Chef Katia Barbosa abrirá o Sofia, restaurante em homenagem à mãe de 92 anos, no RJ

Novo endereço da chef tem a proposta de ser extensão de sua casa, com apenas 20 lugares e comida afetiva que irá explorar ingredientes do Brasil

Daniela Caravaggido Viagem & Gastronomia

Katia Barbosa, ou apenas Katita para os amigos e fãs, dispensa apresentações. Um dos patrimônios do cenário gastronômico carioca, a chef criadora do Bolinho de Feijoada – que conquistou o Brasil (e o mundo) – e jurada nas três temporadas do reality “Mestre do Sabor”, na TV Globo, está prestes a realizar um novo sonho: abrirá um restaurante em homenagem à sua mãe, no Rio de Janeiro.

O “Sofia“, que levará o nome da matriarca de 92 anos, tem inauguração prevista para o fim do mês e endereço certo: ficará na Praça da Bandeira, Zona Norte, bem próximo ao “irmão mais velho” Aconchego Carioca, que faz sucesso há duas décadas na Cidade Maravilhosa.

Foi lá que Katia começou a conquistar paladares e desenvolver receitas que seriam suas marcas registradas até hoje, replicadas em diversos botequins Brasil afora.

Na nova casa, a chef destaca que fará tudo o que sempre quis: fazer uma comida acessível e sem rótulos em um restaurante 100% seu, como se fosse a extensão de sua casa.

“Com os filhos já encaminhados, você entende que pode começar a dar passos que sempre sonhou. Conheci, aprendi e vivenciei muita coisa legal nestes anos e quero reunir todas essas experiências em um só lugar. Sempre tive vontade de fazer algo sem clichês. Sou uma curiosa e defensora da comida brasileira, dos saberes e fazeres. As descobertas pelo Brasil me encantam e queria um espaço para explorar tudo isso do meu jeito, tendo ainda mais liberdade aos 61 anos”, ressalta.

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 A proposta do Sofia

Novo restaurante da chef Katia Barbosa será uma homenagem à sua mãe, de 92 anos, e ficará na Praça da Bandeira, no Rio / Divulgação

Filha de pais paraibanos de nove filhos, Katia exalta que sua mãe sempre foi sua inspiração de vida. “Ela precisava fazer a comida render. Com muito trabalho, muita força, muita coragem, me ensinou muito sobre independência financeira e emocional”, enfatiza.

“Quero homenageá-la em vida. Sou uma pessoa que se quero fazer, faço agora, não posso esperar. Depois, uma pessoa vai embora e vem uma avalanche de sentimentos estranhos de que não fizemos o suficiente. Essa casa só vai existir dessa forma, desse jeito, por causa da existência da minha mãe. Vai ter muita comida afetiva e inclusiva, para vegetarianos, veganos ou carnívoros a um preço acessível”, ressalta.

Para o Sofia, os clientes podem esperar um ambiente intimista, com no máximo 24 lugares. Com fachada que remete casas do interior nordestino, com cores fortes e janelinhas charmosas, a decoração interna explorará móveis em madeiras e arte brasileira.

O cardápio ainda não está definido, mas a chef conta que será construído à base de feedbacks e “broncas” de amigos. “O bolinho de feijoada nasceu assim, com muitos amigos, cerveja e opiniões”, conta rindo.

A ideia é que durante a semana sejam oferecidas opções de menu executivo – por ordem de chegada – e à noite um cardápio à la carte, com no máximo cinco opções de pratos principais, mediante reserva. “Juro que não será caro”, faz questão de dizer.

Seus famosos bolinhos, é claro, ganharão espaço e novos sabores, que ainda não foram revelados. As opções serão harmonizadas com cachaças, drinques brasileiros e vinhos naturais. O cliente que quiser poderá levar sua própria garrafa, sem a cobrança de rolha. “Como é que vou cobrar uma rolha na minha casa? Quero que se sintam como se estivessem me visitando”, destaca.

Estar ainda mais próxima dos comensais é uma das vontades que a chef irá realizar com o novo projeto. A ideia é que ela seja presença constante no restaurante, a não ser que um compromisso de agenda não permita.

“O prazer de quem cozinha é conviver com o cliente. Eu não sabia mais quem eram eles, não conversava mais. O projeto dos meus sonhos era só abrir de fato quando eu estivesse, mas meus amigos me acharam louca, porque terei funcionários e impostos como responsabilidade, mas minha meta é atender todo mundo pessoalmente”, enfatiza.

Para ela, querer fazer uma comida saborosa e criativa neste momento é um amadurecimento em sua carreira.

Uma das coisas que tenho certeza é que vou trabalhar até morrer. Não quero ser escrava do dinheiro. A comida afetiva para mim nunca será clichê. Ela é ligada a sentimentos que te levam para o conforto, cheia de cheiros e sabores. É a maior prova de que alguém nos amou e nos cuidou. É isso que os clientes encontrarão por lá

Katia brinca que tem duas bandeiras: a da comida brasileira e do café da manhã. A ideia é que mais para frente o restaurante abra pelo menos em dois domingos do mês para um brunch, que será servido na laje do estabelecimento, em formato de buffet. “Vamos montar uma estrutura no terraço e as pessoas vão se servindo. Eu gosto de farra e bagunça”, brinca.

Ainda não há um horário de funcionamento oficial, mas a chef já adianta que às segundas e terças o local estará fechado para os clientes, sendo estes dias dedicados às produções.

A previsão de inauguração está para o fim de junho. Enquanto as portas não abrem, os clientes podem degustar suas delícias no Aconchego Carioca, Bar Kalango e Vendinha, todos no Rio de Janeiro.

Restaurante Sofia
Rua Barão de Iguatemi, 257 – Praça da Bandeira, Rio de Janeiro – RJ


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