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    Bicho de luz, siriri ou aleluia: saiba o que são e como evitar incômodo

    Insetos são orientados pela luz natural e se confundem com as fontes artificiais ao entardecer

    Flávio Ismerimda CNN

    A chegada dos meses mais quentes do ano traz para dentro das casas um velho conhecido dos brasileiros: os bichinhos de luz, que também são conhecidos como siriri ou aleluia, a depender da parte do país que eles estão.

    Na última semana, com a onda de calor que assola o país, esses insetos voltaram a aparecer, voando em círculos, perseguindo das lâmpadas das casas pelo Brasil.

    Esses bichos são, na verdade, cupins alados. E, apesar de não oferecerem nenhum risco à saúde humana ou aos animais domésticos, podem causar um grave problema se seguirem vivos após perderem suas asas, como explicar o professor Paulo Jubilut, biólogo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.

    “O problema surge depois que eles perdem as asas, quando eles podem criar um ninho em móveis de madeira ou outras estruturas, causando danos significativos. O risco principal está na capacidade desses cupins de formar colônias que podem comprometer a integridade de objetos de madeira dentro de casa”, afirma.

    Isso ocorre porque, quando perdem as asas, os cupins se alimentam da celulose dos armários e demais itens de madeira do mobiliário das casas, onde eles costumam criar as colônias e se reproduzir.

    “[Os cupins] se ‘escondem’ em locais escuros e onde possuem móveis de madeira, já que se alimentam de celulose, fazem furos e vivem em colônias nesses móveis. É importante sempre afastar móveis das paredes e evitar acúmulo de papéis, que podem ser utilizados por eles”, relata Cintia Vieira da Silva, bióloga e coordenadora do curso de ciências biológicas da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).

    Por que eles voam em busca da luz?

    O professor Jubilut explica ainda que o que faz os cupins voarem sempre em direção à luz é o comportamento fototático positivo, ou seja, o fato de eles se orientarem pela luz natural. No caso de ausência de fontes como o Sol ou a Lua, ou quando há luz artificial, eles se perdem.

    “Esses insetos ficam desorientados e acabam voando em círculos ao redor dessas fontes, acreditando que estão seguindo a luz natural”, afirma. 

    Por que eles aparecem com mais frequência nos dias quentes?

    O aparecimento dos siriris ou aleluias está relacionado ao seu cilo de reprodução. Dias mais quentes, sobretudo após períodos chuvosos, tendem a favorecem sua “revoada”, nome dada à fase reprodutiva.

    Os machos e fêmeas deixam a colônia nessas revoadas à procura de parceiros. É bem comum encontrá-los rodando postes de iluminação. No entardecer, com o acendimento das luzes nas casas, os insetos são atraídos para dentro devido ao contraste entre a luz interna e a escuridão externa, o que os desorienta e os faz entrar pelas janelas abertas”, diz Jubilut. 

    Como fazer para evitar o incômodo causado pelos bichos de luz?

    Para evitar o incômodo causado por esses insetos e prevenir a formação de colônias de cupim, Jubilut recomenda que as pessoas coloquem telas de proteção nas janelas e apaguem as luzes, para que eles sejam menos atraídos para o interior das residências.

    Cintia Vieira, por sua vez, alerta para a importância dos bichos de luz para a natureza e o equilíbrio ambiental.

    “Muitos insetos são polinizadores das flores, dispersores de sementes, servem de alimentos para outros seres vivos, como aranhas ou lagartixas fazendo assim um controle de pragas. Eles fazem parte do planeta assim como nós, por isso devemos respeitar todas as espécies”, defende.

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