Pontos turísticos imperdíveis de Belo Horizonte, capital mineira cheia de encanto
Da Pampulha até o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, cidade possui uma cena histórica e artística agitada; conheça
O rico agito cultural e gastronômico, as belas paisagens típicas e os preciosos patrimônios históricos fazem com que Minas Gerais seja um dos estados brasileiros mais incríveis de se conhecer. E a capital não poderia ficar de fora: com mais de 2,5 milhões de habitantes, Belo Horizonte reúne tudo que Minas é e mais um pouco. Tem história, povo gentil, atividades culturais, e, para nossa sorte, muita comida boa.
Marcada por temperaturas amenas, a grande cidade é rodeada pela serra do Curral, quase uma moldura natural e também uma referência histórica – o nome faz alusão à Curral del Rei, como o município era chamado antes de sua fundação há 123 anos. Apesar do estado ser antigo, a capital é consideravelmente recente e foi planejada para ser a nova sede do estado com base em grandes cidades estrangeiras – como Paris e Washington.
E “Beagá” é assim: uma mistura de diferentes épocas arquitetônicas e heranças culturais que vão se fundindo ao redor dos seus 331 km² de área. Além do horizonte natural que circunda a cidade, é pelas esquinas, avenidas e ruas que sobressaem importantíssimos monumentos, parques e espaços de agitos culturais.
Dou uma amostra: no centro, o Mercado Central tem 92 anos e reúne o melhor dos sabores mineiros; já a Pampulha é um marco para a arte moderna brasileira, reunindo projetos de Oscar Niemeyer, do paisagista Burle Marx e do pintor Cândido Portinari, para citar alguns. A Praça da Liberdade, no encontro de quatro grandes avenidas e onde a capital começou a se desenvolver, é um dos casos mais notáveis de circuito cultural que o Brasil possui.
Entre restaurantes, igrejas, parques, praças e patrimônios dos mais diversos estilos, Belo Horizonte é recheada de atividades imperdíveis tanto para moradores quanto para todos os tipos de viajantes. Vamos comigo conhecer um bocadinho destes programas?
Igreja da Pampulha
Projeto de Oscar Niemeyer, o cartão postal às margens da Lagoa da Pampulha nos surpreende por seus traços livres, modernos e menos robustos, que contrariam o senso comum de como uma igreja católica deve ser. Seu nome verdadeiro é Igreja de São Francisco de Assis, intitulada com o nome do padroeiro italiano, e foi erguida em 1943 com ornamentação concluída em 1957.
É quase obrigatório estar em Belo Horizonte e apreciar a beleza e a importância cultural (e religiosa!) do local. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a estrutura é toda marcada por curvas que remetem às montanhas de Minas, em que o desenho da igreja é feito com uma série de tetos arredondados – as abóbadas – e o exterior é destacado por pastilhas de cerâmica em tons azul claro e branco.
Assim, ela não somente funciona como uma igreja, com missas celebradas regularmente, como também é um espaço artístico de grande importância: o interior conta com lindos painéis de Cândido Portinari que representam a Via Sacra – os painéis externos com uso das pastilhas também são de autoria do artista plástico. Mosaicos nas laterais da abóbada são de Paulo Werneck e os jardins são resultado das mãos e da genialidade de Burle Marx.
Preciosidade na cidade, a igreja é peça central do Conjunto Moderno da Pampulha, verdadeiro marco do modernismo brasileiro às margens da lagoa com edificações projetadas por Niemeyer e jardins de Burle Marx. O conjunto é formado ainda pelo antigo Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), pela Casa do Baile (hoje o Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e pelo Iate Golfe Clube (atual Iate Tênis Clube). Andar pelo entorno é apreciar um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade pela UNESCO: não tem como passar uma manhã ou uma tarde por ali e não ser impactada pela beleza e pela relevância do local.
Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3000 – Pampulha. Mais informações no site.
Museu de Arte da Pampulha
O que antes foi um cassino que agitou as noites da cidade na década de 1940 hoje firma-se como o principal centro de divulgação de arte contemporânea de Minas Gerais – sendo também uma referência Brasil afora. Também um projeto de Oscar Niemeyer, a construção de 1942 faz parte do Conjunto Arquitetônico Moderno da Pampulha e deixou de ser uma casa de jogos e entretenimento por conta da proibição do setor no país em 1946. O local grandioso passou a ser de fato um museu em 1957.
Atualmente fechado por tempo indeterminado para reformas, o Museu de Arte da Pampulha (MAP) guarda muito mais do que seu rico acervo, que possui obras de Cândido Portinari, Alberto da Veiga Guignard, Di Cavalcanti, Amilcar de Castro e Tomie Ohtake. Seu exterior, sua arquitetura e história já valem a pena para dar uma passadinha e ficar encantada. Os jardins ao redor do prédio, que já teve o apelido de Palácio de Cristal, também são do paisagista Roberto Burle Marx e misturam cores, desenhos e formas com uso da flora de nosso país. Ao redor das flores e plantas ficam algumas esculturas interessantes, como as de August Zamoyski, Alfredo Ceschiatti e José Pedrosa, que integram a paisagem.
Em um único dia é possível conhecer tanto a Igreja de São Francisco de Assis quanto o Museu de Arte, assim como dar uma passadinha nos outros edifícios do conjunto da Pampulha enquanto andamos pela orla da Lagoa – programa tipicamente belo-horizontino.
Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16585 – Pampulha. Mais informações no site.
Mineirão
Todos sabemos que o Brasil tem uma ligação íntima com o futebol. Neste cenário, o Mineirão é um dos estádios mais emblemáticos do país. Atendendo oficialmente sob o nome de Estádio Governador Magalhães Pinto, ele é o mais famoso de Belo Horizonte e também fica na Pampulha, uma das regiões mais conhecidas e importantes da capital mineira. Inaugurado em 1965, o campo recebe partidas dos mais diversos campeonatos: jogos entre os rivais Atlético e Cruzeiro costumam agitar além da conta o estádio e o emblemático 7×1 da Alemanha contra o Brasil na Copa de 2014 foi disputado nos gramados daqui.
Com capacidade para mais de 60 mil pessoas, não é apenas sua grandiosidade e arquitetura que chamam atenção. Além dos belo-horizontinos, nós, turistas, possuímos mais uma opção de lazer na cidade com as experiências oferecidas no local. Desde 2013 o Mineirão abriga o Museu Brasileiro do Futebol, proporcionando uma verdadeira imersão no universo da bola, com exposições, pesquisas e artefatos materiais e imateriais relacionados ao esporte no Brasil.
Para quem curte futebol, um tour pelo estádio é indispensável: mediante pagamento de uma taxa é possível acessar por 1 hora os espaços mais restritos do “Gigante da Pampulha”, como os vestiários oficiais, a sala de aquecimento, o acesso ao campo pelo túnel dos atletas e o banco de reservas. Para os que curtem uma aventura a mais, periodicamente o Mineirão disponibiliza uma tirolesa dentro do estádio, em que os corajosos atravessam o complexo com uma velocidade máxima de 45km/h e deslumbram de vistas privilegiadas.
Avenida Antônio Abrahão Caram, 1001 – São José. Mais informações no site.
Mercado Central de Belo Horizonte
Não dá para falar de “Beagá” e não citar o “Mercadão” da cidade. Localizado na Avenida Augusto de Lima, uma das principais do centro, o Mercado Central reúne uma variedade incrível de sabores mineiros assim como se estabelece como um centro histórico, cultural e gastronômico da região e do estado. Aberto desde setembro de 1929, o mercado tem um número expressivo de lojas: são mais de 400 delas, que vendem produtos alimentícios, artesanato e comidas típicas – entre queijos, doces, temperos, embutidos, pimentas, cachaças e tudo mais que reflita a cultura mineira.
Estima-se que 320 mil quilos de queijos sejam vendidos no mês por ali: assim, é quase regra parar e degustar ao longo das lojinhas os quitutes que vão nos oferendo! Além das lojinhas, uma gama de bares e restaurantes deixam qualquer um satisfeito com as delícias servidas, que vão desde pratos tradicionais, como torresmo, mexidão, tropeiro, até mesmo fígado acebolado com jiló. O Mercado Central possui ainda uma Cozinha Escola feita em bambu, com atividades e cursos gratuitos voltados ao conhecimento da culinária mineira.
Quem não quiser explorar sozinho o local pode contar com uma visita guiada, mostrando o que há de melhor deste que é um dos pontos turísticos mais conhecidos e concorridos da região. Para quem deseja conhecer a fundo a cidade e experimentar um pouco da cultura mineira e de Belo Horizonte, o Mercado Central é a pedida certa!
Avenida Augusto de Lima, 744, Centro. Mais informações no site.
Circuito Cultural Praça da Liberdade
Em poucas palavras, o circuito é como um paraíso para quem, assim como eu, é fã de programas culturais. Localizado em uma das praças mais charmosas na região central da cidade, o Circuito Cultural da Praça da Liberdade une arte, cultura e turismo em um único local. São ao menos 22 espaços que formam o circuito, entre eles a Biblioteca Pública Municipal de Minas Gerais, o Centro Cultural Banco do Brasil, a Casa Fiat de Cultura, o Planetário, o Museu Mineiro, entre outros.
A praça situa-se logo em frente ao Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, em uma área de cerca de 35 mil metros quadrados e fica no encontro de quatro grandes avenidas da cidade. O interessante é que o circuito em si foi criado em 2010, mas sua história mescla-se com a da própria cidade de BH e de Minas, já que a Praça da Liberdade foi projetada no fim do século XIX para ser o centro administrativo do Estado.
Hoje, o circuito é considerado um dos maiores conjuntos culturais de todo o país, com uma mistura interessante de arquiteturas que refletem diferentes épocas e estilos, assim como os jardins da praça foram inspirados no Palácio de Versalhes, na França – tendo ainda chafarizes, fontes e monumentos. É agradável e especial andar por ali em plena luz do dia e se encantar com os mais diversos aparelhos culturais que dão vida à cidade.
Dica: gosta de astronomia? O Espaço do Conhecimento da UFMG, um dos espaços culturais da praça, abriga o Terraço Astronômico, que possui um teto retrátil que permite a observação celeste através de telescópios. O local também sedia o Planetário, que tem um conjunto de projetores que nos permitem visualizar o céu como se estivéssemos em qualquer lugar do mundo e em qualquer época. Vale ressaltar que, atualmente, o espaço está fechado por tempo indeterminado por conta da pandemia de coronavírus, mas fique atento aos canais virtuais oficiais do espaço.
Praça da Liberdade, s/n. Mais informações no site.