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    Em meio à guerra na Ucrânia, Rússia lançará primeira missão à Lua em quase 50 anos

    Segundo a agência espacial russa, o foguete Soyuz foi "montado" na base espacial de Vostochni, no extremo leste do país, para o lançamento do Luna-25

    Rússia lançará módulo lunar nesta quinta-feira (10)
    Rússia lançará módulo lunar nesta quinta-feira (10) Reuters

    Estadão Conteúdo

    A Rússia lançará um módulo lunar, em sua primeira missão à Lua desde 1976, anunciou na segunda-feira (7) a agência espacial russa Roscosmos.

    O lançamento do módulo Luna-25 acontecerá nesta quinta-feira (10), por volta das 20h (horário de Brasília), afirmou a Roscomos em comunicado em um momento em que Estados Unidos e China intensificam suas missões espaciais ao satélite natural da Terra.

    A agência espacial russa acrescentou que o foguete Soyuz foi “montado” na base espacial de Vostochni, no extremo leste do país, para o lançamento do Luna-25, que deve descer próximo ao polo sul da Lua, um “terreno difícil”.

    O voo está programado para durar entre “quatro dias e meio e cinco dias e meio”, segundo as informações publicadas pela Roscosmos e citados pela agência de notícias oficial TASS.

    Na Lua, o módulo de 800 quilos vai “colher amostras e analisar o solo, além de realizar investigações científicas de longo prazo” adicionou o comunicado.

    Esta é a primeira missão do novo programa lunar russo, que pretende fortalecer a cooperação espacial com Pequim em meio às tensões com as potências espaciais ocidentais sobre a ofensiva na Ucrânia.

    A última missão lunar da União Soviética foi a da sonda espacial Luna-24 em 1976. Mas, desde a queda da União Soviética, Moscou enfrenta uma série de dificuldades para inovar no setor, que agora conta com novas iniciativas privadas, como a Space X do bilionário Elon Musk.

    As autoridades da região de Khabarovsk (extremo leste), já anunciaram a evacuação de uma cidade desde a manhã de quinta-feira, pois ela se encontra em um local onde o primeiro andar do lançador pode cair.

    Passado glorioso, futuro incerto

    Após o início da operação militar, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) afirmou que não cooperaria mais com a Rússia para o lançamento do Luna-25 ou mesmo em futuras missões.

    A Rússia declarou que continuaria com seus projetos lunares e substituiria os equipamentos da ESA por equipamentos científicos de fabricação nacional, pois considera-se ainda como grande potência espacial tendo em conta seu passado soviético.

    Em abril de 2022, em uma viagem ao cosmódromo Vostotchny, Vladimir Putin, recordou que a URSS conseguiu em 1961 enviar o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, apesar das sanções “totais” que tomaram contra ela.

    Putin também assegurou que a Rússia seguiria implementando seu programa mesmo com as represálias ocidentais devido ao conflito na Ucrânia. “Estamos sendo guiados por nossos ancestrais para seguir adiante, apesar das dificuldades e das tentativas para nos obstaculizar”, disse Putin aos empregados do complexo.

    Em junho, o chefe da Roscosmos, Yuri Borisov, qualificou, no entanto, a missão lunar russa de “arriscada”. “No mundo, a possibilidade de sucesso desse tipo de missão é calculado em 70%”, destacou. (Com agências internacionais).

    Veja também: Tanques Abrams devem chegar à Ucrânia em setembro