Turismo mundial recua em 2021 e espera níveis pré-pandemia só em 2024

Segundo a Organização Mundial do Turismo, a recuperação foi desigual pelo mundo devido aos diferentes graus de restrições nos países e Ômicron contribuiu para mais incertezas no setor

Inti Landauroda Reuters

A indústria do turismo não espera uma recuperação completa do setor antes de 2024, informou nesta terça-feira (18), a Organização Mundial do Turismo (OMT).

Nos últimos dois anos, o setor teve todos os seus indicadores muito abaixo dos níveis pré-pandemia, começando em 2020 com os bloqueios e restrições de viagens destinadas a conter a propagação da Covid-19, que fez com que pessoas em todo o mundo limitassem suas atividades e perdessem seus meios de subsistência.

O aumento das taxas de vacinação e a flexibilização das restrições de viagem permitiram uma pequena recuperação no segundo semestre de 2021, disse relatório da UNWTO, com sede em Madri, na Espanha. Embora a disseminação da variante Ômicron em dezembro tenha desencadeado outra queda nas reservas de viagens e no otimismo do setor.

“O ritmo de recuperação permanece lento e desigual nas regiões do mundo devido a diferentes graus de restrições de mobilidade, taxas de vacinação e confiança dos viajantes”, disse o relatório.

O sul da Europa do Mediterrâneo, a América Central e o Caribe registraram os maiores aumentos nas chegadas de turistas em comparação com 2020, mas ainda ficaram, respectivamente, 54%, 56% e 37% abaixo dos números de 2019.

Enquanto isso, o número de turistas no Oriente Médio e na Ásia-Pacífico continuou caindo em 2021, diminuindo para 79% e 94% abaixo dos níveis pré-pandemia, respectivamente, já que muitos destinos permaneceram fechados para viagens não essenciais.

O produto bruto direto do turismo global aumentou 19% em 2021 de 2020 para US$ 1,9 trilhão, segundo o relatório, já que cada turista gastou mais e ficou mais tempo do que em 2020. Mas a receita da indústria do turismo ainda mal superou metade dos níveis de 2019.

Cerca de 64% dos profissionais de turismo consultados pela OMT em dezembro não esperavam uma recuperação completa antes de 2024 ou até depois – bem acima dos 45% consultados em setembro, quando as perspectivas de retomada das viagens ainda não haviam sido prejudicadas pela Ômicron.

“O recente aumento nos casos de Covid e a variante Ômicron devem interromper a recuperação e afetar a confiança até o início de 2022, à medida que alguns países reintroduzem proibições e restrições de viagens para certos mercados”, disse o relatório.

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