A sempre bem-vinda Fernando de Noronha: de volta ao paraíso

Sabe aquele ditado o bom filho à casa torna? Pois bem, daria facilmente para se encaixar nesta situação. É assim que me sinto em Fernando de Noronha (matéria aqui), arquipélago desejo dos turistas brasileiros, e não menos desejado e muito visitado por estrangeiros.

Um dos poucos lugares do Brasil que se tem uma política austera de preservação e conscientização, o que resulta em (quase) que respeito unânime. Reforçada pela taxa de preservação, que aumenta a cada dia de estada no paraíso, proporciona maior sensação de responsabilidade e colaboração. Vir em Noronha ao longo do ano nos dá a impressão de que o tempo passa mais devagar. E não é exatamente isso que buscamos nas férias?

Nada de grandes mudanças, naturalmente um restaurante novo aqui, outra pousada lá, mas sem aquela sensação de crescimento desmedido e destrutivo. Já vim muitas vezes ao longo dos anos, já passei por pousadas de pescador, outras bacanas e também nas badaladas Maravilha e Teju Açú.

A pousada Maravilha, hoje sob nova direção, tem serviço atencioso e personalizado, sem a postura superior de anos atrás. A cozinha impressiona com produtos frescos e muito sabor. Os quartos são rústicos, mais que o suficiente, afinal o foco aqui é a natureza. A vista da pousada Maravilha de toda a baia Sueste é seu ponto alto – item raro na ilha, já que não se pode construir mais à beira mar.

Muito procurada pelos estrangeiros, principalmente famosos, como a atriz Penelope Cruz, a Teju Açu tem como diferenciais sua privacidade e o fato de estar encrustada no meio da mata. A equipe de atendimento é extremamente atenciosa, o que deixa a estadia em Noronha ainda melhor. Os bangalôs são aconchegantes, uma piscina gostosa e convidativa, com um dos melhores restaurantes deo arquipélago. Não deixe de pedir o camarão crocante e uma boa caipirinha, a beira da piscina.

A boa e tradicional – e muito famosa – Pousada do Zé Maria mantém seu charme e é super disputada. Acho o restaurante imperdível. Muitos vão me condenar, mas recomendo fugir da bagunça do Festival (quartas e sábados) e degustar os pratos com calma. Destaque para o peixe (se tiver cavala fresca, melhor) com castanha de caju e mel – dá agua na boca só de lembrar!

A Solar dos Ventos, ao lado da Maravilha, também é uma excelente opção. Com melhor preço, em relação a vizinha estrelada, também oferece vista para a estonteante Baía Sueste.

Agora, onde comer? Quais restaurantes “novos”? Vale muito fazer uma refeição no despretensioso O Pico, com massas elaboradas e peixes bem executados. A lojinha de artesanato local é uma ótima desculpa para a espera, cheia de achados bacanas. A Praia da Conceição, perto da Vila dos Remédios, também tem boas opções de petiscos e ainda conta com uma vista linda.

Próximo ao porto de Fernando de Noronha encontra-se o delicioso restaurante Mergulhão, que é parada obrigatória na ilha. Com uma vista estonteante do Pico, Forte da Vila dos Remédios e da Praia do Porto, inova nas combinações de frutos do mar com molho de frutas, como a lagosta com molho de jabuticaba ou o polvo com caju. Para começar, o ceviche ao maracujá e o tartar de atum (pescado no dia) com manga são incríveis. Acompanhe tudo com um bom Rosé (a carta de vinhos é vasta, comparado aos demais da ilha). Guarde espaço para a sobremesa – mil folhas de banana, com doce de leite queimado e tapioca. O café vem com um coador individual, ou seja: mais fresco, impossível.

Para completar, um bom por do sol direto do topo do Forte da Vila dos Remédios ou da Praia do Porto. E aproveite o paraíso. Noronha pela primeira vez? Confira aqui uma geral da ilha, um dos paraísos do Brasil.

Como chegar: Os voos diretos para Noronha partem de Recife e Natal e levam, em média, uma hora até a ilha. Se você for de outras cidades, é necessário fazer conexão nesses aeroportos.

Melhor época para ir: Noronha é quente o ano todo, mas tem uma época mais chuvosa, de março a julho.

Fotos: Daniela Filomeno, Shutterstock, Teju Açu e Solar dos Ventos.