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    Oceanógrafos encontram montanha subaquática 4 vezes maior que o Burj Khalifa

    Durante expedição ainda foram encontradas espécies raras, nunca antes vistas

    Katie Huntda CNN

    Uma expedição liderada pelo Schmidt Ocean Institute, na Califórnia, encontrou recentemente uma montanha subaquática da mesma altura que quatro arranha-céus da altura do Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, empilhados um sobre o outro.

    Localizado no Oceano Pacífico a 900 milhas (aproximadamente 1.448 km) da costa do Chile, o monte submarino tem 1,9 milhas (aproximadamente 3 km) de altura e faz parte de uma cadeia de montanhas subaquáticas que abriga jardins de esponjas, corais antigos e espécies marinhas raras — incluindo um tipo de lula filmada pela primeira vez.

    Uma equipe liderada pelo Schmidt Ocean Institute explorou a região usando o navio de pesquisa R/V Falkor (too) durante uma expedição de 28 dias que terminou este mês. Os pesquisadores mapearam a montanha usando um sistema de sonar sob o casco do navio.

    “As ondas sonoras descem, ricocheteiam na superfície e medimos o tempo que leva para voltar e ser medido. A partir disso, temos uma ideia muito boa [da topografia do fundo do mar]”, disse Jyotika Virmani, diretora-executiva do instituto.

    “É importante porque, no momento, apenas cerca de 26% do fundo do mar foi mapeado para esse tipo de resolução. E o fundo do mar cobre 71% da superfície do nosso planeta”, ainda acrescentou.

    Oceanógrafos estimam que haja pelo menos 100.000 montes submarinos com mais de 1.000 metros (3.280 pés) ao redor do mundo. Eles fornecem habitats importantes para uma variedade de espécies.

    A montanha subaquática recém-mapeada é maior que o Monte Olimpo na Grécia, que tem 2.917 metros (9.570 pés) de altura; menor que o Monte Fuji do Japão, que tem 3.776 metros (12.388 pés) de altura; e quase quadruplica a altura de 830 metros (2.723 pés) do Burj Khalifa, a torre de Dubai.

    Monstros de espaguete, um polvo fantasmagórico e uma lula rara

    Usando um robô subaquático, a equipe explorou uma das cristas da montanha, encontrando uma região rica em biodiversidade marinha.

    Os pesquisadores documentaram um polvo Casper branco fantasmagórico, marcando a primeira vez que esse cefalópode de vida profunda foi visto no Pacífico sul. Eles também avistaram dois sifonóforos Bathyphysa raros, conhecidos como monstros de espaguete voadores por sua aparência semelhante a uma corda. “O polvo (Casper) nunca foi capturado, então ele ainda não tem um nome científico”, explicou Virmani.

    A equipe também gravou pela primeira vez uma lula Promachoteuthis viva, conhecida apenas por alguns espécimes coletados.

    As descobertas foram destaques da terceira expedição do navio de pesquisa este ano para a Cordilheira de Nazca, localizada em águas internacionais. De acordo com Virmani, região pode ser uma concorrente para a primeira área marinha protegida de alto mar do mundo sob um novo tratado da ONU adotado em 2023 que está sendo ratificado pelos estados.

    “Nas três expedições, conseguimos mapear e explorar 25 montes submarinos, o que é um número considerável para explorar”, disse ela. “Acho que temos alguns bons dados como comunidade que podem ser apresentados para defender que esta é uma região realmente interessante para proteção”.

    As duas expedições anteriores em janeiro e fevereiro catalogaram 150 espécies até então desconhecidas. Outras novas 20 espécies potenciais foram coletadas durante a expedição mais recente.

    Os detalhes das espécies recém-descobertas serão compartilhados com o Censo Oceânico, uma ambiciosa colaboração internacional para registrar a vida marinha escondida nos oceanos do mundo.

    O objetivo é identificar 100.000 espécies desconhecidas nos próximos dez anos, permitindo que os cientistas entendam e protejam melhor o ecossistema das profundezas do mar.

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