300 milhões de planetas de nossa galáxia são potencialmente habitáveis, diz Nasa
Agência espacial americana revela resultados de nove anos de missão do Telescópio Espacial Kepler observando planetas na Via Láctea
Nossa galáxia tem ao menos 300 milhões de planetas potencialmente habitáveis, de acordo com novas descobertas da Nasa.
O Telescópio Espacial Kepler, da agência espacial americana, passou nove anos em uma missão de caça a planetas, identificando com sucesso milhares de exoplanetas em nossa galáxia até 2018. Mas uma questão central da missão original permanecia sem resposta: quantos desses mundos são habitáveis?
Cientistas de todo o mundo estudaram os dados de Kepler durante anos – e acham que encontraram a resposta.
De acordo com uma pesquisa publicada no The Astronomical Journal, existem cerca de 300 milhões de mundos potencialmente habitáveis em nossa galáxia, o que significa planetas rochosos capazes de manter água líquida em sua superfície.
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Esse número é uma estimativa grosseira do lado conservador, e “poderia haver muito mais”, disse a agência em um comunicado à imprensa.
Alguns desses planetas podem estar próximos o suficiente para serem considerados “vizinhos interestelares” da Terra – o mais próximo está a cerca de 20 anos-luz de distância.
“O Kepler já nos disse que havia bilhões de planetas, mas agora sabemos que uma boa parte desses planetas pode ser rochosa e habitável”, disse o pesquisador da Nasa e principal autor Steve Bryson no comunicado.
“Embora esse resultado esteja longe de ser um valor final, e a água na superfície de um planeta seja apenas um dos muitos fatores que sustentam a vida, é extremamente emocionante calcular que esses mundos são tão comuns com tanta confiança e precisão.”
Como foi feito o cálculo
O estudo foi uma colaboração global entre cientistas da Nasa que trabalharam na missão Kepler e pesquisadores de agências internacionais que vão do Brasil à Dinamarca.
Existem cerca de 100 a 400 bilhões de estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea, de acordo com estimativas da Nasa. Cada estrela no céu provavelmente hospeda pelo menos um planeta – o que significa que há provavelmente trilhões de planetas lá fora, dos quais descobrimos e confirmamos apenas alguns milhares.
Muitos fatores que influenciam se um planeta pode suportar vida, incluindo sua atmosfera e composição química. Mas, para diminuir os trilhões, os pesquisadores neste estudo se concentraram em alguns requisitos básicos.
Eles procuraram estrelas semelhantes ao nosso Sol em idade e temperatura, para que não fosse muito quente ou ativo. Eles também procuraram exoplanetas com um raio semelhante ao da Terra e destacaram aqueles que provavelmente seriam rochosos.
Os cientistas também levaram em consideração a distância de cada planeta de sua estrela – muito perto e o calor poderia vaporizar qualquer água, muito longe e qualquer água poderia congelar.
Um planeta habitável precisa estar na zona “certa”, ou a chamada zona Cachinhos Dourados, para manter a água líquida em sua superfície.
Estimativas anteriores do número de planetas habitáveis ??não refletiam como a temperatura e a energia de uma estrela poderiam ser absorvidas por seus planetas, disse o comunicado da NASA. Mas, desta vez, os cientistas foram capazes de fatorar a temperatura em suas análises, graças a dados adicionais coletados pela missão Gaia da Agência Espacial Europeia, que está traçando um mapa tridimensional de nossa galáxia.
“Sempre soubemos definir habitabilidade simplesmente em termos da distância física de um planeta de uma estrela, de modo que não seja muito quente ou frio, nos deixou fazendo muitas suposições”, disse o cientista da Nasa e autor do estudo Ravi Kopparapu no comunicado.
“Os dados da Gaia sobre estrelas nos permitiram olhar para esses planetas e suas estrelas de uma maneira totalmente nova.”
Depois de calcular esses fatores, os pesquisadores usaram uma estimativa conservadora de que 7% das estrelas semelhantes ao Sol poderiam hospedar mundos habitáveis. Mas a taxa pode chegar a 75%, disseram os cientistas.
A Nasa disse que ela e outras agências espaciais continuarão a refinar a estimativa em pesquisas futuras, o que ajudará a formar planos para os próximos estágios das descobertas de exoplanetas e telescópios. Atualmente, a missão Tess da Nasa é o mais recente caçador de planetas em busca de exoplanetas.