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    Fábricas de eletrônicos ainda enfrentam dificuldade de abastecimento, diz associação

    Falta de componentes eletrônicos segue gerando atrasos de produção e entregas em 33% das empresas

    Eduardo Laguna, do Estadão Conteúdo

    Embora o pior momento da crise de abastecimento tenha ficado para trás na indústria de aparelhos eletrônicos, persistem as dificuldades do setor na aquisição de peças.

    A última sondagem com associados da Abinee, a entidade que representa o setor, retrata um quadro de recomposição de estoques de peças, o que permitiu a redução significativa das interrupções de linhas.

    Por outro lado, ainda é expressivo o número de fábricas que encontram obstáculos para comprar matérias-primas, ao mesmo tempo em que voltam a aumentar as queixas sobre a elevação do custo de produção.

    Na pesquisa mais recente da Abinee, relativa a janeiro, 44% dos fabricantes de aparelhos como tevês, celulares e notebooks relataram alguma dificuldade para encontrar componentes e matérias-primas no mercado. É mais do que os 40% apurados em dezembro.

    O maior problema continua sendo a disponibilidade de componentes eletrônicos. Entre as fábricas que utilizam semicondutores, seis em cada dez ainda têm dificuldade na aquisição do insumo.

    A falta de componentes eletrônicos segue gerando atrasos de produção e entregas em 33% das empresas. Os impactos, no entanto, são bem menos graves se comparados ao quadro de um ano antes, com apenas 4% dos fabricantes relatando agora paradas de parte da produção.

    A expectativa da maioria das empresas do setor (67%) é de normalização no fornecimento de componentes eletrônicos até o fim do ano.

    Os estoques de componentes já estão em nível considerado normal em 67% das fábricas, e uma a cada quatro das empresas aponta até mesmo estoque de componentes e matérias-primas acima do normal.

    As reclamações por atrasos no recebimento de cargas importadas, feitas por 36% das empresas, seguem entre os menores porcentuais desde que a questão entrou na sondagem, em abril de 2021.

    Por outro lado, após o alívio na inflação dos insumos no segundo semestre do ano passado, subiu de 40%, em dezembro, para 47%, em janeiro, a parcela dos associados da Abinee que relatam pressões acima do normal nos custos de componentes e matérias-primas.

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