Tubarão pré-histórico tinha barbatana da altura de pessoa adulta
Pesquisadores da Universidade de Bristol e de Swansea, no sul do País de Gales, usaram cálculos matemáticos para descobrir o tamanho do animal
O verdadeiro tamanho de um gigantesco tubarão megalodonte pré-histórico que governou os oceanos há milhões de anos foi revelado pela primeira vez. O animal tinha dentes do tamanho de mãos e uma nadadeira da altura de um adulto humano.
Pesquisadores da Universidade de Bristol, no sudoeste da Inglaterra, e da Universidade de Swansea, no sul do País de Gales, usaram cálculos matemáticos para descobrir o tamanho do tubarão megalodonte a partir de raros restos fósseis de seus dentes.
Os resultados foram publicados quinta-feira (3) na revista Scientific Reports.
Os pesquisadores disseram à CNN que a espécie de tubarão gigante teria crescido até 18 metros de comprimento e pesava cerca de 48 toneladas, que é maior do que qualquer outro tubarão conhecido que tenha existido e mais do que o dobro do tamanho de um grande tubarão-branco.
Com dentes tão grandes quanto mãos humanas, o animal teria uma força de mordida de mais de 10 toneladas, superando a de um grande tubarão-branco, cuja força de mordida é de duas toneladas.
Sua cauda teria chegado a 3,85 metros de comprimento e sua barbatana teria 1,62 metros de altura – a mesma de um humano adulto.
A equipe foi capaz de estimar seu tamanho comparando seus dentes com os das espécies modernas de tubarões. Segundo os cientistas, dentes de tubarão crescem em proporções diferentes dos dentes humanos, seres que nascem com membros mais curtos e cabeça maior.
Com os fósseis de dentes e baseados nas espécies modernas, eles puderam estimar a curva de crescimento do tubarão.
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Jack Cooper, que acabou de concluir o mestrado em Paleobiologia na Escola de Ciências da Terra da Universidade de Bristol e liderou o estudo, disse à CNN que o tubarão (que viveu entre 23 milhões e cerca de três milhões de anos atrás) teria se alimentado de pequenas baleias e pinípedes, que são mamíferos marinhos que hoje incluem focas, morsas e leões marinhos.
“Foram encontrados alguns fósseis com grandes marcas de mordidas serrilhadas que incriminariam o megalodonte como o agressor”, contou Cooper à CNN.
“Sempre fui louco por tubarões. Como estudante de graduação, trabalhei e mergulhei com tubarões-brancos na África do Sul – protegido por uma gaiola de aço, é claro”, acrescentou. “É essa sensação de perigo, mas também o fato de os tubarões serem animais tão bonitos e bem adaptados, que os torna tão atraentes para estudar”.
“De fato, o megalodonte foi o mesmo animal que me inspirou a seguir a paleontologia, quando eu tinha só 6 anos. Então imagina como fiquei no céu por ter a chance de estudá-lo!”
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).