América Latina deve dobrar frota de aviões em 20 anos, preveem empresas do setor

Empresas e estudos motram cálculo de crescimento de mais de 85% na região; Brasil deverá ser responsável por 30% desta demanda

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O tamanho da frota de aeronaves na América Latina poderá dobrar nas próximas duas décadas. A previsão é feita por empresas do setor aeroespacial e por estudos da área.

Segundo a Boeing, uma das líderes do mercado global, a região junto com Caribe precisará de 2.240 aeronaves até 2041 – um crescimento superior a 85%. Ainda de acordo com a empresa, o Brasil deverá ser responsável por 30% desta demanda, o que o tornará o país com a maior parte da frota de aviação comercial.

A previsão faz parte do documento “2022 Commercial Market Outlook (CMO)” da Boeing, que coloca a região à frente na recuperação do tráfego aéreo global do setor.

“A América Latina tem apresentado forte recuperação nas viagens aéreas, principalmente nos mercados domésticos, com as companhias aéreas da região usando com sucesso frotas de corredor único para voos de curta distância e expandindo suas redes globais”, disse David Franson, diretor regional de previsão de mercado da Boeing. “O Brasil é o maior mercado da região e está bem posicionado para uma recuperação saudável além das interrupções de mercado de curto prazo. Atualmente, dos voos com origem na América Latina, 28% são do Brasil.”

Essas novas entregas, além de dobrarem a frota atual, serão usadas em rotas populares de turismo entre a América do Norte, México e Caribe, expandindo também as redes intrarregionais.

A empresa faz a previsão que o tráfego de passageiros na região cresça 4,4% ao ano. As transportadoras da região vão precisar de 118 mil novos funcionários de aviação, incluindo 35 mil pilotos, 35 mil técnicos e 48 mil membros da tripulação de cabine nas próximas duas décadas, ainda de acordo com previsões da Boeing (2022 Pilot and Technician Outlook).

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Já a Airbus Global Market Forecast (GMF) divulgou números muito semelhantes, mostrando que a América Latina deverá passar de 1.450 aeronaves para 2.850.

De 2002 a 2019, o tráfego de passageiros na América Latina quase triplicou. A empresa prevê que passe de 0,44 viagens anuais per capita para 0,86 viagens anuais per capita em 2041. Taxas de viagens per capita na Argentina, Brasil e o Chile serão ainda maiores.

Ainda segundo a Airbus, embora a pandemia da Covid-19 tenha resultado em uma queda de quatro anos no tráfego de passageiros, a região deverá se recuperar totalmente entre 2023 e 2025.

Já sobre crescimento de funcionários e serviços, os números também são bem próximos. De acordo com a GMF, para pilotar essa frota crescente, prevê-se que 38 mil novos pilotos e 38 mil técnicos precisarão ser treinados nos próximos 20 anos na América Latina, representando uma receita de serviço de US$13 bilhões até 2041.


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