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    Este exoplaneta gigante é tão deformado que parece uma bola de futebol americano

    Pesquisadores acreditam que forma alongada se deve à força das marés do planeta WASP-103b, que tem quase o dobro do tamanho de Júpiter.

    Ashley Stricklandda CNN

    Na busca por planetas que estão além do nosso sistema solar, os astrônomos encontraram um exoplaneta gigante que se parece mais com uma bola de futebol americano ou de rugby, do que com uma esfera.

    O planeta, chamado WASP-103b, é um dos extremos. Localizado a cerca de 1.225 anos-luz da Terra, na constelação de Hércules, o planeta tem quase o dobro do tamanho de Júpiter.

    O estranho mundo também está 50 vezes mais perto de sua estrela, a WASP-103, do que a Terra está do sol. Ele faz uma órbita completa em torno dela em pouco menos de um dia terrestre. Com sua escala e órbita curta, este gigante gasoso é classificado como o planeta “Júpiter quente”.

    O planeta foi descoberto pela primeira vez em 2014 e foi observado usando os telescópios espaciais Hubble e Spitzer. Os pesquisadores queriam obter outra perspectiva do WASP-103b usando a missão conjunta da Suíça e do satélite CHaracterising ExOPlanet Satellite (CHEOPS) da Agência Espacial Europeia, para combiná-la com as observações anteriores.

    O satélite, lançado em 2019, procura planetas potencialmente habitáveis. Ele detecta planetas usando o método de trânsito, ou seja, medindo as quedas no brilho estelar, quando um planeta passa na frente de uma estrela.

    Quando os astrônomos observaram o WASP-103b passar na frente de sua estrela, eles foram capazes de ver a forma estranha do planeta, semelhante a uma bola de futebol americano.

    Um estudo detalhando as descobertas foi publicado na terça-feira na revista Astronomy & Astrophysics.

    “Depois de observar vários dos chamados ‘trânsitos’, fomos capazes de medir a deformação. É incrível que conseguimos fazer isso – é a primeira vez que tal análise é feita”, disse em nota o coautor do estudo Babatunde Akinsanmi, um pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Genebra, na Suíça.

    O papel das marés oceânicas

     Os pesquisadores suspeitam que a forma alongada se deve à força das marés maciças que ocorrem no planeta.

    Na Terra, as marés oceânicas são, em grande parte, o resultado da atração gravitacional da lua. Essa força causa marés baixas e altas, mas nada dramático o suficiente para ser visível do espaço.

    “Por causa da grande proximidade dele com sua estrela, já suspeitávamos que são causadas marés muito grandes no planeta. Mas ainda não conseguimos verificar isso”, disse por meio de um comunicado o coautor do estudo Yann Alibert, professor de astrofísica da Universidade de Berna, na Suíça.

    A deformação do planeta também permitiu que os pesquisadores aprendessem mais sobre sua composição, que é gasosa como Júpiter. Enquanto o maior planeta do nosso sistema solar tem uma temperatura média frígida de 108 graus Celsius negativos, este planeta provavelmente está inflado devido ao calor de sua estrela incrivelmente próxima, e é por isso que é considerado um planeta “Júpiter quente”. A estrela dele é cerca de 200 graus mais quente e 1,7 vezes maior que o nosso sol.

    Os astrônomos querem investigar outro mistério sobre o planeta. Normalmente, um planeta massivo como este orbitando perto sua estrela hospedeira, gradualmente se aproximaria dela e, ao longo do tempo, seria engolido por ela. As medições atuais parecem sugerir que o planeta está se afastando, em vez de se aproximar de sua estrela.

    Observações futuras podem ajudar os astrônomos a descobrir mais sobre a estrutura interna e a deformação do planeta, bem como quaisquer exoplanetas semelhantes. Júpiteres quentes provaram serem comuns durante as primeiras da detecção de exoplanetas, mas planetas deformados são incrivelmente raros.

    Anteriormente, o Telescópio Espacial Hubble revelou que o calor extremo e a intensa gravidade de sua estrela estão deformando outro planeta, chamado WASP-121b, na forma de uma bola de futebol americano.

    “Isso melhoria nossa compreensão desses chamados ‘Júpiteres quentes’ e permitiria uma melhor comparação entre eles e planetas gigantes do Sistema Solar”, disse em nota a coautora do estudo, Monika Lendl, professora assistente de astronomia da Universidade de Genebra.

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