“True Detective”: conheça os cenários congelantes da 4ª temporada
Trama se passa no extremo norte do Alasca e, apesar das filmagens não terem ocorrido no estado norte-americano, a produção enfrentou temperaturas negativas e avistou a Aurora Boreal
Os seis episódios de “True Detective: Terra Noturna” não são marcados apenas por mistérios e mortes: o inverno congelante do extremo norte do Alasca se infiltra na história como cenário para as desventuras da detetive Liz Danvers (Jodie Foster) junto da policial Evangeline Navarro (Kali Reis).
A quarta temporada da série antológica da HBO chega ao fim neste domingo (18) e se passa na cidade fictícia de Ennis, onde cientistas da estação de pesquisa Tsalal desaparecem em um ambiente cheio de incógnitas e escuridão.
Apesar da cidadezinha e da estação não existirem na vida real, o fenômeno da noite polar retratado nos episódios é verídico.
A noite polar
A temporada se desenrola a partir do último pôr do sol do ano na cidade Ennis, em que o local ficará no escuro total pelos próximos dois meses. Chamado de noite polar, o fenômeno acontece geralmente entre novembro e janeiro no norte do Alasca, quando o sol não sobe acima do horizonte.
O fenômeno também ocorre em regiões da Finlândia, Noruega, Suécia, Canadá e Groenlândia e costuma atrair turistas curiosos.
Inspirações de “True Detective” no frio do Alasca
Mesmo parecendo bastante autêntica, Ennis não é uma localização real – foi totalmente criada para a série. Apesar disso, a cidade fictícia, descrita como próxima do Círculo Polar Ártico, carrega similaridades com uma região verdadeira do Alasca, a North Slope Borough.
O frio extremo e as condições adversas da área foram grandes inspirações para criar a atmosfera misteriosa de Ennis. O distrito tem uma população bastante esparsa, com pouco mais de 10 mil habitantes, e a cidade de Utqiaġvik (chamada antigamente de Barrow) serve como um núcleo local.
Utqiaġvik é, inclusive, a cidade mais setentrional dos Estados Unidos e serve até os dias de hoje como lar para o grupo indígena Iñupiat, retratado na temporada.
Mas onde “True Detective: Terra Noturna” foi realmente filmada? A resposta está em outro território congelante e cheio de contrastes: a Islândia.
Aurora boreal e lagos congelantes
“A área no Alasca que precisávamos ir era quase inacessível, eles mal têm estradas e seria muito difícil. O clima é muito mais frio do que na Islândia, então filmamos tudo lá, o que não poderia ser mais incrível”, revelou Jodie Foster em entrevista ao programa “Jimmy Kimmel Live”.
Os episódios foram filmados tanto em estúdios na capital Reykjavik quanto em locações no norte do país, segundo a página oficial da série no IMDb, plataforma com dados sobre cinema e televisão.
Em conversa com Jimmy Kimmel, a protagonista Jodie Foster colocou em destaque a cena musical de Reykjavik e a tradição de banhos quentes em águas termais.
As filmagens ocorreram ao longo de meses em que a luz do sol era limitada e a produção chegou a enfrentar temperaturas de até -18ºC. A Aurora Boreal também fez a alegria dos integrantes. No perfil oficial de Issa López, diretora de “True Detective: Terra Noturna”, várias são as fotos com o fenômeno ao fundo.
“Havia momentos em que estávamos gravando em lagos congelados e todos nós olhávamos para cima e, de repente, o céu inteiro estava verde”, disse Jodie Foster para Jimmy Kimmel.
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Cidadezinhas islandesas
No sudoeste do país, Keflavik é uma das localidades que consta nos créditos da temporada. A cidade, que forma uma área metropolitana com Njarðvík e Hafnir, fica a 45 minutos da capital e é lar para o maior aeroporto da Islândia, onde chegam os principais voos internacionais.
A área pode ser porta de entrada para a Península de Reykjanes, um Geoparque Global da UNESCO onde ficam localizados o vulcão Fagradalsfjall e o Blue Lagoon, um dos locais mais conhecidos do país por conta de suas águas geotérmicas que chegam a 38°C.
Já no norte, a equipe se estabeleceu em Akureyri, cidade de 19 mil habitantes apelidada de “capital do Norte da Islândia” que fica a cerca de 100 km do Círculo Polar Ártico. Facilmente percorrida a pé, a cidade conta com jardim botânico e semáforos em formato de coração.
Há possibilidade de avistamento de baleias em certas épocas, aventuras em cânions e trilhas e até atividades na neve, já que a montanha Hlíðarfjall fica bem próxima da localidade.
Na época das gravações, a diretora Issa López compartilhou com seus seguidores um registro da Godafoss, queda d’água no norte do país chamada de “a cascata dos deuses”. Ela fica a cerca de 50 km de Akureyri.
Por fim, os créditos de filmagem também vão para Dalvík, vilarejo com pouco mais de mil habitantes na península de Tröllaskagi. Piscina pública, museu folclórico e instalações de esqui estão entre os atrativos. Uma balsa liga Dalvík à ilha de Grímsey, a comunidade mais ao norte da Islândia, que fica no Círculo Polar Ártico.