Golpes ligados à vacinação contra Covid-19 tentam roubar dados e clonar WhatsApp
Criminosos oferecem falso cadastro para agendar imunização
A vacinação contra a Covid-19 começou nesta segunda-feira (18) na maioria dos estados. No entanto, golpes que usam a promessa de imunização para roubar de dados de pessoas interessadas na vacina já ocorrem há dias.
Na última quinta-feira (14), o Ministério da Saúde publicou uma nota dizendo que havia tomado conhecimento de tentativas de fraude pelo celular usando o nome do órgão.
Um criminoso ligaria para a possível vítima, se identificando como agente da pasta e oferecendo um pré-cadastro para a vacinação, a fim de obter informações pessoais da vítima.
Outra possibilidade seria uma mensagem de texto com um link ou código para esse falso cadastro, que pode levar à clonagem do WhatsApp do usuário.
O Ministério alerta que não faz agendamento de vacinação, não pede dados da população e nem envia códigos para usuários do sistema de saúde. Caso receba essas ligações ou mensagens pelo celular, a pasta orienta a não fornecer nenhum dado e denunciar às autoridades competentes.
Cadastro para vacinação
Até o momento, não há nenhum cadastro nacional para vacinação contra a Covid-19. Em outro comunicado, a pasta, junto ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) disse que o acesso a vacinas por meio do SUS não está condicionado a cadastro em nenhum aplicativo ou plataforma.
“Se no momento da imunização contra a Covid-19 o cidadão não esteja de posse de nenhuma identificação, o estabelecimento de saúde, em sua plataforma CadSus, poderá efetuar o devido cadastro e o processo de imunização ocorrerá normalmente”, diz a nota.
“Ninguém que pertence ao público prioritário da campanha, definido naquele momento, deixará de ser vacinado”.
Em São Paulo, foi disponibilizado um portal para um pré-cadastro não-obrigatório, no endereço vacinaja.gov.br. O governo alertou, porém, para que a população não acesse falsas plataformas com o mesmo pretexto.
“O Vacina Já tem o domínio do governo (.gov.br). Não tem como fraudar isso. É um site verdadeiro. Estamos lidando com fake news desde o início da pandemia, então precisamos estar atentos”, explicou Eduardo Pugnali, secretário executivo de Comunicação de São Paulo, ao Estadão Conteúdo.
Como não cair em golpes pelo WhatsApp
A orientação de especialistas em segurança digital é ativar a verificação em duas etapas, que está disponível nas configurações do aplicativo e nunca compartilhar o código de confirmação que chega via mensagem.
Além disso, desconfie de links suspeitos, ligações ou SMS que oferecem vantagens e convites. Caso fique em dúvida, é melhor consultar os canais de comunicação oficiais do órgão ou da empresa que teria feito o contato.
Caso tenha sido enganado, a primeira medida é avisar seus contatos telefônicos. Depois, é possível tentar recuperar a conta ao desinstalar o aplicativo, baixar novamente na loja de apps do celular e tentar entrar na conta com um novo código de ativação. Se der certo, a pessoa que estiver utilizando sua conta em outro aparelho será desconectada e você poderá retomar o acesso.
Também é possível entrar em contato com o próprio WhatsApp pelo e-mail support@whatsapp.com explicando a situação e informando o número de seu celular (com o código do país e o DDD).
Nesses casos, a conta será bloqueada por até 30 dias e, durante esse período, a empresa pode exigir documentos para comprovar quem é o verdadeiro dono e restaurar o acesso.
Se você reativar a sua conta dentro desse período, receberá as mensagens pendentes no seu novo aparelho – de for o caso – e permanecerá nas conversas em grupo de qual fazia parte. Se sua conta não recuperada dentro de 30 dias, será extinta.
Outra recomendação dos especialistas em segurança é o registro de um boletim de ocorrência em uma delegacia, para que sejam iniciadas investigações.
É importante que os rastros digitais do crime, como print de páginas e telas, URLS, e-mails, mensagens recebidas por SMS, entre outros, sejam guardados, já que podem ajudar a polícia e servir como provas em eventuais processos.
(Com informações de Murillo Ferrari, da CNN em São Paulo, da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo)