Os bons ventos que sopram para o sul do Ceará, em Fortim

Entre noites confortáveis, refeições saborosas, velejos desafiadores e, mais importante, histórias compartilhadas, o colunista Luiz Candreva narra sua experiência pela costa do estado nordestino

Luiz Candreva em treino de kitesurf pelas águas do Ceará
Luiz Candreva em treino de kitesurf pelas águas do Ceará Acervo pessoal

Luiz Candrevacolaboração para o Viagem & Gastronomia

Fortim, Ceará

Recentemente viajei ao Ceará por alguns motivos, entre eles: tentar ampliar o recorde mundial que batemos em 2019 no Winds4Future, maior festival de inovação e sustentabilidade da América Latina, e encarar uma das maiores aventuras da minha vida em 300 quilômetros de velejo sobre uma prancha pendurado numa pipa pelas costas do Maranhão, Piauí e o próprio Ceará.

Por questão de agenda, me pareceu uma boa oportunidade afinar alguns fundamentos do kitesurf, além de descansar e despachar tudo que pudesse de trabalho antes de ficar cerca de uma semana velejando e com pouquíssima conexão. 

O desafio se tornou, portanto, escolher onde ficar nesses dias pré-torneio. Queria um lugar que me permitisse aprimorar e reavivar as habilidades do Kite, que não fosse lotado como o Cumbuco (na cidade de Caucaia), que tivesse boa gastronomia, fosse perto de Fortaleza, acessível sem necessidade de transfer e, de preferência, um lugar novo, que eu ainda não conhecesse.

Após alguma pesquisa encontrei Fortim, ao sul da capital do estado, destino cheio de franceses que lá se estabeleceram e fortemente investiram há alguns anos, criando uma infraestrutura nascente, mas já bastante desenvolvida.

Ao pesquisar sobre as opções de escolas de Kite encontrei a PKS – Pontal Kite School, escola do Davi, um dos rapazes mais trabalhadores que já conheci nesse meio. Ele é dedicado, decidido e disposto a assumir riscos, características que raramente levam à fracassos, já que aqueles que as possuem geralmente não desistem de seus objetivos.

Com Kite, meu alvo-mor, resolvido, era hora de encontrar um refúgio que me acomodasse com a rotina de treinos para o Meio IronMan 70.3, uma das formas de triatlo de meia distância que pretendo participar no primeiro semestre de 2023.

Kitesurf é esporte ideal para os ventos desta parte do Ceará e demanda resiliência / Luiz Candreva

Ou seja, precisava de piscina, academia e espaço de corrida, assim como comida boa e espaço confortável, antevendo os potenciais perrengues de atravessar três estados em algumas regiões bastante desabitadas e, assim, como pouca infraestrutura de hospedagem também (contarei detalhes dessa aventura numa próxima edição da coluna).

Pesquisei bastante e, em que pese haja algumas opções na região, acho difícil que alguma delas bata os hotéis do Grupo JMC, entre os quais o escolhi o Jaguaríndia Village.

Inaugurado há pouco mais de um ano ele é tão novo que ainda há alguns ajustes e retoques — que não atrapalham a estadia em nada — sendo feitos.

Com uma baita estrutura de lazer, quartos enormes e bem confortáveis, boa gastronomia, uma piscina que nos desafia a encontrar defeitos e atendimento primoroso, feito por gente que tem gosto em servir bem, e alguns mimos e sutilezas que maximizam a experiência, eu posso, mesmo sem conhecer os demais da região, cravar que é difícil ter uma melhor opção em Fortim.

Diria até que está entre as melhores opções de toda a costa do Ceará.

Fortim, o kitesurf e o hotel

Fortim fica perto de Canoa Quebrada, destino que teve seu auge nas décadas passadas e recebeu inúmeras excursões ao longo dos anos, o que o deteriorou um pouco.

A beleza natural da região é singular (o Brasil é cheio dessas singularidades, vale dizer). Uma praia com uma foz de rio, uma barreira de pedras e corais ao fundo, bancos de areia e os tradicionais coqueiros que adornam a faixa de areia criam um cenário muito belo, aprazível aos olhos e ao corpo, sempre abraçado pelo vento que sopra forte durante praticamente o dia e a noite.

Em que pese não seja a melhor posição de vento na qual já velejei e haja algumas restrições em relação à maré — muito difícil velejar com maré cheia e quando aumenta o volume de ondulações — Fortim foi palco de uma evolução importante para mim e que garantiu parte do sucesso na jornada que se seguiria, muito em parte por conta da didática e dedicação do Davi que me instruiu nesse processo.

O kitesurf é um esporte desafiador e que nos promete constantes desafios, não apenas físicos, típicos de toda atividade física, mas também mentais, já que a frustração muitas vezes são recorrentes e exigem resiliência para vencer cada etapa.

Kitesurf é esporte que promete desafios constantes / Luiz Candreva

Assim, ter um instrutor que saiba lhe motivar quando necessário e lhe cobrar quando preciso é fundamental. Já velejei em quatro países diferentes (Emirados Árabes, Espanha, EUA e Brasil) e já vi muito absurdo em relação à segurança dos praticantes (sobretudo em Tarifa, na Espanha).

O pessoal da escola tem profunda preocupação e atenção à essa questão, o que muitas vezes até eu mesmo ignorava, porque, convenhamos, procedimentos e etapas que estejam entre você e algo prazeroso são sempre vistos como chatices e burocracias “desnecessárias”.

A verdade, contudo, é que sem essas “re-lições” eu teria tido problemas dentro dos 300 quilômetros seguintes e também evidentemente em outras incursões futuras.

Assim, fico feliz e agradeço a persistência e insistência dos instrutores em exigir e garantir que os protocolos fossem seguidos, sobretudo ao início da nossa jornada juntos.

Garantir que nosso esporte siga seguro é aumentar as chances de que não tenhamos restrições à prática do mesmo, como ocorre em muitas praias do mundo, como por exemplo nos EUA.

Depois de uma intensa sequência de viagens, palestra, recorde e correria, aluguei um carro e dirigi por duas horas até chegar a Fortim moído e cansado.

O Jaguaríndia tem um sistema bem interessante – que começa a se tornar mais frequente no Brasil, em que ele entra em contato com os hóspedes por WhatsApp, coleta algumas informações previamente, além do horário previsto de chegada.

Assim, quando chegamos, além de um drinque receptivo com ingredientes locais (que eu não bebi, pois não bebo álcool, mas estava superaromático) você é recebido com o melhor que alguém querendo relaxar pode querer: agilidade e cortesia em lhe garantir velocidade ao chegar aos aposentos. E que aposentos!

Há várias opções interessantes, inclusive uma que quero experimentar com toda a família à exemplo do que já fizemos em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte. Há uma espécie de apartamento completo para locação, com três quartos, uma sala com varanda amplas e uma minicopa.

Bem interessante para grupos maiores; há também bangalôs com piscina privativa, ideais para casais, bastante privativos, alguns inclusive com quarto anexo para a criançada. Eu, contudo, optei por um bangalô, de frente para o mar para capturar o vento e acordar com a luz do sol do alvorecer. Não podia estar mais feliz com a escolha.

Pôr do sol no Jaguaríndia Village, em Fortim / Luiz Candreva

Há meia dúzia de detalhes a evoluir, como por exemplo, colocar telas nas rústicas e bonitas venezianas de madeira, permitindo que evitemos o ar-condicionado durante o dia todo e usemos apenas o vento — mais do que suficiente e deveras prazeroso — para refrescar o ambiente, ou ainda, uma atenção maior aos produtos do minibar, já que alguns estavam vencidos.

Nada que prejudique a visita e tudo foi sanado prontamente pela equipe. Fica apenas a sugestão para que isso seja priorizado e ajustado, já que o perfil de consumidor desse tipo de hospedagem será certamente mais sensível a qualquer escorregada, o que se justifica pela promessa e tarifas da hospedagem.

Eu me hospedo entre aproximadamente 40 e 50 hotéis diferentes por ano, assim a base para comparação é bastante grande e salvo esses pequenos detalhes que certamente serão revistos, posso afirmar sem medo de errar que se trata de um dos mais confortáveis hotéis nos quais já me hospedei.

Itens que sempre fico de olho: conforto da cama, silêncio em geral, qualidade do chuveiro, capacidade de deixar o quarto 100% escuro se assim desejar, espaço para trabalhar, privacidade, limpeza, quantidade e posição de tomadas e qualidade dos utensílios, mobília e afins.

O Jagua, para os íntimos, cumpre todos esses trens: uma mega cama King superconfortável, com roupa de cama e travesseiros de primeira linha, chuveiro excelente (faltam uns ganchos e afins pra roupas pós kite e banho de mar), tudo impecavelmente limpo, muito bom gosto na decoração e qualidade dos móveis inquestionável. Enfim, acertei.

O restaurante tem assinatura do chef francês Emmanuel Ruz, e serve pratos saborosos e bem servidos. Acho que existe espaço para aumentar as opções de peixes, mas, com cardápio sempre renovado, posso ter pego uma semana com menos opções, que não deixou a desejar e fiz quase todas as refeições nos quatro dias de estadia dentro do próprio hotel. 

O café da manhã é delicioso: servido de maneira individual em cada uma das mesas, é quase um “exagero” para uma pessoa só, e fui o reduzindo dia a dia.

Enorme atenção aos detalhes, sabedores da minha autoimposta restrição à lactose, fizeram (sim, produziram!) leite de amêndoas que estava todo dia disponível para consumo, além disso, dia após dia, ao entender minhas preferências, foi se tornando desnecessário indicar o que desejava, já era feito de ofício, claramente fruto de preparo, treinamento e competência dos funcionários.

Esse apreço por detalhes e pela experiência como um todo é palpável em vários dos pequenos detalhes em que a hospedagem é envolta.

Fiz alguns posts e stories enquanto estava por lá, e ao chegar ao meu quarto, após o turn down (serviço no qual preparam sua cama e quarto para a noite — eu acho sempre desnecessário, mas muita gente curte), além de chocolatinhos naturebas com a marca do hotel, havia sempre um pequeno cartão com uma citação de algum pensador que remetia ao cerne dos meus posts, como por exemplo Liberdade, Aprendizado, Pôr do Sol e afins.

Evidentemente tal cuidado em acompanhar de modo individual seus hóspedes e trazer essas referências mostra o zelo e o foco da equipe de comunicação do hotel.

Muito gostoso e gerou, a partir do terceiro dia, curiosidade em relação a qual frase lá estaria me esperando (se lerem aqui, podem me mandar mais uma!)

Os treinos

Usei a piscina todos os dias, às vezes duas vezes por dia para treinar e recuperar dos velejos.

Enorme, com algo como 40 metros de extensão por 18 ou 20 metros, a piscina, além de linda, é baita opção para exercício e lazer também.

Em frente ao mar, bem no centro do hotel e à frente do restaurantes, emoldurada por um deque com sofás, espreguiçadeiras e quarda-sóis vermelhos superbonitos, com certeza é ambiente que renderá, sobretudo ao pôr do sol e logo após com luzes acesas, fotos e memórias bacanas.

A “academia” é rústica, digamos assim. São pesos e aparelhos 100% de madeira. Em que pese eu identifique que há espaço para uma academia ou ao menos alguns pesos e afins, a proposta dessa open air gym me pareceu interessante e me atendeu.

Notadamente a maioria das pessoas não viaja para se exercitar e sim para descansar, mas cresce a cada momento o número daqueles que não abrem mão da manutenção de seus treinos. E uma academia, esteiras e afins ajudarão a abraçar também esse público. 

Quando vou conhecer um lugar novo tento explorar tudo que houver de opção por lá. Assim, fui conhecer também a sauna, que conta com uma exclusiva e conectada piscina, além de escaldantes temperaturas.

Anexo há um bar que serve elaborados drinques e petiscos. Existe também um espaço bem peculiar e pitoresco, são jacuzzis, com outro bar, em que os hóspedes podem passar um período relaxando em banheiras exclusivas e privativas enquanto curtem coquetéis. 

Depois de três dias de intenso velejo buscando aprender coisas novas (o que sempre amassa esse corpo de 36 anos) o spa não era apenas uma boa, mas uma necessária opção.

Não é um espaço grande, suficiente, contudo, e bastante confortável. Marquei uma massagem para o ultimo horário possível, já que havia uma obra em um condomínio vizinho com tratores e caminhões que tem aquela sirene chata de marcha ré e não queria atrapalhar a experiência.

Entre algumas opções, selecionei a esportiva para poder alongar e recuperar as fibras musculares. Funcionou e saí de lá relaxado e com menos dores.

Ao sair do spa aquelas coincidências que só a serendipidade explica, encontrei uma amiga minha, Luiza, fotografa e kitesurfista também, fluminense de origem, hoje radicada na terra do vento no Ceará, que estava com um grupo para o mundial de kitesurf que ocorreria no dia do meu check-out rumo ao Preá.

O Jaguaríndia é vizinho de outro hotel, o Jaguaribe Lodge & Kite, que como o nome não deixa dúvidas tem foco nos praticantes desse esporte, de propriedade do mesmo grupo, construído de maneira a minimizar qualquer impacto na natureza, em cima de plataformas, de modo que, se um dia de lá for removido, poucos sinais de que lá esteve sobrariam. Munido de uma guardaria e uma escola de Kite, seria palco dessa etapa do mundial.

A Lú estava lá para fazer algumas de suas incríveis fotos cheias de vida. 

Assim, minha última noite por lá foi de colocar papo em dia e conhecer alguns dos atletas que competiriam no dia seguinte, sempre oportunidade boa para aprender algo com alguns dos melhores do mundo.

Evidentemente tudo se estendeu e poucas horas de sono me separaram do check-out supercedo e da viagem de carro para Fortaleza após.

Aliás, sobre isso, o pessoal do hotel encantou novamente. Para encaixar com o horário de saída do nosso transfer da capital cearense para o Preá, tive que sair muito cedo e antes do horário previsto para o café. Comentando sobre isso na noite anterior, preparam um café da manhã mais simples, mas de modo excepcional para antes do horário de serviço. São nos detalhes que nos ganham.

Parti meio zumbi com minhas três horinhas de sono, deveras contente e satisfeito, contudo, com a minha escolha e os dias que foram fundamentais para:

  1. Me recuperar do cansaço acumulado, mental e fisico;
  2. Melhorar alguns fundamentos do Kite e revisitar regras de segurança que foram fundamentais para o que veio a seguir
  3. Especialmente conhecer novas pessoas e histórias (de empreendedores, tomadores de risco como o Davi com a escola, os franceses com o hotel, o argentino Alejandro Ureta, gerente do hotel radicado no Brasil há anos, os atletas e inúmeros dos funcionários, cada qual com um caminho que nos conectaram por esses dias.

Se Fortim apareceu como um destino para descanso e evolução esportiva, se provou um paraíso riquíssimo de pessoas e sua humanidade.

Foram noites confortáveis, refeições saborosas, velejos gostosos e desafiadores, mergulhos e treinos recompensadores. As histórias que comigo compartilharam, contudo, são o maior presente desses dias que, no litoral sul do Ceará, decidi me hospedar.

 

A Escola

Escolas de Kite se espalham pela costa do país, e, de uma ponta a outra, o esporte cresce, assim como a demanda por instrutores e escolas que os abriguem.

Eu já passei por muitas. Acredito que a evolução em qualquer esporte comporta a necessidade de troca com atletas e instrutores mais experientes. Sempre há algo a aprender ou aprimorar.

A jornada no Kite é longa, o que faz com que convivamos com nossos instrutores por horas e dias a fio. Em outras palavras, se o santo não bater, a experiência piora muito. Já estive dos dois lados da moeda e em Fortim tive uma grata supresa ao conhecer o Davi.

Tímido (no começo) de família local no Fortim, conta orgulhoso como seu avô plantou os coqueiros que hoje adornam a praia que ladeia o hotel, além de outros espalhados pelos pequenos vilarejos que compõem a região.

Davi é um velejador que – tal qual os idiomas inglês e francês – aprendeu a velejar na observação, repetição e com videos no YouTube. Esse tipo de disciplina e dedicação geralmente são acompanhados de boas historias.

Luiz ao lado de Davi, diretor da Pontal Kite School em Fortim / Luiz Candreva

Para além de um hábil, zeloso pela segurança e detalhista professor, o Davi é um empreendedor. Um gerador de riqueza e com ambição do tamanho de sua retidão e apreço pelo certo. Encantei-me pela história, a tomada de risco em montar sua escola do zero, partindo para velejar em mares com condições desconhecidas.

Montou seu negócio, o fez crescer, segurou as pontas durante a pandemia e consegue com seu jeito direto e humilde conquistar parceiros e pessoas que torçam pelo sucesso da PKS. 

Tomando empréstimo daqui e comprando equipamentos dali, apostando num futuro que só existia em sua cabeça e só se via por seu prisma, Davi construiu hoje aquela que será uma das principais escolas da costa do Ceará.

Fortim cresce com novos visitantes, brasileiros ou não (esta recheada de franceses). A oferta de hotéis confortáveis e de padrões diferentes também. A gastronomia ainda engatinha, mas, invariavelmente, chegará, a proximidade e bom acesso de Fortaleza para a cidade.

Os voos internacionais que pousam na capital do estado contribuirão com esse crescimento, e, assim, a escola posicionada logo atrás da pequena igreja na praça principal da cidade será ponto de encontro de kitesurfistas e seus acompanhantes durante as incursões nessa região do país.

O espaço está, vale dizer, pronto para isso. Com enorme gramado ao fundo, a espaçosa casa comportará um café, uma especie de lounge para o “pós-velejo”, momento sempre delicioso para um bate-papo e troca de experiências dos dias que se encerram quando cessa o vento.

Pontal Kite School é escola referência no esporte pela região / Luiz Candreva

Os equipamentos todos bastante novos serão usados, gastos ficarão e na mesma velocidade serão substituídos por outros vindos de todo canto do mundo. Os novos instrutores e a estrutura de atendimento na praia serão ainda mais aprimorados e o número de funcionários e parceiros crescerá.

Presumo que os preços também. Assim, me parece que a hora de aproveitar esse ainda semi-inexplorado pedaço de Brasil é, em sendo possível, o quanto antes.

Seja para velejar, seja para curtir com família e amigos, posso dizer, com tranquilidade, que Fortim fará parte dos meus planos futuros. Urra! 

Sobre Luiz Candreva

Luiz Candreva / Divulgação

Luiz Candreva é um dos principais futuristas brasileiros. Head de inovação da Ayoo, colunista da CBN e CNN Brasil, diretor de criação do Disruptive MBA, é professor da Fundação Dom Cabral, da HSM, e da Startse; board member do Aleach Ventures, palestrante com mais de 800 apresentações em diferentes países, além de recordista mundial de KiteSurfing.

*Os textos publicados pelos Colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do CNN Viagem & Gastronomia.