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    Bancos protegeram liquidez por Covid-19 e se prepararam para retomada

    Ciab, congresso de tecnologia do setor financeiro organizado pela Febraban, discute o panorama pós-pandemia

    O presidente da Febraban, Isaac Sidney
    O presidente da Febraban, Isaac Sidney Foto: Divulgação/Febraban

    Murillo Ferrari e Leonando Lellis

    Da CNN, em São Paulo

    Representantes dos principais bancos do país começaram a debater nesta terça-feira (23) os impactos da pandemia do novo coronavírus na economia na 30ª edição do Ciab, congresso de tecnologia do setor financeiro organizado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

    A avaliação comum é da união do setor no contexto da crise de saúde.Também foram destacadas as medidas tomadas para proteger a liquidez das instituições e projetados os cenários para a retomada no período após a crise causada pelo Covid-19.

    Realizado de forma online pela primeira vez, o primeiro painel do evento teve a presença de Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco; Octavio de Lazari Junior, diretor-presidente do Bradesco; Pedro Duarte Guimarães, presidente da Caixa; Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil; e Roberto Sallouti, presidente do BTG Pactual. A abertura foi feita pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney.

    Sidney ressaltou as doações feitas pelas instituições financeiras durante a pandemia. “O setor bancário já doou mais de R$ 2 bilhões. Deu o tom e o tamanho das doações, chamando todo o setor privado a criar uma rede espontânea de solidariedade. Demandas e necessidades são tamanhas que não conseguem ser atendidas por um único setor, mas pela sociedade como um todo e não nos esqueçamos, pelo estado”, disse.

    Ele destacou também o fato de o setor já ter disponibilizado mais de R$ 1 trilhão em empréstimos desde o início da pandemia. “O debate sobre crédito é sobre confiança, sobre risco. Uma coisa não existe sem a outra”, afirmou.

    O presidente da Febraban afirmou ainda que cabe ao estado, neste momento, simplificar regras e diminuir a burocracia. “O momento chama todos nós a sermos maiores do que éramos. Procurando culpados, todos perdemos.”

    Em sua fala, Bracher destacou que tanto o Itaú como os demais bancos, desde o primeiro momento zelaram pela liquidez e pela solidez das instituições. “O fato de a população, em nenhum momento, ter sentido insegurança em relação à sua poupança é um elemento de tranquilidade que não está presente em muitas crises”, afirmou.

    “Logo em seguida, o que fizemos, foi cuidar das nossas pessoas. Se você proteger suas pessoas, eliminar fatores de insegurança, todos ficam mais dispostos a prestar o auxílio ao público”, disse, em relação as medidas preventivas como colocar mais de 50 mil funcionários em home office.

    Já Lazari Junior destacou que nessa crise, ao contrário de outras – como a de 2008 – os bancos não foram parte do problema, mas sim das soluções necessárias para enfrentar o momento de turbulência.

    “Os bancos, muito longe de serem responsáveis por tudo que aconteceu [nesta crise], são parte importante da solução que foi feita até agora e do que, certamente, faremos pra frente”, afirmou.

    Ele citou a abertura de novas linhas de crédito, para girar a economia do país e buscar a recuperação das empresas como uma das próximas etapas.

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    Para o presidente da Caixa, o mais importante em relação ao setor que foi amplificado pela pandemia de Covid-19 foi a união, a despeito da competição natural e necessária entre as instituições.

    “O que acho importante no sistema financeiro brasileiro é essa união. Existe competição, que é fundamental. Mas existe sempre a ajuda. O sistema brasileiro não seria tão sólido, não seria tão forte, não seria tão tecnologicamente avançado se você não tivesse essa troca”, destacou.

    Ele disse também que o programa de Auxílio Emergencial pago pelo governo só foi possível graças a parceria com as outras 52 instituições financeiras do país.

    Rial, do Santander, afirmou que a crise econômica causada pela pandemia mostrou a necessidade de, num futuro próximo, as instituições aumentarem os cuidados e as oportunidades para os autônomos.

    “A partir de agora, vai ser importante cuidar de uma população enorme que se torna autônoma. O que é cuidar do autônomo? É dar todas condições de poder acessar o sistema financeiro. Desde o capital de giro, mas também à inclusão digital para que essa pessoa possa navegar os próximos meses”, exemplificou.

    Ele também afirmou que pontos como inclusão digital para pequenas e média empresas, a ampliação da competição no setor imobiliário, a chegada do Pix e do OpenBanking, o desenvolvimento do mercado de capitais e a retomada de investimentos em infraestrutura serão fundamentais.

    Para finalizar a primeira parte do evento, Sallouti disse que os bancos deram um exemplo de solidariedade. “Foi o setor que mais doou nessa pandemia, mas mais importante, todos colocaram sua capacidade de execução a favor da sociedade. (…) para que tudo que foi doado fosse o mais rápido possível para ajudar a sociedade.”