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    Após nova divulgação do “Twitter Files”, Musk diz que lançará recurso que sinalizará banimentos

    Segunda parte do "Twitter Files" destacaram mais uma vez a prática na plataforma de limitar o alcance de certos conteúdos potencialmente prejudiciais

    Clare Duffyda CNN

    O novo proprietário do Twitter, Elon Musk, disse na quinta-feira (8) que planeja introduzir uma opção para permitir que os usuários visualizem se a empresa limitou o número de outros usuários que podem visualizar suas postagens.

    Ao fazer isso, Musk está efetivamente aproveitando uma questão que tem sido muito comentada entre alguns conservadores, que afirmam que a rede social suprimiu ou praticou o “shadowbanning” (termo que se refere a quando uma plataforma bloqueia total ou parcialmente um usuário ou conteúdo sem sinalização aparente para o utilizador).

    “O Twitter está trabalhando em uma atualização de software que mostrará o status real da sua conta, para que você saiba claramente se foi banido, o motivo e como apelar”, escreveu o empresário. Ele não forneceu detalhes adicionais ou um cronograma.

    O anúncio ocorre em meio a nova divulgação de documentos internos do Twitter também na quinta-feira, que destacaram mais uma vez a prática na plataforma de limitar o alcance de certos conteúdos potencialmente prejudiciais – algo comum na indústria e que o próprio Musk tem aparentemente tanto endossado quanto criticado.

    No mês passado, Musk disse que a “nova” política do Twitter é “liberdade de expressão, não liberdade de alcance”, ecoando uma abordagem que é uma espécie de padrão da indústria. “Tweets negativos/de ódio serão suprimidos e desmonetizados, portanto, nenhum anúncio ou outra receita para o Twitter”, destacou.

    Com esse anúncio, Musk, que pontuou que agora vota nos republicanos, provocou protestos de alguns conservadores, que o acusaram de continuar uma prática à qual se opunham.

    O confronto reflete uma tensão subjacente no Twitter sob Musk, já que o bilionário prometeu simultaneamente uma abordagem mais maximalista à “liberdade de expressão”, um movimento aplaudido por alguns da direita, ao mesmo tempo em que tenta tranquilizar anunciantes e usuários de que ainda haverá conteúdo grades de proteção da moderação.

    Mas com seu tweet na quinta-feira e o lançamento dos últimos arquivos do Twitter, ele parecia mais uma vez tentar cortejar alguns dos círculos conservadores.

    Twitter Files parte 2

    O segundo conjunto dos chamados “Twitter Files”, compartilhado pelo jornalista Bari Weiss no próprio Twitter, focou em como a empresa restringiu o alcance de certas contas, tweets ou tópicos que considera potencialmente prejudiciais, inclusive limitando sua capacidade de aparecer nas seções de pesquisa ou tendências da plataforma.

    Weiss sugeriu que tais ações foram tomadas “todas sem o conhecimento dos usuários”. Porém, o Twitter há muito tempo é transparente sobre o fato de que pode limitar certos conteúdos que violem suas políticas e, em alguns casos, pode aplicar “strikes” que correspondem a suspensões de contas que violam suas regras.

    No caso dos strikes, os usuários recebem uma notificação de que suas contas foram temporariamente suspensas.

    Os tweets de Weiss seguem o primeiro lançamento do “Twitter Files” no início deste mês pelo jornalista Matt Taibbi. Ele compartilhou e-mails internos da empresa sobre a decisão da companhia de suprimir temporariamente uma história do New York Post de 2020 sobre Hunter Biden e seu laptop, que corroborou amplamente o que já era conhecido sobre o incidente.

    Em ambos os casos, os documentos internos parecem ter sido fornecidos diretamente aos jornalistas pela equipe de Musk. O empresário compartilhou a publicação de Weiss em um tweet e acrescentou: “Os arquivos do Twitter, parte duex!!”, com dois emojis de pipoca.

    Polêmica sobre alcance do conteúdo

    A questão de como e por que o Twitter – como outras grandes plataformas – limita o alcance de determinado conteúdo tem sido um assunto polêmico no governo dos Estados Unidos e entre alguns usuários proeminentes das redes, especialmente os conservadores.

    O Twitter afirmou repetidamente que não modera o conteúdo com base em sua inclinação política, mas aplica suas políticas igualmente, em um esforço para manter os usuários seguros.

    Em 2018, o fundador e então CEO da rede social, Jack Dorsey, disse à CNN em uma entrevista que a empresa “não analisa o conteúdo com relação ao ponto de vista político ou ideológico. Nós olhamos para o comportamento.”

    Weiss divulgou vários exemplos de figuras de direita que tiveram ações de moderação aplicadas em suas contas, mas não está claro se tais ações foram igualmente tomadas contra contas de esquerda ou outras.

    A divulgação de documentos internos da gestão anterior do Twitter ocorre enquanto Musk tenta remodelar a plataforma à sua imagem. O bilionário disse anteriormente que quer acabar com as proibições permanentes de usuários, e a rede social começou recentemente a restaurar contas de milhares de usuários, incluindo algumas figuras controversas.

    Mas Musk também observou que não quer que a empresa “se torne um inferno de graça” e planeja moderar o conteúdo de uma forma que pareça amplamente consistente com as políticas anteriores do Twitter.

    Em uma postagem na semana passada, o Twitter informou que não havia mudado suas políticas, mas que a abordagem e aplicação delas se basearia fortemente em suprimir tweets violadores, algo que a companhia já fazia, de acordo com as declarações anteriores da empresa e os tweets de Weiss na sexta-feira.

    “Liberdade de expressão, não liberdade de alcance”, afirmou a postagem do blog.

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