FDA aprova primeiro videogame como tratamento terapêutico para crianças
Jogo é indicado para crianças entre 8 e 12 com sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), sem substituir a medicação ou a terapia
O jogo de videogame EndeavorRx, da Akili Interactive, foi autorizado pela agência responsável por regulamentar medicamentos nos Estados Unidos, a ser prescrito para o tratamento de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O jogo é indicado para crianças entre 8 e 12 anos de idade e pode ser usado no tratamento para melhorar a atenção, sem substituir medicação ou terapia.
De acordo com Jeffrey Shuren, diretor do Centro de Aparelhos e Saúde Radiológica da FDA, o EndeavorRX “oferece uma opção não-medicamentosa para tratar sintomas relacionadas ao déficit em crianças, além de ser um exemplo do crescimento da área de terapia digital”. De acordo com a FDA, a condição afeta cerca de 4 milhões de crianças entre 6 e 11 anos nos Estados Unidos.
Para a aprovação do jogo, a Agência revisou estudos realizados com mais de 600 crianças que avaliaram os efeitos na atenção dos participantes, medida pelo Teste de Variáveis de Atenção. Frustação, dor de cabeça, tontura e agressividade forma os únicos efeitos mínimos observados entre as crianças.
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Em fevereiro deste ano, a Akili Interactive publicou estudo na revista The Lancet em que demonstrava os efeitos benéficos do EndeavorRx. Após 4 semanas de tratamento com o videogame, um terço das crianças deixou de apresentar significativo déficit de atenção em pelo menos uma medida de atenção objetiva. Cerca de metade dos pais afirmaram perceber uma mudança significativa no comportamento de seus filhos após um mês de tratamento com o jogo.
“Estamos orgulhosos em fazer história com a decisão da FDA”, afirmou Eddie Martucci, chefe executivo da Akili Interactive. “Estamos usando a tecnologia para ajudar no tratamento de uma maneira completamente nova”, completou. O jogo estará disponível em breve para as famílias com crianças que sofrem com o déficit. Por enquanto, o pai ou responsável médico deve se inscrever na lista de espera, em site disponibilizado pela empresa.