Algarve, em Portugal, esbanja praias com falésias e muita história

Andanças por Lagos e Sagres e passeio pelas principais grutas da região são algumas das experiências promovidas pelo SH Diana, cruzeiro de luxo que percorre mares da Europa e da África

Daniela Filomenodo Viagem & Gastronomia

Imagine embarcar em uma aventura cujo roteiro combine paisagens estonteantes com muitos aprendizados históricos, assim como misture momentos de descanso, ótima gastronomia e passeios memoráveis. Tudo isso, porém, feito a bordo de um cruzeiro supermoderno e luxuoso que desafia a nossa zona de conforto.

Imaginou? Pois esta é a realidade da 7ª temporada do CNN Viagem & Gastronomia, em que pude embarcar não somente em um, mas em dois cruzeiros que me levaram a viver aventuras pelos mares da Europa e do Norte da África.

Minha jornada para a nova temporada começou em Portugal em agosto de 2023 a bordo do SH Diana. O novíssimo navio pertence a Swan Hellenic, empresa britânica que impressiona por oferecer expedições culturais fora do óbvio em embarcações elegantes para poucos passageiros, o que garante sossego e serviços personalizados.

Após 11 dias a bordo, visitei seis países e 10 cidades. A partir de Lisboa, a embarcação teve paradas no Algarve, em Portugal; em Sevilha, na Espanha; em costas na Tunísia, no Marrocos e na Argélia, na África; e foi finalizada na Sicília, na Itália.

O início em Portugal

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A partir do porto de Lisboa, um dos destinos mais procurados por brasileiros na Europa, saí em direção à primeira parada, Portimão, cidade que pode ser uma porta de entrada para as belezas naturais e os resquícios históricos arrebatadores do Algarve, badalada região no extremo sul de Portugal conhecida por suas praias de águas transparentes e falésias dramáticas.

Digo e repito que são muitas as vantagens de se fazer um cruzeiro como este a bordo do SH Diana. É possível conhecer diferentes lugares e países em uma única viagem, não é necessário pular de hotel para hotel, não é preciso fazer muitas malas e o itinerário é pensado para ser aproveitado, e não corrido.

Com decoração sofisticada e ambientes elegantes, o SH Diana comporta 192 viajantes em 96 cabines e 11 suítes. A tripulação é composta por 140 integrantes, uma proporção de quase um para um, o que faz toda a diferença para que a viagem seja ainda mais tranquila e atenciosa nos detalhes.

Dentro da embarcação estão disponíveis ainda spa, sauna com vistas panorâmicas, lounge social, biblioteca, piscina, laboratório e um restaurante principal, o Swan Restaurant. Nos locais em que o navio atraca é possível fazer excursões inclusas ou opcionais junto de guias e historiadores, o que deixa a jornada mais rica.

As belezas do Algarve

Daniela Filomeno no Cabo de São Vicente, em Portugal
Daniela Filomeno em meio às grandes falésias ao redor do Cabo de São Vicente, em Sagres / CNN Viagem & Gastronomia

Após o ânimo do embarque, com toda a ansiedade para novas descobertas, a primeira parada já veio para ficar marcada. Portimão é uma cidade portuária estratégica para este tipo de viagem, já que fica próxima de várias praias banhadas pelo encontro do Atlântico e do Mediterrâneo e de cidadezinhas que não devem passar batidas no sul de Portugal.

Junto da equipe do navio, fomos até Lagos e Sagres. A primeira é uma cidade fundada 2.000 anos antes de Cristo que teve papel importante como entreposto comercial para fenícios, gregos, cartagineses, romanos, mouros e portugueses. Já a segunda é uma freguesia que guarda tesouros históricos em uma das localizações mais extremas do país.

Com esta descrição já é possível compreender um pouco do impacto histórico das localidades, mas as paisagens deslumbrantes do litoral também entram na conta. Foi desta região que as embarcações portuguesas saíram a partir de 1418 para “conquistar o mundo”, como se dizia à época.

Um giro por Lagos e Sagres

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Foi durante o século 15 que Lagos viu seu auge. Devido à localização de frente para África, tornou-se um ponto de partida e chegada de navios que iam descobrindo o continente, se transformando em um centro de comércio, o que alavancou a construção de novas igrejas e casas, cujos resquícios vemos até hoje.

Muralhas para a proteção da cidade vieram a partir do século 16, as quais foram reforçadas no século seguinte. Elas são visíveis pelo centrinho, ideal para ser percorrido a pé sem pressa e que se destaca com seus azulejos e ferros forjados. Uma joia daqui é a Igreja de Santo António, cujo interior é abundante em talha dourada, técnica que cobre todo o altar e as paredes laterais.

Já Sagres, um pouco mais à frente, não é uma cidade em si, mas sim uma freguesia do município de Vila do Bispo. Ela merece ser visitada por conta do Cabo de São Vicente, que leva a alcunha de “fim do mundo conhecido”.

Ele recebe este apelido pois é um ponto extremo de Portugal, local de passagem obrigatória dos navios em direção ao Mediterrâneo que foi palco de importantes batalhas navais e alvo de peregrinações e disputas ao longo dos séculos.

Para adicionar ainda mais dramaticidade ao cenário rodeado pelo mar e pelas enormes falésias, o cabo possui um farol para lá de fotogênico, o qual é uma versão atualizada de uma torre que começou a ser construída em 1515. Hoje seu interior possui um centro museológico, mas que se encontra fechado no momento.

É imperdível também uma visita a Fortaleza de Sagres, que teve papel determinante como centro das estratégias das expedições portuguesas. Ligada a Infante D. Henrique, figura fundamental nos planos de expansão de Portugal, a fortaleza foi construída no século 15 e reerguida após o grande terremoto de 1755. Ainda estão lá dentro a praça das Armas e a igreja de Nossa Senhora da Graça. A entrada sai por 3 € (cerca de R$ 16).

Praias e grutas

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Além de toda a história, é claro que as praias de areia branca e mar de diversos tons de azul brilham os nossos olhos. Não é à toa que elas ficam cheias de turistas nos meses de alto verão europeu, sendo um dos destinos mais desejados do continente.

De volta a Portimão, um dos passeios mais interessantes a partir da cidade é ladear a costa por meio de barquinhos, em que vamos descobrindo várias praias escondidas e grutas que parecem ter saído da ficção. Se estiver em uma viagem pela região sem ser a bordo de um cruzeiro, a melhor maneira de conhecer os arredores do Algarve é alugar um carro e ir desvendando as pequenas cidades.

Nomes como Praia do Camilo, Praia da Falésia, Praia da Rocha e da Praia da Marinha estão entre as mais cobiçadas e bonitas deste pedaço. Outra identidade do Algarve são as grutas esculpidas pelo mar e pelo vento que atraem turistas do mundo todo.

Algumas delas são acessíveis apenas de barcos, por isso, se quiser ver algumas destas maravilhas de perto, é recomendado o passeio pelas águas. Um dos exemplos é a Gruta do Amor, ou do Coração, que fica próxima das praias de Benagil e do Carvalho, em Lagos.

Há ainda a Gruta do Contrabando, que recebe este nome justamente por conta do antigo contrabando de mercadorias através de suas aberturas, mas o espetáculo da natureza mais conhecido da região é o Algar de Benagil. Uma abertura no topo da cavidade faz com que os raios solares entrem e iluminem o interior, o que nos causa fascínio. Um dos cartões-postais do Algarve, a cavidade é tão procurada que a quantidade de botes chega a causar trânsito nas águas.

O Algar de Benagil é vizinho da Praia de Benagil, no município de Lagoa, e é incrível vê-la de perto, mas a dica é combiná-la com um passeio por outras grutas e praias para que possa confirmar que, sim, é possível descobrir um outro lado do Algarve sem muitos turistas.

Depois desta primeira parada, chegou a hora de zarpar para Sevilha, na Espanha. A capital da Andaluzia tem uma rica história que remonta à época romana e podemos ver, sentir e degustar tudo isso pelas ruas carregadas de uma arquitetura única e por meio dos sabores que nos deixam com gostinho de quero mais. Te conto tudo na próxima coluna!

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