Onde comer em Paris, por Daniela Filomeno
Paris é um dos melhores lugares para se comer no mundo. Tem uma constelação de estrelados, para os que buscam grandes chefs; restaurantes centenários que servem há décadas pratos tradicionais a novos talentos, que estão mudando o cenário gastronômico francês. Quer saber onde comer? Acompanhe aqui os hotspots da nossa editora-chefe Dani Filomeno
Paris é encantadora, soma-se o fato de comer maravilhosamente bem na cidade faz com se torne irresistível. São muitos lugares, como em NYC, um ano acho que seria pouco para desbravar todos os seus restaurantes, boulangeries, patisseries, cafés… Para muitos precisa de um certo planejamento, roteiro e reservas, afinal, não vai querer estar passeando em Montmartre e descobrir que sua reserva é em Marais… Não quer se preocupar com reservas e roteiros? Basta sentar em um dos milhares de cafés parisienses, com um café e um croque Monsieur – ou uma boa taça de vinho- e ficar observando o vai e vem. Cenas como um parisiense andando de bicicleta com suas baguetes ou senhoras esquias e elegantes provando macarrons ainda fazem parte do cenário da Cidade Luz. Completado por um turismo multicultural e sua beleza estonteante, Paris não é só uma das mais lindas cidades do mundo, mas também mais românticas – e gastronômicas de todo mundo. Bon Appétit.
Paris Fashion Week
Moda e arte se encontram de forma ainda mais evidente na capital francesa. Não só por sediar uma das mais importantes – e badaladas – Semana de Moda, mas também pela migração das pessoas mais descoladas nesta época do ano. Quais são os locais mais procurados por fashionistas?
O Loulou sem dúvida ganha por sua localização, nada menos que no Museu de Artes Decorativas, dentro do Louvre. Tem mesas debruçadas no Jardim de Tullieres e delícias inspiradas na culinária italiana, como a imperdível pizza de trufa e o taglioline com limão siciliano, uma ótima pauta para variar os bistrôs. Durante o dia, peça uma mesa externa. Elas ficam em um dos cenários mais especiais de Paris: jardim do Louvre. Obviamente, são as mais disputadas. Do andar de cima, dá para ver marcos de Paris. Agora, reserve, praticamente impossível passar da porta sem um lugar garantido.
Dentro do moderninho Hotel Costes, na chic Rue Saint-Honoré, mesas ficam em um delicioso jardim voltado para o interior do hotel, com som animado e gente bonita.Vale pedir o mandarina crispy duck, pato fatiado com um molho de tangerina. Agora, reserve, a hostess é “modo blasé” e nem te notará se chegar sem mesa. O bar do hotel também é uma ótima alternativa para um bom drinque e não precisa de reserva.
Dos mesmos donos e também badalado, almoçar no L’Avenue é um dos maiores point de encontros de fashionistas. Programa quase obrigatório na Semana de Moda e é um dos queridinhos dos brasileiros. Também famoso pelas suas fritas, fininhas e crocantes, tem um steak tartar bem temperado e na medida.
Drinques pela cidade luz
Depois da rotina agitada, tomar um drinque no clássico hotel Ritz e seu classudo Hemingway Bar. Agora, reserva é mandatária, não te deixam nem passar da porta, já que são poucas mesas e o clima é bem intimista. Outras duas boas opções para drinques é o bar de entrada do renovado Crillon, que tem um belo jardim de inverno, onde serve um chá da tarde. Aliás, o Ritz também é famoso por seu chá da tarde e uma variedade incrível de doces como o baba ao rum.
Estrelados
Precisaria de muito tempo para descrever os ótimos estrelados de Paris. O incrível L’Atelier de Jöel Robuchon, ainda mantém seus lugares no balcão em uma casa a meia luz e porta escondida na entrada de uma farmácia e é mandatório ir. Assim como a casa do premiado Alain Ducasse at Plaza Athénée no suntuoso e tradicional hotel que é símbolo de Paris. Agora, um se destaca: Alain Passard é um dos mais premiados chefs com um menu quase vegetariano. O Arpège tem pratos saborosos e criativos a base de legumes cultivados na sua própria horta. Atencioso, atende pessoalmente os clientes. A gentileza se estende aos funcionários, com serviço impecável e despretensioso – nada com cara das três estrelas Michelin que sustenta. Hoje tem alguns poucos pratos com carnes, mas suas estrelas estão nos legumes.
O preço acompanha as estrelas: € 390 menu degustação com doze pratos. Mas que também podem ser pedidos individualmente – o que é ótimo. Já o Pavillon Ledoyen do chef Yannick Alleno, tem uma cozinha extremamente criativa e comida encantadora. Fora sua localização, um lindo pavilhão ao pé da Champs Elisée.
Tradicionais
Comer em um restaurantes tradicional, pedir bife e batata fritas, escargot ou rãs a provençal e outras delícias da cozinha francesa, com uma boa taça de vinho nacional, é um dos melhores programas de Paris. Entre eles, o Brasserie Lipp e o Voltaire, ambos endereços são como uma volta no tempo em seu ambiente, serviço impecável e frequentado por muitos locais que amam a tradição. E observar um pouco que perceberá que a clientela é uma velha conhecida das casas. O Voltaire se destaca por um serviço mais caloroso para “forasteiros”, como nós. Ambos com comida maravilhosa.
Já o L’Ami Louis é impecável e tem a melhor batata frita: fininha, crocante e que não da para parar de comer. Para quem gosta: é a scargot mais famoso de Paris. O aroma do provençal (alho e óleo) é inesquecível e também vem na rã (a melhor que já comi). Prepare para comer muito, as porções são generosas e dá para dividir numa boa. Termine com confit de pato crocante e muito saboroso. Imperdível!
Dica de um parisiense do que eles chama de bistrô rústico: Auberge Bressane. Logo atrás do Hôtel des Invalides, onde fica o túmulo de Napoleão Bonaparte, está um pequeno restaurante frequentado apenas por locais. A especialidade são os suflês: na foto o trio de sobremesa de chocolate, caramelo salgado e Gran Marnier, impecáveis! A batata frita, que acompanha o filet Chateaubriand vai deixar saudades.
Cassoulet
Ainda nos tradicionais, ir a Paris e não comer o cassoulet (grosseiramente traduzida para feijoada francesa, feita com feijões brancos), dois endereços são certeiros. O tradicional Benôit, que tem o nome de nada menos que Alain Ducasse por trás, é imperdível. Seu salão faz se sentir na belle époque, com suas paredes decoradas, pinturas e ambiente aconchegante. Outro lugar imperdível também é o Fontaine des Mars, que valeria a visita só pela sobremesa: além de um delicioso cassoulet, também tem o melhor île Flotant de paris, é imperdível.
Souflê
Quem ama um bom suflê? O Le Cigale Récamier do chef Gérard Idoux é conhecido por ser o melhor da cidade e o lugar ideal para provar o tradicional prato da culinária francesa. Já o Le Soufflé passou por uma renovação, mas seu menu continua intacto. É para os amantes do prato se esbaldarem: os salgados é possível escolher um acompanhamento, como queijo com champignon, colocado na hora em um furo no centro.
Chef do momento em Paris, David Toutain é aclamado entre os parisienses por sua técnica. Seu ambiente moderno contrasta com os bistrôs franceses na rua de Surcouf, perto do Invalides. Sabor combinado com técnica, traz pratos que dão gosto de comer – uma verdadeira experiência por ingredientes frescos. Seu menu degustação é surpreendente: pode ser pedido com três, cinco ou sete pratos (o de cinco é mais que suficiente). Delícias como o figo grelhado com sorbet, flores e especiarias vale experimentar. Daqueles para querer voltar.
Chinese high Low
Paris também é um ótimo lugar para comer comida chinesa. Dois lugares contrastam em seus ambientes: um superchique, moderno e luxuoso, já o outro parece que se teletransportou para a China. O Lili, no Península Hotel, tem decoração suntuosa com muitos detalhes luxuosos. Point de descolados e endinheirados, serve o famoso pato laqueado em duas maneiras: na panqueca e salteado na wok, com delicioso molho de laranja, que faz parte do menu degustação de oito pratos. Dica, no almoço, a casa oferece menu um pouco mais enxuto e tão incrível quanto. Já o Diep é como uma passagem rápida para a China. Bem típico, quase não se fala inglês e com um pouco de sorte, o francês. Peça do pato laqueado e dim suns (são como os guiosas no vapor) recheados de camarão ou legumes até o bife com gengibre que vem em fatias bem finas e não dá para parar de comer. As porções são generosas e tudo dá para dividir.
Para adoçar o dia
Na Rua de Rivoli, ao lado do Museu do Louvre, está a centenária casa de chá Angelina muito famosa por seus doces, em especial o calórico Mont-Blanc, a base de chantilly e doce de castanha portuguesa. Na foto, o Choc African, com brownie, mousse de chocolate meio amargo e creme de chocolate, ótimo para um café no meio da tarde. Eu gosto da eclair de chocolate daqui, mas ja tinha acabado. Turístico, muitos reclamam do atendimento, mas com a gente foi superatencioso.
Adora chocolate? São muitos endereços mandatários e imperdíveis na Cidade Luz, não perca estes cinco: Patrick Roger, Jean Philippe, Jean-Paul Hévin , Le Chocolat (Alain Ducasse), e Maison du Chocolat.
Que tal conhecer a Paris de filmes que foram sucesso de bilheteria? Confira nossa matéria:
http://viagemegastronomia.preprod.cnnbrasil.com.br/viagem/de-o-diabo-veste-prada-amelie-poulain-conheca-paris-por-meio-dos-filmes/