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    Saiba o que é o Super Tucano A-29N, avião militar brasileiro que será produzido em Portugal

    Nova versão da aeronave seguirá as exigências das Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)

    Tiago Tortellada CNN , em São Paulo

    A ida do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Portugal selou uma série de acordos entre os dois países. Entre eles, foi feito um memorando para a produção do Super Tucano, um avião de combate da brasileira Embraer, no país europeu.

    Conforme explica o comunicado da companhia, será montada a nova versão da aeronave, a A-29N, que atende às exigências da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

    Esse acordo foi assinado nesta segunda-feira (24) com as empresas Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), Empordef Tecnologias de Informação, S.A. (ETI), GMVIS Skysoft, S.A. (GMV) e a OGMA S.A. O evento contou com a presença de António Costa, primeiro-ministro português.

    De acordo com a Embraer, o objetivo principal é o desenvolvimento da Base Tecnológica e Industrial de Defesa de Portugal, “reforçando a sua capacidade de desenvolver atividades de engenharia, pesquisa e desenvolvimento”.

    A companhia já havia feito, em 2019, um contrato com o governo português para a aquisição de cinco aviões KC-390 Millenium, um cargueiro militar que surgiu como alternativa ao histórico Hércules, dos Estados Unidos, por ser maior e permitir mais horas de voo.

    O primeiro já foi entregue e está em fase de adaptação. Holanda e Hungria também fizeram encomendas do cargueiro.

    O que é o Super Tucano A-29N

    A Embraer anunciou o Super Tucano A-29N no dia 12 de abril deste ano, durante uma conferência de defesa e segurança. A empresa brasileira explica que essa é uma aeronave de “ataque leve, reconhecimento armado e treinamento avançado”, que pode “vigilância, interceptação aérea e contra-insurgência”.

    A novidade é a atualização das configurações seguindo as exigências da Otan, a organização militar que integra algumas das principais economias e exércitos do mundo, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

    Entre novas configurações estão um novo datalink (um dispositivo de comunicação) e o single-pilot operation (operação por um piloto). Também será possibilitada utilização do veículo em missões de treinamento do tipo Joint Terminal Attack Controller (JTAC) e um novo treinamento que inclui realidade virtual, aumentada e mista.

    O valor estimado de um Super Tucano é de US$ 3,5 milhões, portanto, o acordo tem potencial de movimentar bilhões de dólares, conforme noticiou Priscila Yazbek, da CNN.

    Segundo a Embraer, mais de 260 unidades do A-29, a versão anterior da aeronave, foram entregues em todo o mundo. Ainda de acordo com a companhia, esse modelo foi selecionado por mais de 15 forças aéreas, incluindo a dos Estados Unidos.

    A Força Aérea Brasileira (FAB) utiliza o Super Tucano desde 2004. De acordo com a Embraer, o A-29 tem mais de 500 mil horas de voo acumuladas e aproximadamente 60 mil horas de combate.

    “O A-29 tem a capacidade de operar a partir de pistas remotas e não pavimentadas em bases operacionais avançadas com pouco apoio logístico, tudo isso aliado a baixos custos operacionais e alta disponibilidade (superior a 90%)”, diz a empresa.

    Ele é equipado com diversos sensores e armas “de última geração”, além de um sistema a laser para designar alvos, óculos de visão noturna e Rádio V/UHF. Também tem assentos ejetáveis.

    Quanto ao motor, utiliza um “Pratt & Whitney PT6A-68C energeticamente eficiente com 1.600 shp”, controlado automaticamente por uma unidade de gerenciamento de energia.

    A aeronave também permite treinamento com mísseis do tipo BVR (além do alcance visual) simulados e com sistemas de alerta de radar (RWR).

    O Super Tucano também conta com:

    • Sistema de coleta de imagens;
    • Cabine pressurizada com ar condicionado;
    • Cabine e motor blindados;
    • Sistema Anti-G;
    • Sistema Gerador de Oxigênio a Bordo (OBOGS);
    • Controles HOTAS (mãos na manete do acelerador e no manche);
    • Dois computadores de missão redundantes (MDP – processador da missão e da exibição);
    • Voo automático (piloto automático / sistema diretor de voo);
    • Monitor transparente em cores na altura da linha de visão (conhecido como HUD) com câmera de vídeo;
    • Painel de controle frontal com opção de uma tela CMFD (display multifuncional em cores);
    • Dispensador programável de chaff / flare, cada um com capacidade de 30 cartuchos;

    Dados técnicos do Super Tucano:

    • Custo operacional: em torno de US$ 1.000 por hora de voo
    • Propulsão: turboélice monomotor
    • Tripulação: 1 ou 2 pilotos
    • Envergadura: 11,14 m
    • Comprimento: 11,38 m
    • Velocidade máxima: 590 km/h
    • Alance: 2.855 km
    • Produção: 2003 até hoje
    • Primeiro voo: 02/06/1999

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