Temporada de inverno na Europa: os melhores resorts para curtir temperaturas abaixo de zero

Picos nevados, montanhas entre as mais altas do mundo e atividades na neve fofa: seja na Itália, França ou Suíça, estâncias de inverno carregam um charme singular e nos oferecem um mix caprichado entre gastronomia e hospedagem

Daniela Filomeno em Courchevel, na França, uma das zonas de esqui mais famosas e charmosas do mundo
Daniela Filomeno em Courchevel, na França, uma das zonas de esqui mais famosas e charmosas do mundo Acervo pessoal

Daniela Filomenodo Viagem & Gastronomia

Separe os casacos e as botas de frio, pois a temporada de neve se aproxima – pelo menos no Hemisfério Norte.

Enquanto as temperaturas começam a subir pelos próximos meses no Brasil e em toda a parte Sul do mundo, o frio engatinha na porção superior do planeta.

E depois das dicas de onde curtir a temporada de inverno nos Estados Unidos, é chegada a vez da Europa.

Temporada de neve

Suíça, França e Itália estão entre os países que mais admiro no mundo. Mas além disso, algumas cidades e localizações destes incríveis territórios usufruem das temperaturas abaixo de zero para serem verdadeiros resorts na neve.

Grandes declives para a prática de esqui e snowboard parecem apenas detalhes nestes locais, já que gastronomia estrelada, hotéis supersofisticados e visuais arrebatadores nos esperam ao redor das montanhas.

Vale lembrar que as paisagens são tão impressionantes que até um ranking com os resorts de esqui mais bonitos da Europa foi realizado pela CNN internacional.

Seja em Zermatt, na Suíça, ou ainda em Courchevel, na França, as estações de esqui ainda ganham agito extra no après-ski, ou seja, no período pós-esqui, quando a animação toma conta dos restaurantes e dos centrinhos vivos com de lojinhas e galerias.

A temporada vai geralmente do final de novembro a abril e o melhor de tudo é que pode ser aproveitada de diferentes formas: seja a dois numa viagem mais romântica, seja com a família ou ainda com programação voltada para a criançada.

Assim, ainda que soe contraditório, o frio é o fator que nos aquece por aqui.

Seja aventureiro de primeira viagem ou não, também é sempre benéfico dar uma checada nas dicas do que levar na mala e na explicação de alguns termos relacionados aos esportes na neve neste pequeno guia prático.

Preparado? Então se agasalhe bem e viaje comigo nestas dicas de onde curtir a temporada de neve na Europa:

Courchevel, França

Considerada a capital mundial do esqui, Courchevel pulsa bem no meio do coração dos Alpes Franceses.

A estância foi criada justamente para ser um resort de esqui luxuoso e integra a região dos Les Trois Vallées (os Três Vales), em que fica na maior área esquiável interligada do mundo – que inclui também Val Thorens e Méribel.

A maioria dos picos fica acima dos 1.800 metros de altitude, ou seja, nos garante neve de qualidade durante toda a temporada de inverno, em que esquiamos com paisagens surpreendentes, com a montanha Mont Blanc ao fundo, por exemplo.

A área conta com mais de 600 km esquiáveis, 318 pistas e 170 lifts (teleféricos que levam os esquiadores), dividida ainda em quatro vilas: Courchevel 1300, Courchevel 1550, Courchevel 1650 e Courchevel 1850.

Cada número refere-se à altitude e o interessante é que a atmosfera muda a cada subida: enquanto 1550 é mais voltada às famílias, uma animação festeira embala Courchevel 1650 e, por fim, 1850 é lugar de hotéis 5 estrelas e centrinho repleto de lojas de grife.

Com essas informações, já conseguimos ter uma noção do que encontramos na área. Mas Courchevel vai além e surpreende amantes da gastronomia do mundo todo, já que o pequeno vilarejo francês corresponde a estação de esqui com a maior concentração de restaurantes estrelados pelo Guia Michelin.

O Le 1947, por exemplo, tem distinção de três estrelas Michelin, feito inédito nos alpes e também em toda a França. O restaurante fica dentro do Hotel Cheval Blanc, hotel superluxuoso em Courchevel 1850, e conta com um inigualável menu-degustação de sete tempos.

Além de ser possível realizar quase todas as modalidades de esportes na neve, também podemos ter um gostinho das montanhas do alto: passeios de parapente são feitos com acompanhamento de um profissional e sobrevoam o Col de la Loze, passagem de montanha nos Alpes Franceses a uma altitude de mais de 2.300 metros.

Daniela Filomeno em voo de parapente sobre o Col de la Loze / Acervo pessoal

E os baixinhos também têm diversão garantida em meio ao frio: são inúmeras as atividades voltadas para todas as idades que envolvem desde aulas de esqui, brincadeiras monitoradas na neve, entretenimento dentro dos hotéis e até um centro indoor aquático, o Aquamotion, com diversas atividades que os fazem até esquecer do frio.

Saiba mais sobre onde comer, ficar e encontrar os restaurantes mais animados de Courchevel aqui.

Zermatt, Suíça

Zermatt é uma cidade de cerca de apenas seis mil habitantes que carrega a essência dos Alpes Suíços.

Com cara de vila, o local nos presenteia com pitadas de romantismo e paisagens magníficas da Matterhorn, montanha que é protagonista dos Alpes e fica na fronteira entre Suíça e Itália.

Assim, Zermatt, a cerca de 1.600 metros de altitude, é a pedida certa para esportes na neve e espaços para práticas de esqui em diferentes níveis. Os aventureiros podem aproveitar os 360 km de pistas, que são divididas em variadas áreas.

Amantes do snowboard também têm uma área específica para a prática: o The Snowpark Zermatt, que possui vistas privilegiadas para a Matterhorn e fica aberto o ano todo, recebe de braços abertos todos os tipos de aventureiros.

O centrinho – que mais parece cenário de filme – tem diversos cafés, restaurantes, bares e lojas, e o charme fica bem nítido na rua principal, a Bahnhofstrasse.

O bacana é que os carros ficam em casa: o tráfego deles é proibido na cidadezinha (apenas alguns transportes elétricos dos hotéis são permitidos), o que faz de Zermatt um local propício para ser descoberto a pé.

As crianças também não ficam paradas por aqui: há até um mascote que as recebe na cidade, a Wolli, uma simpática ovelha. Aulas na neve, programação nos hotéis da cidade e áreas de neve voltadas para os pequenos são algumas das opções.

E caso queira ter um gostinho do lado italiano, o Theodul Pass, a uma altitude de mais de 3.200 metros, conecta Zermatt a Breuil-Cervinia, uma vila na região do Vale de Aosta.

Interlaken, Suíça

Além de ser uma das mais populares estâncias de esqui da Europa, Interlaken também mostra um encanto extra por suas ruas, construções e paisagens, já que a mais pura essência alpina está visível em todos os cantos.

Requinte, aconchego, bons restaurantes e hotéis se juntam para criar uma das áreas mais incríveis do país europeu – e de todo o continente.

Interlaken é o ponto de partida para as regiões de Kleine Scheidegg-Mannlichen, Grindelwald-First e Mürren-Schilthorn, que somam mais de 200 km de pistas de esqui para todos os níveis de dificuldade.

Pistas para trenós, trilhas invernais, saltos de paraglider, pesca e patinação no gelo também formam a programação para aqueles que não desejam somente esquiar – o verão também atrai amantes de atividades ao ar livre, já que as paisagens dão lugar a atividades como trekking, mountain bike e escaladas.

Passeios por vilarejos vizinhos ou até de barco pelos lagos Thun e Brienz são programas que fazem brilhar os olhos e ficam na memória para sempre. A cidadezinha também reserva algumas surpresas a pé, em que no meio do caminho, na via principal, encontramos lojas, cafés, hotéis, restaurantes e chocolaterias.

Interlaken também é a base para o trio de montanhas Eiger, Mönch e Jungfrau‪, esta última considerada Top of Europe, ou seja, o topo da Europa, já que sua altitude ultrapassa os quatro mil metros.

Aqui fica a Jungfraujoch, a estação ferroviária mais alta de toda a Europa. O trajeto, diga-se de passagem, é fabuloso, em que contemplamos paisagens montanhosas cobertas de neve e penhascos afiados.

Na estação há um mirante para as montanhas e para o maior glaciar dos Alpes, o Aletsch, além de ser o lar de uma estação de estudos climáticos e um verdadeiro complexo de entretenimento na neve – que aparece o ano inteiro por aqui.

Um ice bar, tirolesa, restaurantes e esqui completam as atividades. Seja no verão ou no inverno, com sol ou chuva, temos várias atividades por aqui.

São 3.454 metros acima do nível do mar, em que somos agraciados ainda com vários ângulos com vista para a geleira. Também há o acesso ao Palácio de Gelo, em que obras esculpidas em gelo ficam dispostas em meio às temperaturas abaixo de zero.

Dolomitas, Itália

Cordilheira dos Alpes italianos, as Dolomitas são consideradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco e se estendem por cinco províncias charmosas.

Muitos viajantes até escolhem fazer um bate e volta a partir de Veneza, que não fica muito longe do coração da região, para ver com os próprios olhos as paisagens lindas da área.

De beleza estonteante, lagos, montanhas, campos verdejantes e vilarejos históricos ficam espalhados por aqui.

E o esqui torna-se uma atividade disputada no inverno, em que o gigante complexo Dolomiti Superski Area – união de 12 resorts que totalizam cerca de 1.200 km de pistas que podem ser acessadas com um ski pass – garantem pistas para todos os gostos e níveis de dificuldade.

Com tanta beleza e charme, o esporte na neve e os resorts são apenas um dos programas incríveis para ver e fazer por aqui: as Dolomitas também abrigam algumas cidadezinhas incríveis e oferecem variadas opções gastronômicas, boutiques e um clima típico italiano.

Cortina D’ampezzo é um desses locais que abrigam um centrinho histórico, resorts cinco estrelas e restaurantes badalados em meio aos picos rochosos.

Val di Funes é outra região recomendada: pertencente a Bozano, o vale tem a cara de um mix entre Suíça e Áustria, tanto em relação ao cenário quanto à cultura local.