Twitter quer sinalizar globalmente mais contas ligadas a governos
Discussões sobre o uso da rede social para agendas políticas continuam
O presidente-executivo do Twitter, Jack Dorsey, disse nesta sexta-feira (25) que a plataforma de mídia social planeja expandir a sinalização de contas ligadas a governos em todo o mundo, mesmo defendendo sua política de permitir que líderes de países como Irã e China usem o Twitter.
Durante o Oslo Freedom Forum virtual, organizado pela Human Rights Foundation, Dorsey disse que o Twitter rotulará contas em mais países para dar mais contexto para informações tuitadas por contas ligadas a governos e se há uma agenda por trás disso.
A rede social anunciou a rotulagem pela primeira vez no mês passado, mas apenas inicialmente a aplicou a contas da China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.
O Twitter tem sido amplamente usado por ativistas, às vezes usando pseudônimos, para transmitir abusos de direitos humanos de países como a Arábia Saudita e a China, mas foi criticado por não impedir que atores mal-intencionados usem as chamadas contas “bot” para espalhar desinformação.
Leia também:
Após acusação de escolha racista, Twitter diz que vai revisar algoritmo
Minilua ou lixo espacial? Objeto que se aproxima da Terra intriga cientistas
Nasa traça plano para levar primeira mulher à Lua até 2024
Dorsey disse que a empresa está usando sinais, como quando lotes de novas contas são criadas e com que rapidez eles começam a tuitar sobre determinados tópicos, para reprimir as campanhas de desinformação, enquanto protege ativistas sob pseudônimos.
“Pseudônimo é uma identidade construída e é isso que queremos valorizar e proteger”, disse ele.
Questionado se é hipócrita do Twitter permitir que líderes do Irã e da China usem a plataforma, apesar dos governos bloquearem o acesso aos cidadãos, Dorsey disse que há valor em “entender como eles estão pensando”.