Vinícolas chilenas retiram termos “reserva” e “reservado” de novos rótulos

Medida deseja evitar que consumidores fiquem confusos com os termos na hora da compra. Nomenclatura é aplicada, principalmente, nos rótulos do “novo mundo”

Stêvão Limanada CNN

Reservado, reserva ou gran reserva. Estes são termos que diferenciam o grau de qualidade de cada garrafa fabricada e que servem como norteadores das escolhas dos consumidores na hora das compras, principalmente das bebidas produzidas no chamado “novo mundo”.

No entanto, um movimento de vitivinicultores têm começado a deixar de lado a utilização da nomenclatura, por entenderem que o uso foi “banalizado”.

Uma das vinícolas pioneiras neste movimento foi a chilena TerraNoble. Os enólogos decidiram acrescentar palavras do vocabulário local para tentar caracterizar o potencial das garrafas.

Os vinhos que costumávamos conhecer como “reservado”, aqueles que pertencem à linha de entrada, foram batizados de “Civis”, que traduzido do Latim significa “cidadão”. Na sequência, os vinhos mais elegantes e complexos receberam a denominação de “Azara”, uma homenagem ao arbusto mais encontrado no terroir do Vale do Maule.

Aqueles que requerem mais rigor na produção, comumente conhecidos como “gran reserva”, também passaram a fazer referência à natureza dos vinhedos, ganharam o nome de “Algarrobo”, uma árvore típica do Chile.

Segundo Gonzalo Badilla, diretor de exportação da TerraNoble, a ideia é que o consumidor comece a comprar seus vinhos por meio de outros pilares como a sustentabilidade e a valorização do local onde ocorre a produção.

Além disso, também há inúmeros relatos de pessoas que acabam por confundir os termos “reservas” com os de denominações de origem controlada (DO) ou indicações geográficas (IG).

As siglas são controladas por leis internacionais e obrigam que as vinícolas cumpram uma série de requisitos para poderem receber os títulos, como é o caso dos DOC’s (Denominazione d’Origine Controllata) da Itália ou os AOC’s da França (Appellation d’origine contrôlée).

Na visão dos produtores, o movimento é encarado como mais uma forma de simplificar o mundo do vinho e facilitar o acesso aos consumidores, principalmente para os jovens.

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