiou nos últimos momentos da janela partidária ao PSC – hoje, incorporado ao Podemos – visando concorrer ao Senado por São Paulo.
O apresentador chegou a aparecer liderando pesquisas contra o hoje ministro do Empreendedorismo, Márcio França, e o hoje senador pelo Paraná Sergio Moro (União). Naquele pleito, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretendia que Datena fosse o seu candidato ao Senado por SP.
Entretanto, durante o “Brasil Urgente”, no dia do prazo final para deixar a TV, o apresentador anunciou sua desistência alegando hostilização de “certos grupos radicais”.
2020: Vice-prefeito de São Paulo
Dois anos antes, Datena, que era cotado para a vice de Bruno Covas, já havia desistido de ingressar na política alegando pedido da cúpula do Grupo Bandeirantes. Na época, Datena estava no MDB. Para o seu lugar, o partido acabou indicando o atual prefeito, Ricardo Nunes.
Assim como faria em 2022, Datena comunicou sua desistência no ar no dia do prazo final para deixar a TV.
2018: Senador por São Paulo
Datena, então filiado ao DEM – hoje, fundido com o PSL e atual União Brasil –, aparecia na frente nas pesquisas de intenções de voto para o Senado.
Eram duas vagas em disputas naquele ano, e ele aparecia ocupando o segundo posto, ficando atrás do petista Eduardo Suplicy (hoje deputado estadual).
Datena deveria ser o candidato ao Senado do então candidato tucano ao governo de São Paulo João Doria.
Na ocasião, Datena até chegou a se afastar da TV dentro do prazo do calendário eleitoral, mas voltou dias depois, comunicando sua desistência ao vivo no “Brasil Urgente”
“Eu pensei bem, refleti, conversei muito com a minha família, com Deus, com poucos amigos”, disse. “Achei que, desta vez, ainda não era a hora”, acrescentou.
2016: Prefeito de São Paulo
Em sua primeira desistência política, em 2016, Datena havia recém-ingressado às fileiras do PP.
Na época, a Operação Lava Jato estava no auge, com diversos quadros do PP envolvidos em denúncias e suspeitas sobre desvios na Petrobras.
A desistência de Datena, naquele ano, foi cedo: o apresentador anunciou que não concorreria em 18 de janeiro.
Um dia antes, foi revelado um desvio de R$ 358 milhões da Petrobras para o PP. Os números constavam em uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra um membro do partido.
“Não posso permanecer em um partido que tomou mais de R$ 300 milhões da Petrobras”, afirmou Datena na época, em programa em rádio do Grupo Bandeirantes.
O PP era o segundo partido da carreira de Datena. Antes, havia passado mais de duas décadas no PT, sem ter se lançado a algo. O PSDB é a 11ª sigla do jornalista.