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    Dados do genoma apontam para como o Homo sapiens surgiu na África

    Pesquisa indica que vários grupos ancestrais de toda o continente africano contribuíram para o surgimento da espécie de maneira fragmentada

    Foto do arquivo da reconstrução do crânio do fóssil mais antigo conhecido do Homo sapiens encontrado em Jebel Irhoud, no Marrocos
    Foto do arquivo da reconstrução do crânio do fóssil mais antigo conhecido do Homo sapiens encontrado em Jebel Irhoud, no Marrocos Philipp Gunz/REUTERS

    Will Dunhamda Reuters

    Nossa espécie surgiu na África há mais de 300 mil anos, com os fósseis de Homo sapiens mais antigos conhecidos descobertos em um local no Marrocos chamado Jebel Irhoud, localizado entre Marrakech e a costa do Atlântico.

    Mas a escassez de fósseis de Homo sapiens desde o início de nossa história evolutiva e a distribuição geográfica desses restos na África, em lugares como Etiópia e África do Sul, tornaram difícil entender como nossa espécie surgiu e se dispersou pelo continente antes de viajar pelo mundo.

    Um novo estudo que explora os dados do genoma das populações africanas modernas oferece uma visão de como isso pode ter acontecido.

    A pesquisa indicou que vários grupos ancestrais de toda a África contribuíram para o surgimento do Homo sapiens de maneira fragmentada, migrando de uma região para outra e se misturando uns com os outros ao longo de centenas de milhares de anos.

    O estudo também concluiu que todos os seres humanos vivos hoje podem traçar sua ancestralidade até pelo menos duas populações distintas que estavam presentes na África há cerca de um milhão de anos.

    As descobertas não suportam uma hipótese de longa data de que uma única região na África deu origem ao Homo sapiens ou um cenário envolvendo mistura com uma espécie não identificada intimamente relacionada na linhagem evolutiva humana na África.

    “Todos os humanos compartilham um ancestral comum relativamente recente, mas a história no passado mais profundo é mais complicada do que nossa espécie evoluindo em apenas um único local ou isoladamente”, disse Aaron Ragsdale, geneticista populacional da Universidade de Wisconsin-Madison, principal autor do estudo publicado esta semana na revista Nature.

    Os grupos ancestrais provavelmente estavam espalhados por uma paisagem geográfica em uma estrutura populacional que, segundo Ragsdale, “era ‘fraca’, o que significa que havia migração contínua ou pelo menos recorrente entre os grupos, e isso mantinha a similaridade genética entre as populações ancestrais”.

    Devido à escassez de restos fósseis e evidências arqueológicas, os pesquisadores recorreram aos dados do genoma de pessoas vivas para encontrar pistas sobre o passado.

    Eles examinaram dados do genoma de 290 pessoas, principalmente de quatro povos africanos geograficamente e geneticamente diversos, para traçar as semelhanças e diferenças entre as populações e identificar interconexões genéticas ao longo de centenas de milhares de anos.