Baja California se firma como destino enológico; veja quais vinícolas visitar no México

A região de Baixa Califórnia (próximo a Tijuana), no México, é conhecida por sua vocação em produção de vinhos de surpreendente qualidade, apesar de não haver um órgão regulador da bebida por lá. Conheça abaixo algumas do roteiro que fizemos ao norte do país, quase na divisa com os Estados Unidos. Programe-se!

A região de Baixa Califórnia (próximo a Tijuana), no México, é conhecida por sua vocação em produção de vinhos de surpreendente qualidade, apesar de não haver um órgão regulador da bebida por lá. Conheça abaixo algumas do roteiro que fizemos ao norte do país, quase na divisa com os Estados Unidos. Programe-se!

A vinícola La Lomita consegue produzir 4.500 caixas de vinho por ano, algo em torno de 54 mil garrafas das variedades: Shiraz, Merlot, Tempranillo, Chardonnay, Grenache, Cabernet Sauvignon, Barbera e Sauvignon Blanc. Com alma hipster, tem grafite por todas as paredes e móveis contemporâneos. Há poucos lugares para sentar, mas há mesas para ficar em pé, conversando no entorno e apreciando a bebida. A vista é linda para os verdes campos (durante a época de plantio e colheita – junho a agosto) e caramelo desértico durante a baixa temporada (de outubro a fevereiro).

Comunidade de San Marcos, Fraccionamiento 13, San Antonio de las Minas / Tel.: +52 (646)1568466

Sua irmã mais nova, a Finca La Carrodilla, tem uma área de degustação ao ar livre e certificação orgânica (se propõe a fazer vinhos por meio da agricultura biodinâmica). Debaixo de um pergolado e bem aos pés de uma imagem de santa (Guadalupe),
e possível ficar horas e horas conversando, aproveitando a brisa e queijos. Produzem uma média de 3 mil garrafas ao ano em quatro variedades: Chenin Blanc, Shiraz, Cabernet e Tempranillo. No subsolo, a adega encanta pelo seu tapete vermelho e ainda tem uma charmosa lojinha. Não deixe de levar um souvenir para casa. A garrafa de vinho custa cerca de US$ 12 (próximo a R$ 40). Sazonalmente, também cultivam hortifruti sem agrotóxicos.

Parcela 99 Z1 P14, Ejido El Porvenir, 22755, Valle de Guadalupe, Baja California, México / Telefone: +52 646 156 8052

O grande destaque da adega Mina Penélope não é a produção de vinhos em si (ao todo, são 9.600 garrafas/ano). Mas, quando há quatro anos foi criado o restaurante Malva, fruto da amizade do chef Roberto Alcocer com a dona da vinícola que abriga o espaço, a ideia era apenas para ser um pop-up. Porém, o sucesso foi tanto que agora abre o ano inteiro. Os ingredientes são sazonais e o chef é quem cuida da qualidade dos vinhos. A vista é maravilhosa, fica distante 20 minutos de um dos hotéis que nos hospedamos (CuatroCuatros) e, além de se importar com o menu fresh em nove etapas (R$ 191), você pode escolher dar um toque alcoólico e delicioso às refeições. Menu harmonizado sai por R$366. Mas é uma experiência inesquecível… Finalize o almoço com uma visita para ver os barris em repouso.

Carretera Ensenada Tecate Km 96, San Antonio de las Minas Valle de Guadalupe, Ensenada, México / Tel.: +52 (646) 155 3085

O tronco de uma árvore refletindo em um espelho d’água com um pôr do sol alaranjado e inesquecível é a visão que temos quando recordamos da Bruma, uma das vinícolas mais recentes da região, que utilizou materiais reciclados para sua construção, desde madeira reciclada às pedras. A sala principal tem um tronco de carvalho (de 300 anos) como mesa e os barris estão dispostos ao seu lado, em um aquário climatizado de vidro. Possui capacidade para armazenar até 10 mil caixas, e foi desenhada pelo arquiteto Alejandro D’Acosta, que é um dos principais enólogos do país.

Lá dentro há também o Fauna, um restaurante cujo conceito é dividir: tanto a comida quanto os mesões, em que as pessoas vão se acomodando à medida que vagam espaços. Dois jovens chefs, David Castro Hussong e Richard Garcia – ambos com 20 e poucos anos – trazem o frescor da cozinha mexicana com toques estrangeiros. O menu é servido de três maneiras: experimental (em sete etapas, geralmente, por US$ 65 ou US$ 116 combinando vinhos), à la carte (para quem tem pouco tempo; o prato mais caro, o pato dry-aged, custa US$ 43) e o fauna, cujas porções são bem grandes e são pra dividir (US$ 50 por pessoa ou US$ 82 com degustação de vinhos).

Otro Carretera Tecate Ensenada Km. 74 | Valle de Guadalupe, Ensenada 22760, México / Tel.: +52 1 (646) 11.68.031

EXPERIÊNCIAS EM HOTÉIS

Dois hotéis que nos hospedamos na região de Baja California oferecem, junto à hospedagem, pacotes de degustação de vinhos e descobertas enológicas. O Encuentro Guadalupe, por exemplo, mantém seu próprio label, mas não produz muita coisa: são 300 caixas por safra (7.200 garrafas). São 7 hectares de montanhas que produzem uvas para Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Nebbiolo e outras variações. Já o Cuatro Cuatros produz 1500 caixas de vinhos ou 18 mil garrafas ao ano. Entre os tipos, estão: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Grenache. Após fermentar, a bebida fica 44 meses no barril de carvalho (quase 4 anos). Experiência completa!


FYI – Não visitamos, mas a vinícola Monte Xanic sempre aparece na lista dos lugares para ir na região, infelizmente ficou fora do nosso roteiro. É conhecida pelos seus premiados vinhos brancos. A dica lá é degustar uma taça de sauvignon Blanc enquanto aprecia a vista de um lago que fica dentro da vinícola. Nada mal!


O repórter viajou para a região de Baja California a convite do Visit Mexico, em press trip organizada pela MSL Group. As atividades tiveram curadoria do Club Tengo Hambre, coletivo de hosts que trabalha como espécie de concierge, assessorando grupos que querem experiências como um autêntico local.

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