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    Radiotelescópio brasileiro BINGO vai investigar o que é o lado escuro do universo

    À CNN Rádio, o físico Elcio Abdalla, que lidera o experimento da USP, explicou como funcionará o equipamento instalado na Paraíba

    IF-USP/Divulgação

    Amanda Garciada CNN

    O projeto do radiotelescópio BINGO, liderado pela Universidade de São Paulo, foi destaque da edição mais recente da revista científica Astronomy & Astrophysics.

    Ele tem o objetivo de estudar o lado escuro do universo e está em processo de construção no sertão da Paraíba.

    A tecnologia conta com colaboração internacional e o trabalho de preparação já dura 12 anos.

    “O objetivo do radiotelescópio é múltiplo, mas em especial de mapear a matéria escura do universo, que representa até 96% de todo o conteúdo material do universo”, afirmou o físico e professor da USP Elcio Abdalla, à CNN Rádio.

    Segundo ele, ainda há uma meta tecnológica para o telescópio de “sensoriamento remoto”, com questões novas dentro da tecnologia, da educação e divulgação da ciência, além do desenvolvimento regional para a Paraíba.

    Lado escuro

    Mas o que é o lado escuro do universo? A questão é complexa, de acordo com o cientista.

    “Foi conjecturado 90 anos atrás que há mais matéria no universo do que a visível, como planetas, buracos negros, mas hoje se sabe que não é nada disso.”

    Elcio afirmou que, na realidade, se trata de “algo escuro, como se fosse um líquido transparente que atrai, mas com o qual não podemos ter interação porque não envolve eletromagnetismo.”

    Para resumir, “nada conhecemos sobre essa energia escura, mas ela faz com que o universo se expanda, é inédito e desconhecido na física, não sabemos nenhuma propriedade dela.”

    “O objetivo principal do radiotelescópio BINGO é achar propriedades desse setor escuro através de medidas de ondas gigantescas.”

    O físico disse que a fase atual do radiotelescópio vai durar de 3 a 4 meses, com testes de bom funcionamento, para “no primeiro quarto de 2023 tenhamos as primeiras luzes da astronomia, que são as observações científicas, que vão durar alguns anos”.

    *Com produção de Camila Olivo