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    Fósseis sul-africanos revelam detalhes de jornada épica de um predador

    Achados contam a história de um precursor mamífero que ao longo de várias gerações migrou do outro lado do mundo em uma tentativa desesperada e fracassada de sobreviver

    Will Dunhamda Reuters , em Washington

    Foi um momento terrível para a vida na Terra. O aquecimento global descontrolado desencadeado pelo vulcanismo calamitoso na Sibéria infligiu a pior extinção em massa já registrada, condenando talvez 90% das espécies cerca de 252 milhões de anos atrás, no final do Período Permiano.

    Ao contrário do asteroide de 66 milhões de anos atrás que devastou os dinossauros, esse evento de extinção se desenrolou ao longo de um período prolongado, com espécies perecendo uma a uma, conforme as condições pioravam.

    Cientistas afirmaram, na segunda-feira (22), que fósseis desenterrados na África do Sul fornecem uma amostra desse drama, contando a história de um predador que ao longo de várias gerações migrou do outro lado do mundo em uma tentativa desesperada e fracassada de sobreviver.

    Precursor mamífero com dente de sabre do tamanho de um tigre chamado Inostrancevia, o animal era conhecido apenas a partir de fósseis escavados no canto noroeste da Rússia, na fronteira com o Mar Ártico, até que novos restos foram descobertos em uma fazenda no centro da África do Sul.

    Os fósseis sugerem que Inostrancevia deixou seu local de origem e caminhou ao longo do tempo — talvez centenas ou milhares de anos — cerca de 12.000 km através do antigo supercontinente da Terra, Pangea, quando os continentes de hoje estavam unidos.

    O Inostrancevia preencheu o topo do nicho ecológico de predador na África do Sul, deixado vago depois que outras quatro espécies já haviam desaparecido.

    “Entretanto, não sobreviveu lá por muito tempo”, disse o paleontólogo Christian Kammerer, do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte, principal autor da pesquisa publicada na revista Current Biology, observando que Inostrancevia e todos os seus parentes mais próximos desapareceram na extinção em massa chamada de “a Grande Morte”.

    “Portanto eles não têm descendentes vivos, mas são membros de um grupo maior chamado sinapsídeos, que inclui mamíferos como representantes vivos”, acrescentou Kammerer.

    O Inostrancevia faz parte de um conjunto de animais chamados protomamíferos que combinavam características semelhantes a répteis e mamíferos. Tinha de 3 a 4 metros de comprimento, aproximadamente o tamanho de um tigre siberiano, mas com um crânio proporcionalmente maior e alongado, assim como enormes dentes caninos semelhantes a lâminas.

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