Macau: os detalhes da China portuguesa
Imagine um cantinho na Ásia onde você se sente quase em casa? Esse lugar existe e se chama Macau - uma região administrativa especial da China
Por Glauber Britto
Imagine um cantinho na Ásia onde você se sente quase em casa? Esse lugar existe e se chama Macau – uma região administrativa especial da China
Durante muito tempo, Macau, na China, foi território ultramarino português e, desde então, ainda guarda muito deste passado que se mistura com a cultura asiática. Podemos dizer que o “oriente encontra o ocidente” em Macau. A gente lê placas em português e, ao mesmo, observa fachadas luminosas chinesas, templos e igrejas católicas. A experiência é muito intrigante e, para nós, é ainda mais sensacional poder observar um povo com traços tão diferentes dos nossos, mas que tem uma língua completamente semelhante à nossa.
Essa antiga colônia portuguesa – cheia de casarões, igrejas e calçadas, feitas em estilo lusitano, e onde a língua de Camões ainda é oficial – começou a ser traçada no século XIX, quando o governo português liberou a jogatina no território. Portanto, posso afirmar que Macau só não é a Las Vegas do Oriente, porque Las Vegas é a Macau do Ocidente. Para chegar até a cidade, você pode ir via Hong Kong através de um ferry boat, que leva cerca de uma hora. Há saídas ao logo de todo o dia e de diferentes pontos de HK e todas desembarcam no porto de Macau. Além disso, existem outras empresas que operam o trecho, como a TurboJet – que eu utilizei e recomendo. Embora seja possível comprar a passagem na hora, vale a pena garantir pela internet com antecedência – imprescindível para quem viaja na alta temporada.
Chegando em Macau, divida sua visita em dois momentos. Primeiro, visite o Centro Histórico, onde vai poder conhecer Ruínas da Catedral de São Paulo, que é o cartão postal da cidade – trata-se apenas da fachada da catedral que ficou em pé mesmo após um misterioso incêndio em 1853, quando tudo se tornou escombros, e apenas a fachada se manteve intacta com lindas imagens sacras que foram levadas por portugueses. Logo depois, emende até o Largo do Senado – uma das principais atrações da cidade, que tem edifícios coloniais onde Macau começou, administrativamente falando. Então, o lugar se tornou uma espécie de marco zero para a cidade. Com isso, siga para o Jardim de São Francisco e a Catedral da Sé e aproveite para visitar a Torre de Macau, onde você pode saltar de bungee jump, com uma vista maravilhosa. Além das igrejas católicas, o centro histórico de Macau também tem vários templos budistas, quase um em cada esquina e, se você estiver passeando, vale a pena entrar (nem que seja por apenas dois minutos) e observar um pouco por dentro, desde as oferendas, incensos em espirais até mesmo a beleza que todos oferecem, até mesmo os pequenos templos irão te surpreender.
A segunda e última parte de sua viagem por Macau pode ser na região de Cotai, um pedaço da ilha onde foi construída a Las Vegas asiática. Por lá, foi criada a réplica da cidade americana, onde abriga os mesmos cassinos e hotéis de Las Vegas, além da monumentos semelhantes a Torre Eiffel em um jardim igual ao de Versalles. Além de recriar o famoso espaço de Paris, a ideia também serviu para que ninguém construísse um hotel ou cassino em frente ao outro empreedimento que abriga as réplicas. O intuito é que todos os visitantes possam ver a Torre desde a ponte que dá acesso a ilha. A região City of Dreams é toda interligada por shoppings, com diversas lojas e cassinos, além de renomados restaurantes, como o Din Tai Fung.
*Dica: a moeda é a Pataca, que tem valor bem próximo ao dólar utilizado em Hong Kong. Falando nisso, muitos comerciantes em Macau aceitam este dólar. Afinal, há diversos turistas que têm Macau apenas como um passeio de bate e volta saindo de Hong Kong.
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Nascido em Vitória da Conquista, na Bahia, o arquiteto Glauber de Lopes Britto atua no mercado de Visual Merchandising desde 2007 com sua empresa de cenografia, vitrine e store desing, a Ideia3 e atende, principalmente, os mercados de São Paulo e Rio de Janeiro. Em seu currículo consta também passagens por empresas como Track & Field e Levi’s Brasil. Há quatro anos foi morar em Sydney, na Austrália, depois de se casar com o Cônsul Brasileiro Ricardo Bartolomeu. Hoje moram em Luanda, na Angola, devido à transferência de posto consular de Ricardo. Juntos, já visitaram mais de 30 países e transformaram as viagens em um verdadeiro diário de bordo com impressões pessoais e imagens de todos os cantos. Os relatos e registros fizeram sucesso entre os amigos que, hoje em dia, Glauber começou a dar dicar de como programar viagens, calcular os melhores passeios e também sugerir algumas experiências gastronômica e roteiro de compras.