Japão lidera índice dos passaportes mais poderosos do mundo em 2021

Segundo novo relatório, que classifica os passaportes que fornecem viagens mais fáceis ao redor do mundo, China e Emirados Árabes Unidos são os países que mais cresceram

(Foto: Getty Images)

Maureen O’Hare, CNN

(CNN) A lacuna na liberdade de viajar é a maior que já existiu em décadas, e as disparidades entre os países no acesso à vacinação podem piorar a situação, de acordo com um novo relatório sobre passaportes. O Henley Passport Index, que desde 2006 avalia regularmente os passaportes que globalmente fornecem as viagens mais fáceis, divulgou sua classificação e análise mais recentes.

Pelo fato de o índice não considerar as restrições temporárias, o Japão mais uma vez lidera o ranking, pois seu passaporte oferece acesso sem visto ou com visto de chegada para 193 destinos ao redor do mundo.

“Com extensas restrições a viagens ainda em vigor globalmente, qualquer nível de liberdade em viagens internacionais permanece teórico”, comunicou Henley & Partners, consultoria de cidadania do Reino Unido responsável pelo índice. “É um tanto irônico que o Japão esteja em primeiro lugar quando recentemente tomou a difícil decisão de banir os espectadores internacionais dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio 2020, que tiveram de ser reprogramados e estão programados para começar em julho”.

Pessoas com passaporte japonês têm acesso sem visto ou sem visto de chegada a 167 destinos a mais do que os cidadãos do Afeganistão, que estão na parte inferior da classificação. Na verdade, eles só podem visitar 26 lugares sem a necessidade de um visto prévio. Essa é a maior diferença entre os países desde o início do índice, de acordo com Henley & Partners.

China e Emirados Árabes Unidos são os que mais cresceram
Cingapura permaneceu em segundo lugar (com uma pontuação de 192 destinos) e a Coreia do Sul empatou com a Alemanha em terceiro lugar (cada um com 191 destinos). Como de costume, a maioria dos países restantes entre os 10 primeiros são da União Europeia.

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O Reino Unido e os Estados Unidos compartilharam o topo do ranking em 2014. No entanto, o poder de seus passaportes tem diminuído constantemente nos últimos anos. Atualmente, estão em sétimo lugar, ao lado da Suíça, Bélgica e Nova Zelândia.

Em termos de liberdade para viajar, as maiores histórias de sucesso da última década são a China e os Emirados Árabes Unidos. Desde 2011, a China subiu 22 lugares – de 90 para 68 – enquanto os Emirados Árabes Unidos passaram de 65 para 15. Seu trabalho para fortalecer os laços diplomáticos em todo o mundo agora permite que seus cidadãos acessem facilmente 174 destinos, em comparação com 67 há uma década.

“Com o lançamento de programas de vacinação em massa em algumas economias ricas e avançadas, como a União Europeia, os Emirados Árabes Unidos, o Reino Unido e os Estados Unidos, a mobilidade global em breve será uma possibilidade novamente para alguns”, disse Henley & Partners.

“Para os cidadãos de economias em desenvolvimento e emergentes, onde a implantação da vacina é mais lenta e os passaportes tendem a oferecer muito menos liberdade para viajar em geral, o futuro parece decididamente menos promissor”, acrescentou.

‘Permissão para circular’
Os pesquisadores de ciência política Uğur Altundal e Ömer Zarpli, da Universidade de Syracuse e da Universidade de Pittsburgh, respectivamente, apontaram no relatório alguns dos perigos do modelo de passaporte de vacinação como alternativa à reabertura de viagens internacionais.

“Como as pessoas provavelmente terão que ser vacinadas todos os anos, os países desenvolvidos podem tentar garantir o fornecimento de vacinas para uso futuro. Em última análise, isso poderia prolongar a pandemia e aumentar o risco de novas mutações”, observaram.

Mehari Taddele Maru, professor do Centro de Política de Migração e membro do Instituto de Estudos Comparativos de Integração Regional da Universidade das Nações Unidas na Bélgica, afirmou que “países capazes de vacinar suas populações com relativa rapidez também facilitarão uma maior mobilidade de seus cidadãos e irão atrair visitantes de negócios e lazer, enquanto os países que enfrentam conflitos e aqueles que não têm financiamento para garantir o armazenamento adequado e distribuição eficiente de vacinas ficarão para trás no sentido de facilitar as restrições à mobilidade”.

Os vistos de trabalho à distância têm sido uma grande tendência no último ano, uma vez que a pandemia obrigou empresas em todo o mundo a adotar acordos de trabalho mais flexíveis.

Greg Lindsay, diretor de pesquisa aplicada da NewCities, escreveu no relatório que “destinos que vão de Helsinque a Dubai já estão desenvolvendo programas e políticas voltadas para viajantes talentosos cujos empregadores lhes deram permissão para viajar”. Ele também alertou que “qualquer destino global que não tenha programa corre o risco de ficar para trás na reabertura do mundo”.

  • Os melhores passaportes de 2021 são:
    Japão (193 destinos)
  1. Cingapura (192)
  2. Alemanha, Coreia do Sul (191)
  3. Finlândia, Itália, Luxemburgo, Espanha (190)
  4. Áustria, Dinamarca (189)
  5. França, Irlanda, Países Baixos, Portugal, Suécia (188)
  6. Bélgica, Nova Zelândia, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos (187)
  7. República Tcheca, Grécia, Malta, Noruega (186)
  8. Austrália, Canadá (185)
  9. Hungria, Lituânia, Polônia, Eslováquia (183)
  • Os piores passaportes
    Vários países no mundo têm acesso sem visto ou visto de chegada em menos de 40 países. Entre eles estão:
  1. Coreia do Norte (39 destinos)
  2. Nepal (38)
  3. Territórios Palestinos (37)
  4. Somália (34)
  5. Iêmen (33)
  6. Paquistão (32)
  7. Síria (29)
  8. Iraque (28)
  9. Afeganistão (26)

Outros índices
O Henley Passport Index é um dos vários rankings criados por empresas financeiras para classificar passaportes globalmente com base no acesso que eles fornecem a seus cidadãos. A lista é baseada em dados fornecidos pela International Air Transport Association (IATA) e avalia 199 passaportes e 227 destinos de viagem. É atualizada em tempo real ao longo do ano, conforme as mudanças na política de vistos entram em vigor.

O índice de passaportes da Arton Capital considera os passaportes de 193 países membros das Nações Unidas e seis territórios: República Popular da China, Macau, Hong Kong, Kosovo, Territórios Palestinos e Vaticano. Os territórios anexados a outros países são excluídos.

Em seu índice de 2021, Alemanha, Finlândia, Espanha e Suíça dividem o primeiro lugar, com 134 pontos na categoria de isenção de visto ou visto na chegada.

(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em espanhol).

 

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