Ilhas Maurício: forma de expressão fruto de herança cultural é um dos atrativos do país
Sega é considerada Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco; “Planeta CNN” deste domingo faz um panorama do pequeno país insular no meio do Oceano Índico
Os primeiros registros datam do século 18. Viajantes que passavam pelas remotas Ilhas Maurício, país no Oceano Índico, contavam histórias de cantos e danças dos povos escravizados. Eles descreviam os ritmos extasiados como diferentes e especiais. O Sega era a forma de expressão dos escravizados e ainda é um dos atrativos do país, além de suas belezas.
“Essa expressão está no estilo da música, no jeito que a tocavam, cantavam, no jeito que dançavam, e é um tipo de liberdade, de libertar a mente e o espírito”, diz Linzy Bacbotte, cantora que conhece bem o ritmo.
Hoje, a maneira como Linzy canta e toca o Sega é bem diferente, mas os instrumentos musicais guardam muito das histórias dos tempos da escravidão. São três principais. O Ravanne é um tambor feito com um arco de madeira e pele de bode, que é esticada e presa em volta. O Maravanne é uma espécie de chocalho.
“É uma peça de madeira retangular, coberta com caules de cana-de-açúcar e, por dentro, tem sementes locais. Quando você o balança, o som te lembra as ondas do mar”, explica a cantora.
E, por último, o triângulo, que é relativamente novo. “Antigamente, usava-se um facão, porque os escravizados trabalhavam no campo e tinham um facão para cortar a cana-de-açúcar. Então eles pegavam um pedaço de ferro e o facão e davam batidinhas nele para obter o som agudo”.
Os detalhes do ritmo e da dança estarão no “Planeta CNN” deste domingo (19), que vai ao ar às 19h15.