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    Presidente da Microsoft defende regulação maior dos governos sobre IA

    Para Brad Smith, os benefícios da inteligência artificial são vários, mas é importante prezar por sua segurança

    Ramishah Marufda CNN , em Nova York

    O governo precisa trabalhar mais rápido para regular a inteligência artificial (IA), que tem mais potencial para o bem da humanidade do que qualquer outra invenção anterior.

    Essa é a opinião de Brad Smith, presidente da Microsoft e vice-presidente do conselho da empresa, dita no “Face the Nation”, um programa dominical da rede de TV norte-americana CBS.

    Os usos da IA são quase “onipresentes”, disse Smith, “na descoberta de medicamentos e drogas e no diagnóstico de doenças, ou ainda na distribuição de recursos da Cruz Vermelha, por exemplo, ou de outros órgãos em um desastre, para encontrar aqueles que estão mais vulneráveis onde os edifícios desabaram”, acrescentou o executivo.

    Smith também disse que a IA não é tão “misteriosa” quanto muitos pensam, e acrescentou que ela está ficando mais poderosa.

    “Se você tem um aspirador robô em casa, ele encontra uma rota pela sua cozinha usando inteligência artificial e aprendendo no que pode bater e como contornar isso”, exemplificou.

    Preocupações

    Em relação às preocupações sobre o poder da IA, Smith disse que qualquer tecnologia que existe hoje parecia perigosa para as pessoas que viviam antes dela.

    Para ele, as quedas em vagas de trabalho devido à IA aumentarão nos próximos anos, não meses.

    “Para a maioria de nós, a forma como trabalhamos mudará”, disse o presidente da gigante de tecnologia. “Vamos precisar de um novo conjunto de habilidades que teremos de desenvolver e adquirir.”

    Para evitar situações como o caso recente de uma foto falsa de uma explosão perto do Pentágono, Smith disse que precisa haver um sistema de marca d’água, ou “usar o poder da IA para detectar quando isso acontece”.

    “É preciso incorporar o que chamamos de metadados, que é uma parte do arquivo que, se for removida, é possível detectar. Se houver uma versão alterada, nós, na verdade, criamos uma marca. Seria como a impressão digital de algo, e daí podemos procurar essa impressão digital na internet”, explicou.

    Ele acrescentou que um novo caminho deve ser encontrado para haver um equilíbrio entre deepfakes e anúncios enganosos e a liberdade de expressão.

    Agência reguladora para IA

    Com o ano de eleições presidenciais nos EUA se aproximando e a ameaça de operações de influência cibernética estrangeira pairando continuamente no ar, Smith disse que o setor de tecnologia precisa se reunir com os governos em uma iniciativa internacional.

    De fato, o presidente da Microsoft diz que apoia a criação de uma nova agência governamental para regular os sistemas de inteligência artificial.

    “Seria algo que garantiria não só que esses modelos sejam desenvolvidos com segurança, mas também que sejam implantados em grandes data centers, por exemplo, onde possam ser protegidos contra segurança cibernética, segurança física e ameaças de segurança nacional”, listou.

    Smith não acredita que uma pausa de seis meses em sistemas de IA que são mais poderosos do que o GPT-4 é “a resposta”, como Elon Musk e o cofundador da Apple, Steve Wozniak, defenderam recentemente.

    “Acho que é muitíssimo difícil diminuir o ritmo da tecnologia, e não acho que a China vai topar entrar nessa onda”, opinou. “Vamos usar esses seis meses para ir mais rápido”.

    Smith sugeriu que o próprio governo deveria implementar regras para adquirir apenas serviços de IA de empresas que estão implementando protocolos de segurança adequados.

    “O mundo está avançando”, disse o presidente da Microsoft. “Vamos garantir que os Estados Unidos pelo menos acompanhem o resto do mundo”.

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