11 bilhões de anos de história: astrofísicos revelam maior modelo 3D do universo
Projeto levou 20 anos para ser realizado; segundo os pesquisadores, ele ajuda a explicar melhor a história do cosmo
Um consórcio global de astrofísicos criou o maior mapa em 3D do universo já visto, um projeto que levou 20 anos para ser realizado e, segundo os pesquisadores, ajuda a explicar melhor a história do cosmo.
O Sloan Digital Sky Survey (SDSS), projeto que envolve centenas de cientistas em dezenas de institutos pelo mundo, reuniu décadas de dados e mapeou o universo com telescópios. A partir disso, abrangendo mais de 2 milhões de galáxias e quasares (objetos astronômicos com muita energia, maiores que uma estrela, mas menores que uma galáxia) formados ao longo de 11 bilhões de anos, os pesquisadores agora podem entender melhor como o universo se desenvolveu.
“Conhecemos muito bem tanto a história antiga do universo quanto sua recente expansão, mas há uma questão problemática no meio de 11 bilhões de anos”, disse o cosmólogo Kyle Dawson, da Universidade de Utah, que lidera a equipe que anunciou as descobertas do SDSS no domingo (19).
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“Por cinco anos trabalhamos para preencher essa lacuna, e estamos usando essas informações para fornecer alguns dos mais substanciais avanços em cosmologia na última década”, afirmou Dawson em um comunicado.
Como funciona
O mapa revelou os primeiros materiais que “definem a estrutura no universo, começando de uma época quando ele tinha apenas 300 mil anos”. Os cientistas usaram um mapa para calcular os padrões e sinais de diferentes galáxias, e descobriram o quão rápido o universo se expandiu em diferentes pontos da história. Olhar para trás no espaço permite olhar para trás no tempo.
“Esses estudos nos permitem conectar todos os cálculos em uma história completa da expansão do universo”, disse Will Percival, da Universidade de Waterloo, em nota.
A equipe também identificou “um componente invisível e misterioso do universo chamado ‘energia escura’”, responsável por iniciar a aceleração da expansão do universo há cerca de seis bilhões de anos. Desde então, ele apenas continuou a se expandir “cada vez mais rápido”.
Ainda há muitas perguntas não respondidas sobre energia escura – e é “extremamente difícil de conciliar com nosso entendimento atual sobre a física das partículas” –, mas esse quebra-cabeça será deixado para projetos futuros, segundo o comunicado.
As descobertas dos pesquisadores também “revelaram rachaduras nessa figura do universo”. Há discrepâncias entre os cálculos dos pesquisadores e os dados coletados, e as ferramentas deles são tão precisas que é improvável que haja algum erro. Em vez disso, pode haver explicações novas e interessantes por trás dos números estranhos, como a possibilidade de que “uma forma anterior desconhecida de matéria ou energia do universo primário tenha deixado um rastro na nossa história”.
A equipe do SDSS “não está nem perto de terminar sua missão de mapear o universo”. “O grupo do SDSS está ocupado construindo o hardware para iniciar essa nova fase (de mapear estrelas e buracos negros), e está olhando para frente para novas descobertas dos próximos 20 anos”, disse em nota.
(Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês)