Quer ver um elefante na Tailândia de forma sustentável?
Tailândia explora o turismo, como fonte de renda, mas até que ponto esta exploração é nociva ou válida?
Tailândia explora o turismo, como fonte de renda, mas até que ponto esta exploração é nociva ou válida?
Vir para Chiang Mai, na Tailândia, me fez refletir muito sobre o turismo sustentável e ético. Até que ponto vale uma boa foto ou a diversão? Um dos “pontos altos” da viagem é a visita em uma das diversas reservas de elefantes, bichos que habitam nossos corações. Tanto por sua proximidade de sentimentos de emoções aos humanos até por sua magnitude e fofura.
Agora, o que muitos não sabem, é que dos 30 “santuários” de elefantes localizados em Chiang Mai, na maioria esmagadora, os animais sofrem tortura e são separados de sua família quando pequenos, para se acostumarem com a presença humana. Afinal, o elefante, apesar de toda a sua fofura, está entre um dos animais mais violentos do mundo, ou seja, precisa ser domesticado. Pesando de 4 a 6 toneladas, uma pisada esmaga o que tiver embaixo, fora que o elefante ainda pode correr até 40 km/h, ou seja, quem vai se meter com um animal destes? Entre os animais que se vê em Chiang Mai e os “reais” fica um grande vazio – o que explica o doloroso processo na tentativa de domesticá-los.
Leia Mais:
Bangkok, onde a tradição e modernidade se encontram
Chiang Mai: a capital espiritual da Tailândia
É muito difícil encontrar um local para que faça a visita de forma ética e sustentável, pesquisei, ouvi a agência e fomos em um local que recebe apenas uma família por dia, para não estressar os animais, e que mostraria a sua rotina. Mesmo assim, quando depois de alimentarmos eles (com bananas e cana-de- açúcar), seguiram algumas programações que me deixou com o coração apertado e não gostei, como exibir os “dons artísticos” do elefante, pintando um quatro, ou apresentação de comandos, como um número circense. É verdade que pode ser encantadora a ideia de subir em um elefante, mas o que precisou ser feito para chegar até isto não vale o sacrifício do animal. Argumentaram que famílias reais e população usavam os elefantes como meio de locomoção ou no auxilio da lavoura, mas era outros tempos. Só voltei a relaxar na hora do banho deles, no rio, soltos e tranquilos.
Um dos poucos lugares que se pode ter contato com os elefantes de forma sustentável é o Elephant Nature Park, um centro de resgate de animais que sofreram maus-tratos e ficaram órfãos. Funciona como um centro de reabilitação para os elefantes, que muitas vezes têm danos não só físicos, mas também psicológicos. Lá permitem que os elefantes se juntem em agrupamentos familiares, de acordo com as suas escolhas, o que beneficia sua regeneração. O programa aqui inclui alimentar os animais e depois fazer uma trilha, a pé, para observá-los brincar e se banhar. Eles também possuem outros animais como búfalos, cachorros, entre outros. Além do Norte da Tailândia, também têm centros de reabilitação em Myanmar, Camboja e Índia.