Guia Michelin: São Paulo e Rio têm 24 restaurantes estrelados em 2024

Após hiato de quatro anos, seleção brasileira com os melhores restaurantes da ponte aérea volta a agitar o cenário gastronômico do país; confira os destaques

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O Guia Michelin Rio de Janeiro e São Paulo 2024 distribuiu estrelas para 24 restaurantes, sendo seis deles com duas estrelas, outros 15 com uma estrela e três com uma estrela verde. Nenhum endereço conquistou três estrelas, a distinção máxima dada pelo guia.

A nova seleção de restaurantes brasileiros foi revelada na noite desta segunda-feira (20) em cerimônia no hotel Belmond Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. A edição de 2024 marca a volta das avaliações do guia em território nacional após um hiato de quatro anos devido à pandemia de covid-19.

A relação com os restaurantes estrelados foi lançada no Brasil em 2015, sendo esta a sétima edição no país.

Destaques do Guia Michelin Rio e SP

Chefs estrelados sobem ao palco da cerimônia do Guia Michelin Rio e São Paulo 2024
Chefs estrelados sobem ao palco da cerimônia do Guia Michelin Rio e São Paulo 2024 / Tina Bini

Seis restaurantes brasileiros foram honrados com duas estrelas Michelin, entre eles três novas entradas e outros três que mantiveram as estrelas.

O Tuju, reaberto na capital paulista no ano passado no Jardim Paulistano, é uma das novidades. O chef Ivan Ralston faz um meticuloso trabalho autoral ao lado da pesquisadora Katherina Cordás, em que apresentam menus sazonais de 10 tempos pautados em imersões nos biomas brasileiros e organizados segundo influências do clima sobre os ingredientes.

O Evvai, do chef Luiz Filipe Souza, também na capital paulista, havia angariado uma estrela em 2020 e agora subiu de categoria. A casa moderna serve um menu degustação que integra os produtores e ingredientes brasileiros à cultura gastronômica italiana. A confeitaria fica por conta da chef Bianca Mirabili, que segue o DNA da casa ao sair do óbvio com suas criações.

No Rio, o Lasai, do chef Rafa Costa e Silva, abocanhou duas estrelas na seleção deste ano ante à uma estrela da última edição. O restaurante opera desde 2022 em uma pequena casa no Largo dos Leões, em Humaitá, e serve apenas 10 comensais por noite, em que prioriza vegetais cultivados em fazendas nas imediações da Cidade Maravilhosa.

Os outros três restaurante que mantiveram duas estrelas são: o D.O.M, em São Paulo, de Alex Atala, veterano na lista e primeiro restaurante brasileiro a ganhar duas estrelas no país em 2015; o Oro, no Rio, do chef Felipe Bronze, que coloca à mesa menus brasileiros de vanguarda com foco na brasa; e o Oteque, também no Rio, de Alberto Landgraf, que foca vegetais, frutos do mar e peixes e que busca diariamente os melhores ingredientes com o emprego de técnicas modernas no menu degustação.

No total, 15 restaurantes foram condecorados com uma estrela Michelin. Oito deles mantiveram a estrela, enquanto sete novos entraram para a categoria. No Rio, a novidade ficou por conta do San Omakase, no Leblon.

Em São Paulo, as novidades com uma estrela Michelin ficaram por conta das seguintes casas: Fame Osteria, Kazuo, Kuro, Murakami, Tangará Jean-Georges e Oizumi Sushi. Uma das surpresas é o Tangará Jean-Georges, que havia perdido uma estrela em 2020 e que a reconquistou nesta nova seleção.

Confira abaixo os restaurantes estrelados pelo Guia Michelin Rio e São Paulo 2024:

Duas estrelas

Rio de Janeiro

  • Oro
  • Oteque
  • Lasai

São Paulo

  • D.O.M.
  • Tuju
  • Evvai

Uma estrela

Rio de Janeiro

  • Cipriani
  • Mee
  • San Omakase

São Paulo

  • Huto
  • Jun Sakamoto
  • Kan Suke
  • Kinoshita
  • Maní
  • Picchi
  • Fame Osteria
  • Kazuo
  • Kuro
  • Murakami
  • Tangará Jean-Georges
  • Oizumi Sushi

Restaurantes Bib Gourmand e estrela verde

Porco San Zé d'A Casa do Porco, em São Paulo
Porco San Zé é estrela d’A Casa do Porco, que recebeu uma estrela verde e apareceu entre os restaurantes recomendados do guia / Mauro Holanda

Entraram para a conta também três restaurantes com estrela verde, categoria que indica esforços significativos no âmbito da sustentabilidade. Todos ficam em São Paulo. São eles: Tuju, A Casa do Porco e Corrutela.

No total, 37 restaurantes fazem parte da seleção Bib Gourmand, que aponta para estabelecimentos com uma boa cozinha a um bom custo-benefício. Deste número, 12 casas são novas na categoria, enquanto outras 25 já apareceram no passado e mantiveram seu lugar. Alguns nomes que mantiveram são: Ae! Café & Cozinha, Balaio IMS, Banzeiro, Barú Marisquería, Corrutela, Fitó, Komah, Maria e o Boi, Miam Miam e Mocotó, entre outros.

Confira a seguir a lista de NOVOS restaurantes Bib Gourmand no Rio e em São Paulo em 2024:

  • Brota (Rio de Janeiro)
  • Sult (Rio de Janeiro)
  • A Baianeira – MASP (São Paulo)
  • Capim Santo (São Paulo)
  • Cora (São Paulo)
  • Cuia (São Paulo)
  • Feriae (São Paulo)
  • Kotori (São Paulo)
  • Mocotó Vila Leopoldina (São Paulo)
  • Nomo (São Paulo)
  • Più Higienópolis (São Paulo)
  • Shihoma Pasta Fresca (São Paulo)

No total, 82 restaurantes entraram para a categoria Recomendados do guia, sendo 38 novidades, entre eles: Metzi, Nelita, Taraz, Notiê, Animus, Bicol, Blaise, Borgo Mooca, Cais, Kanoe, Maza, Tiara e Toto, por exemplo. Outros 44 que já haviam aparecido em alguma categoria das seleções passadas estão entre os Recomendados, a exemplo de nomes como A Casa do Porco, Bottega Bernacca, Cantaloup, Ama.zo Peruano, Cepa, Charco, Fasano, Tanit e Kosushi, de São Paulo; e L’Etoile, Lilia, Marine Restô, Mr. Lam, Sud e Sushi Leblon, do Rio.

Prêmios especiais

Em paralelo à seleção, alguns prêmios especiais foram entregues durante a noite de cerimônia no Rio de Janeiro. O primeiro da noite foi para o Tuju, que levou para casa o prêmio de Abertura do Ano. A casa fez sua reestreia em setembro do ano passado em novo endereço, desta vez no Jardim Paulistano, e foi uma das reaberturas mais comentadas – e aguardadas – do mundo da gastronomia.

Já a sommelière Maíra Freire, do agora duas estrelas Lasai, levou o prêmio de Sommelier da noite.

Importância do Guia Michelin no Brasil

O Guia Michelin fará avaliações nos restaurantes do Rio de Janeiro e de São Paulo até 2026, como parte de um contrato de três anos firmado junto às prefeituras dos municípios sob um valor total de R$ 9 milhões.

Cecília de Moraes, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Turismo do Rio de Janeiro, destaca que o guia movimenta não somente os restaurantes, mas toda a cadeia turística e econômica.

“É uma grande surpresa ver como é um setor importante que mexe muito com o turismo e com a economia. Percebemos que o chef é um artista na cozinha. A gente quer que o Rio tenha o cenário tradicional de boteco, mas precisamos entender que também temos o ‘puro sangue’ e precisamos vender isso. Mostrar para o mundo”, diz.

O chef Luiz Filipe Sousa, do duas estrelas Evvai, ecoa a mensagem. “Qualquer premiação internacional é sempre muito importante para trazer visibilidade para nossa gastronomia. Acredito que esse movimento incentiva não somente o comércio e os restaurantes locais, mas fortalece a indústria como um todo”, expõe.

A chef Giovanna Grossi, por trás do restaurante paulistano Animus, que entrou para a lista de Recomendados, também ressalta os impactos.

“Acho muito importante o Brasil voltar a ter essa curadoria, porque é um guia internacional. É importante para a gastronomia e para o turismo no país. Temos grandes restaurantes com muito potencial. No período pós-pandemia tivemos uma evolução muito grande nos restaurantes, principalmente no eixo Rio-SP, mas Brasil afora também”, conta a chef.

Vale ressaltar que a seleção é feita de forma independente por inspetores internacionais anônimos, seguindo uma metodologia baseada na avaliação coletiva da qualidade da cozinha. Devem ser seguidos cinco critérios: a qualidade dos produtos, a harmonia dos sabores, o domínio das técnicas culinárias, a personalidade da cozinha, a consistência ao longo do tempo e através do menu como um todo.

A seleção completa com os restaurantes do Guia Michelin Rio de Janeiro e São Paulo pode ser acessada pelo site e pelo aplicativo.

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