Cuba: fascínio que resiste ao tempo
O centro histórico de Havana, patrimônio da humanidade, e a maior frota de carros antigos do mundo são algumas das atrações que inscreveram de vez o país no roteiro turístico internacional...
Uma viagem no tempo. Esta é a impressão de quem chega a Havana, capital de Cuba. O país, que figura no “Guinesss Book” como dono da maior frota de carros antigos, impressiona os visitantes desde o primeiro momento. Os automóveis, que enfrentam a falta de peças originais, após mais de 40 anos do embargo dos Estados Unidos (agora aberto), sempre foram conservados apenas com criatividade, compondo um verdadeiro patrimônio cultural. Não é difícil encontrar pelas ruas relíquias como velhos Buicks, Cadillacs “rabo-de-peixe”, Chevrolets Bel Air e Dodges dos anos 40 e 50. Muitos deles oferecem serviços de táxi – um programa imperdível para turistas. Com um centro histórico que é considerado patrimônio da humanidade pela Unesco desde 1994, a cidade possui ares coloniais, com diversas construções históricas valiosas e monumentos construídos nos séculos 16 e 17.
Sua diversidade cultural, econômica e política aguça a curiosidade, mas, ao se buscar informações com guias turísticos, o comum é ter como resposta um grande silêncio. Informações em Cuba só as oficiais. O Museo de La Revolución, que inclui o Memorial Granma (com o iate em que Fidel desembarcou com 81 revolucionários para iniciar a luta contra o governo de Fulgêncio Batista), é um começo para se entender como foi a saga dos revolucionários, na visão deles mesmos. Debates políticos à parte, a cidade mostra que Cuba despertou para o turismo, hoje a principal fonte de receita do país.
Hotéis de bandeiras de luxo, passeios, prédios históricos restaurados e gastronomia de qualidade fazem parte do programa que o turista encontrará. É obrigatório o roteiro do escritor americano Ernest Hemingway, Prêmio Nobel de Literatura, que se apaixonou pela ilha caribenha. Os lugares que Hemingway frequentava se tornaram concorridos pontos turísticos – e valem a pena ser vistos. Não deixe de tomar um mojito, feito à base de hortelã, limão e rum no bar e restaurante La Bodeguita del Medio, em Habana Vieja, ou o daiquiri (limão, grenadine e rum) no El Floridita, que mantém no local uma estátua do escritor. “Mi mojito en La Bodeguita, mi daiquiri en El Floridita”, dizia ele.
Rum e charutos são sinônimos de Cuba. Cohiba, Monte Cristo e Romeo y Julieta estão entre os mais procurados. Mas não se deixe levar pelos preços mais baixos dos vendedores na rua, pois, dificilmente têm a qualidade dos comprados nas lojas estatais, como a da Real Fábrica de Tabacos Partagás, também no centro da cidade. A gastronomia é uma atração à parte. Os chamados menus executivos, leia-se turísticos, têm grande variedade.
Considerado o melhor restaurante de Havana, o Cafe Del Oriente, também em Habana Vieja, é um grande exemplo da cortesia cubana com os turistas. A casa se destaca pela gastronomia que oferece, uma excelente carta de vinhos, música ao vivo, um maître impecável e a agradável surpresa de ouvir a cantora tocar Tom Jobim, em meio à música cubana.
Já em um prédio antigo e mal conservado esconde no segundo andar um charmoso e interessante restaurante, o La Guarida, decorado com objetos antigos, religiosos e curiosos, um verdadeiro antiquário, com uma parede de retratos de frequentadores famosos, como Benício del Toro e Sean Penn. O restaurante foi cenário do filme Morango e Chocolate, de Tomás Gutiérrez Alea. E é neste intrigante cenário que se pode saborear um suculento filé de cherne ou um cerdo (porco) al limone.
Vale a pena andar pelo bairro após o almoço, para se aprofundar um pouco mais no universo dos cubanos. Há três “moedas” em Cuba: o dólar, o peso cubano e um peso convertible. Como eles aplicam uma taxa de 10% da moeda dos Estados Unidos, a recomendação é levar euros – e trocar nos bancos e casas de câmbio. Cartões de crédito de empresas americanas não são aceitos e os demais têm acréscimo de uma taxa de 11%, a cada uso.
Uma experiência, não apenas uma viagem!
Quando visitar Cuba?
A melhor época para visitar Cuba é de novembro a abril, estação seca quando as temperaturas também são mais amenas. A ilha fica na rota caribenha dos furacões, ou seja, de agosto a outubro é melhor evitar. De maio a outubro as temperaturas são mais elevadas, principalmente em setembro que chove muito. A água do mar é quente o ano todo (entre 25° e 30°C), então para os mergulhadores a chuva não faz tanta diferença.
*Fotos por Daniela Filomeno, em visita feita em 2009.
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