Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    “Árvore de Natal” cósmica deslumbra em nova imagem dos telescópios Hubble e Webb

    Astrônomos usaram os poderes combinados dos telescópios Hubble e Webb para retratar aglomerados de galáxias em colisão, chamados de Aglomerado de Galáxias da Árvore de Natal

    O aglomerado de galáxias MACS0416 é visto aqui com detalhes requintados graças a uma imagem composta criada com dados dos telescópios espaciais James Webb e Hubble da Nasa
    O aglomerado de galáxias MACS0416 é visto aqui com detalhes requintados graças a uma imagem composta criada com dados dos telescópios espaciais James Webb e Hubble da Nasa NASA/ESA/CSA/STScI

    Ashley Stricklandda CNN

    Um panorama de aglomerados de galáxias em colisão brilha em uma nova imagem capturada pelas forças combinadas dos dois mais poderosos observatórios espaciais já criados.

    O fenômeno cósmico, denominado MACS0416, está a 4,3 bilhões de anos-luz da Terra. Eventualmente, o par de aglomerados gigantes em fusão se combinará para formar uma coleção ainda maior de galáxias brilhantes.

    Novos detalhes da característica celestial surgiram na imagem colorida, que une os poderes de observação do Telescópio Espacial Hubble na luz visível e do Telescópio Espacial James Webb na luz infravermelha, que é invisível ao olho humano.

    Juntos, os renomados observatórios apresentam uma visão mais abrangente do universo. O Hubble tem sido usado há muito tempo para procurar galáxias distantes e fracas em diferentes comprimentos de onda de luz. O olhar infravermelho do Webb permite que essa busca ocorra em distâncias ainda maiores, detectando luz invisível mais profundamente nos primeiros dias do universo.

    Um ano-luz, equivalente a 9,46 trilhões de quilômetros, é a distância que um feixe de luz percorre em um ano. Dada a distância entre a Terra e os objetos dos primórdios do universo, quando telescópios como o Webb observam esta luz, é efetivamente como olhar para o passado.

    “Estamos construindo o legado do Hubble, avançando para distâncias maiores e objetos mais fracos”, disse Rogier Windhorst, professor regente da Escola de Exploração Terrestre e Espacial da Universidade Estadual do Arizona, em nota.

    Windhorst é o pesquisador principal do programa PEARLS, ou Prime Extragalactic Areas for Reionization and Lensing Science, que conduziu as observações do Webb.

    Uma “árvore de Natal” de galáxias

    As cores da nova imagem, divulgada quinta-feira (9), são utilizadas para indicar distância. As galáxias em tons de azul são as mais próximas, repletas de formação estelar e facilmente vistas na luz visível pelo Hubble. As galáxias vermelhas são mais distantes, melhor detectadas pelo Webb em luz infravermelha.

    “O quadro completo não fica claro até que você combine os dados do Webb com os dados do Hubble”, disse Windhorst.

    Veja também: Telescópio James Webb compartilha imagens impressionantes

    As novas observações do Webb foram usadas para procurar objetos que mudam de brilho ao longo do tempo, chamados de transientes.

    Dentro do campo de visão dos aglomerados galácticos, Webb ajudou os astrônomos a identificar 14 transientes, todos visíveis devido às lentes gravitacionais.

    Este efeito cósmico ocorre quando objetos mais próximos – como os aglomerados galácticos – agem como uma lupa para objetos distantes. A gravidade essencialmente distorce e amplifica a luz de galáxias distantes no fundo de tudo o que está ampliando, permitindo observações de características celestes que de outra forma seriam invisíveis.

    Os transientes incluem 12 estrelas ou sistemas estelares e duas supernovas em galáxias que foram amplificadas usando lentes gravitacionais.

    “Estamos chamando MACS0416 de Aglomerado de Galáxias da Árvore de Natal, tanto porque é tão colorido quanto por causa das luzes tremeluzentes que encontramos dentro dele. Podemos ver transientes em todos os lugares”, disse Haojing Yan, professor associado de física e astronomia na Universidade do Missouri. Yan é o autor principal de um estudo que descreve as descobertas aceito para publicação no The Astrophysical Journal.

    Avistando um gigante estelar

    Um transiente em particular chamou a atenção dos astrônomos, um sistema estelar que eles apelidaram de “Mothra”, o monstro gigante titular de um filme japonês de 1961. O sistema estelar, ampliado por um fator de 4 mil devido às lentes gravitacionais, foi atribuído a uma galáxia que existiu 3 bilhões de anos depois do Big Bang ter criado o Universo.

    A imagem composta do Webb e Hubble inclui “Mothra”, um sistema estelar ampliado pelo par de aglomerados galáticos, bem como outro objeto invisível / NASA/ESA/CSA/STScI

    A equipe apelidou o sistema estelar de Mothra devido à sua extrema ampliação e brilho.

    Surpreendentemente, Mothra já apareceu antes, detectado nas observações do Hubble há nove anos. Os astrônomos não sabem como isto aconteceu, porque deve haver um alinhamento específico entre o aglomerado galáctico e a estrela mais distante para causar a ampliação num determinado momento. Então, como é que Mothra também apareceu ampliado nas novas observações de Webb?

    “A explicação mais provável é um aglomerado estelar globular que é muito tênue para o Webb ver diretamente”, disse José Diego, pesquisador do Instituto de Física da Cantábria, na Espanha, e principal autor de outro artigo que descreve a descoberta, publicado na revista Astronomy & Astrophysics. “Mas ainda não sabemos a verdadeira natureza desta lente adicional”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

    versão original