Masp terá três novas exposições como parte do ano dedicado às histórias indígenas

Museu de Arte de São Paulo receberá mostras a partir de 30 de junho que exploram objetos produzidos por povos ameríndios a.C. até obras de artistas da atualidade

CNN Viagem & Gastronomiado Viagem & Gastronomia , São Paulo, SP

Dedicando o ano às Histórias Índigenas, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) terá três novas exposições envolvendo o tema a partir da próxima sexta-feira (30).

A primeira delas é a do Comodato Masp Landmann: Cerâmicas e metais pré-colombianos, que ficará em cartaz até 3 de setembro. Com curadoria de Marcia Arcuri e assistência de Leandro Muniz, a mostra traz 721 artefatos pré-colombianos produzidos por povos ameríndios entre os séculos 2 a.C. e 16.

São objetos atribuídos a 35 culturas arqueológicas do continente americano de países como Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Panamá, México, Brasil, além dos caribenhos. Eles espelham o diversificado repertório de ideias, gestos, técnicas e práticas materializadas em cerâmica, metal, madeira, pedra e osso, com composições que integram plumas, fibras, pigmentos vegetais ou minerais.

Esta é a segunda exposição dedicada ao comodato da coleção de arte pré-colombiana de Edith e Oscar Landmann, emprestada em 2016 para permanecer por um período de dez anos no museu. Ela ficará no 2o subsolo do museu.

Vaso de alça estribo de cerâmica é um dos mais de 700 objetos pré-colombianos produzidos por povos ameríndios de nova exposição do MASP / Jorge Bastos

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A segunda delas é a do artista Yanomami venezuelano Sheroanawe Hakihiiwe. Levando o subtítulo “Tudo isso Somos Nós”, a exposição reúne 109 desenhos, monotipos e pinturas que resgatam tradições ancestrais, a memória oral e os saberes cosmológicos de sua comunidade, localizada no município de Alto Orinoco, na Amazônia venezuelana.

Ele usa tintas vegetais fabricadas artesanalmente e extraídas de folhas, frutas, animais e madeiras.

Junto com a artista mexicana Laura Anderson, Hakihiiwe desenvolveu uma técnica de produção de papel com fibras vegetais nativas, e usa tintas fabricadas artesanalmente extraídas de folhas, frutas, animais e madeiras em seus desenhos.

Mínimos e delicados, eles têm símbolos coloridos e texturizados sobre a vasta e intensa relação que sua comunidade tem com a paisagem. Sua obra busca ser uma revisão contemporânea do imaginário Yanomami. A mostra tem curadoria de André Mesquita com assistência de David Ribeiro e estará até 24 de setembro.no 1o subsolo (galeria do museu).

A obra ‘Teia de aranha com orvalho pela manhã’, do artista venezuelano Yanomami Sheroanawe Hakihiiwe, faz parte de sua exposição /

Já a Sala de Vídeo do Masp será dedicada ao artista indígena norte-americano Sky Hopinka até 13 de agosto. Por meio de vídeos, fotos e textos, ele busca expressar sua opinião sobre a paisagem e terra indígena, usando meios de comunicação pessoais, documentais e não ficcionais.

Em suas produções, o cineasta conta histórias que remetem à sua identidade e aos modos de vida indígenas, mergulhando em questões de sua origem por meio de narrativas autobiográficas que se comunicam diretamente com o público nativo, sem a obrigatoriedade de explicar o significado aos espectadores não nativos.

A mostra, com curadoria de María Inés Rodriguez, exibirá os vídeos Kicking the clouds e Mnemonics of Shape and Reason (ambos de 2021). Enquanto o primeiro reflete sobre seus descendentes e ancestrais, guiado por uma gravação de áudio de 50 anos atrás de sua avó aprendendo a língua pechanga com a sua mãe, o segundo percorre a memória de um lugar visitado pelo artista.

Ele sobrepõe e remonta paisagens rochosas do deserto com uma trilha composta por textos e músicas, criando um relato rítmico das implicações espirituais da colonização.

Os ingressos para o Masp podem ser comprados e agendados pelo site e custam de R$ 30 (meia-entrada) a R$ 60 (inteira). Às terças-feiras a entrada é gratuita, assim como em toda primeira quinta-feira do mês.

Masp – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista/Telefone: (11) 3149-5959/Horário de funcionamento: terça, das 10h às 20h (entrada até 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h); fechado às segundas.


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