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    Lançamento de satélite revolucionário da Nasa e do Japão é adiado por mau tempo

    XRISM é capaz de detectar a luz de raios-X, invisível para os humanos, e permitirá investigar alguns dos objetos mais quentes do universo, que incluem estrelas em explosão e buracos negros

    Projeto artístico mostra como deve ser o XRISM, missão de raios X que poderá estudar estrelas em explosão e buracos negros
    Projeto artístico mostra como deve ser o XRISM, missão de raios X que poderá estudar estrelas em explosão e buracos negros Laboratório de imagens do Goddard Space Flight Center/NASA

    Ashley Stricklandda CNN

    O lançamento de um satélite revolucionário que poderá revelar objetos celestes sob uma nova luz e do módulo lunar “Moon Sniper” foi adiado.

    A decolagem era esperada para 21h26 deste domingo (27) no horário de Brasília — 9h26 da manhã de segunda-feira no Japão –, mas o mau tempo, com ventos fortes sobre o local de lançamento, levaram ao adiamento menos de 30 minutos antes, de acordo com a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa, na sigla em inglês).

    Embora a agência não tenha anunciado uma nova data de lançamento, a plataforma de lançamento do Centro Espacial Tanegashima está reservada até 15 de setembro.

    O lançamento já havia tinha sido remarcado duas vezes antes por conta do mau tempo.

    O satélite XRISM, também chamado de Missão Raio-X e de Espectroscopia, é uma missão conjunta entre a Jaxa e a Nasa, juntamente com a participação da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Canadense.

    Junto com a missão está o Slim da Jaxa, ou “Smart Lander for Investigating Moon” (“módulo de pouso inteligente para investigar a lua”).

    Este módulo de pouso de exploração em pequena escala foi projetado para demonstrar um pouso “pontual” em um local específico dentro de um raio de 100 metros, em vez da distância típico em quilômetros, contando com tecnologia de pouso de alta precisão.

    A precisão deu origem ao apelido da missão, Moon Sniper.

    O satélite e seus dois instrumentos observarão as regiões mais quentes do universo, as maiores estruturas e os objetos com as maiores gravidades, segundo a Nasa.

    O XRISM detectará a luz de raios-X, um comprimento de onda invisível para os humanos.

    Explosões estelares e buracos negros

    Os raios-X são emitidos por alguns dos objetos e eventos mais energéticos do universo, e é por isso que os astrônomos querem estudá-los.

    “Algumas das coisas que esperamos estudar com o XRISM incluem as consequências de explosões estelares e partículas lançados quase à velocidade da luz por buracos negros supermassivos nos centros das galáxias”, disse Richard Kelley, investigador principal do XRISM no Goddard Space Flight Center da Nasa. em Greenbelt, Maryland, em comunicado.

    “Mas é claro que estamos muito entusiasmados com todos os fenómenos inesperados que o XRISM irá descobrir à medida que observa o nosso cosmos.”

    Comparados com outros comprimentos de onda de luz, os raios-X são tão curtos que passam através dos espelhos em forma de prato que observam e coletam luzes visíveis, infravermelha e ultravioleta, caso dos telescópios espaciais James Webb e Hubble.

    Com isso em mente, o XRISM possui milhares de espelhos curvados, mais bem projetados para detectar raios-X. O satélite precisará ser calibrado por alguns meses quando chegar à órbita. A missão está projetada para operar por três anos.

    O satélite pode detectar raios-X com energias que variam de 400 a 12 mil elétron-volts, o que está muito além da energia da luz visível de 2 a 3 elétron-volts, segundo a Nasa. Esta faixa de detecção permitirá estudar eventos extremos cósmicos em todo o universo.

    O satélite carrega dois instrumentos chamados Resolve e Xtend. O Resolve rastreia pequenas mudanças de temperatura que ajudam a determinar a fonte, a composição, o movimento e o estado físico dos raios-X.

    O Resolve opera a 459,58 graus Fahrenheit negativos (273,10 graus Celsius negativos), uma temperatura cerca de 50 vezes mais fria que a do espaço, graças a um recipiente de hélio líquido do tamanho de uma geladeira.

    Este instrumento ajudará os astrônomos a desvendar mistérios cósmicos, como os detalhes químicos do gás quente e brilhante dentro dos aglomerados galácticos.

    “O instrumento Resolve do XRISM nos permitirá observar a composição das fontes cósmicas de raios-X em um grau que não era possível antes”, disse Kelley.

    “Prevemos muitos novos insights sobre os objetos mais quentes do universo, que incluem estrelas em explosão, buracos negros e as galáxias alimentadas por eles, além de aglomerados de galáxias.”

    Enquanto isso, o Xtend fornecerá ao XRISM um dos maiores campos de visão já proporcionados por um satélite de raio-X.

    “Os espectros que o XRISM coleta serão os mais detalhados que já vimos para alguns dos fenômenos que observaremos”, disse Brian Williams, cientista do projeto XRISM da Nasa em Goddard, em nota.

    “A missão irá nos dar informações sobre alguns dos locais mais difíceis de estudar, como as estruturas internas das estrelas de nêutrons e os jatos de partículas próximos da velocidade da luz, alimentados por buracos negros em galáxias ativas.”

    Moon Sniper está de olho em uma cratera

    Enquanto isso, o Slim usará seu próprio sistema de propulsão para se dirigir à Lua.

    A espaçonave chegará à órbita lunar cerca de três a quatro meses após o lançamento, orbitará a Lua por um mês e começará sua descida para a tentativa de um pouso suave entre quatro a seis meses após o lançamento.

    Se o módulo de pouso for bem-sucedido, a demonstração da tecnologia também estudará brevemente a superfície lunar.

    Ao contrário de outras missões recentes que visam o polo sul lunar, o alvo do Slim é um local próximo de uma pequena cratera de impacto lunar chamada Shioli, nas proximidades do Mar do Néctar.

    Lá, ele deve investigar a composição das rochas que pode ajudar os cientistas a descobrir as origens da Lua.

    O local de pouso fica logo ao sul do Mar da Tranquilidade, onde a Apollo 11 pousou perto do equador da Lua em 1969.

    Áreas ricas em recursos como o polo sul lunar e as suas regiões permanentemente escuras e cheias de gelo também apresentam uma série de perigos com crateras e rochas. As missões futuras precisarão pousar em uma área estreita para evitar esses percalços.

    O Salim também possui um design leve que pode ser útil conforma as agências planejam missões futuras e exploram luas de outros planetas, como Marte.

    Se o Slim for bem sucedido, afirma a Jaxa, ele transformará as missões de “pousar onde conseguimos para pousar onde quisermos”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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