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    Sony confirma PlayStation 5 para 2020: o que se sabe sobre o novo console

    Retrocompatibilidade, tempo reduzido de carregamento e melhoria dos gráficos devem agradar fãs

    Marianne Paim, , Da CNN em São Paulo

    Seis anos após o lançamento do PlayStation 4, a Sony começou a dar pistas sobre sua nova aposta para o universo dos consoles. Em meados de 2019, a empresa divulgou dicas de como e quando seu sucessor chegaria ao mercado.  

    Mas os rumores — e a ansiedade dos fãs — aumentaram de fato quando, em outubro do ano passado, a empresa anunciou oficialmente o nome PlayStation 5 para o produto. 

    Ainda não é possível saber os detalhes do próximo console da empresa, mas alguns recursos já foram anunciados. Durante a CES, feira de tecnologia realizada em Las Vegas, nos Estados Unidos, a Sony revelou que o logotipo vai seguir o padrão criado desde a época do PlayStation 3.  

    Também há novidades nas especificações técnicas que prometem agradar os fãs, como o tempo reduzido de carregamento dos jogos e melhoria dos gráficos com o recurso de “ray tracing”. 

    Em entrevista exclusiva à rWired, revista especializada em tecnologia, o arquiteto-chefe responsável pelo sistema do novo console, Mark Cerny, deu poucos detalhes, mas adiantou que a arquitetura do PS5 não terá “grande diferença se comparada ao PS4” e que deverá aceitar tanto mídia física quanto jogos comprados apenas de forma digital (acessíveis após download).  

    A produtora também anunciou uma parceria com a Microsoft para aprimorar seus serviços de jogos na nuvem, no que deve ser uma tentativa de otimizar o espaço disponível para os games na plataforma.  

    Retrocompatibilidade

    A Sony confirmou que o PS5 terá retrocompatibilidade com a atual geração de videogames. Ou seja, games lançados para o PlayStation 4 também poderão ser jogados no novo console da empresa — possivelmente com melhorias gráficas. 

    Ainda não está claro, no entanto, se jogadores de PS4 e PS5 poderão se enfrentar ao jogarem as respectivas versões de um mesmo jogo — uma espécie de “crossover” de gerações. E nem se será possível iniciar um game em uma plataforma e continuar na outra. 

    A retrocompatibilidade que existia no PS2 e em alguns modelos do PS3 ficou de fora das especificações do PS4 e sempre foi um dos recursos mais pedidos pelos fãs da marca.  

    CPU e GPU avançadas 

    A CPU (unidade central de processamento) do PS5 será baseada na terceira geração do chip AMD Ryzen 8 Core. O “cérebro” do console promete estar entre os mais ágeis, com seus oito núcleos na nova microarquitetura da empresa, a 7nm Zen 2, além de ter capacidade de processar áudio 3D de altíssima qualidade.  

    Já a GPU (unidade de processamento gráfico) trará suporte para “ray tracing”, uma funcionalidade que simula o comportamento dos raios de luz em ambientes 3D com precisão. Dessa forma, jogos com efeitos como reflexos e distorções serão ainda mais realistas.  

    Ainda segundo Cerny, o “ray tracing” é uma tecnologia cada vez mais utilizada no desenvolvimento de jogos. “Caso você queira testar se alguns jogadores podem ouvir áudios, incluindo, até mesmo, as pisadas de outros jogadores no chão, o ‘ray tracing’ é útil”, comentou.  

    Também há a promessa de que o novo console tenha capacidade para gerar gráficos em 8K, exibindo na tela quatro vezes mais pixels do que os jogos em Full HD, a resolução padrão do PS4. 

    Tempo de carregamento reduzido 

    Graças à substituição dos HDs comuns por unidades SSD, que usam chips em vez de discos físicos para armazenar os dados, o PS5 promete uma experiência muito mais veloz no carregamento dos jogos. Isso deve fazer com que as famosas telas de carregamento praticamente sejam extintas.  

    Outra novidade especulada é a mudança na forma de fazer o download dos jogos, que deve ser dividida em “etapas”. Com isso, os jogadores poderão baixar de forma separada diferentes partes do game, como o modo single player (único jogador) ou o componente multiplayer (para mais de um jogador), entre outros recursos, o que reduzirá consideravelmente a quantidade de dados consumidos e o tempo de espera. 

    DualShock 5 

    O controle do novo videogame deve se manter semelhante ao do PS4 em seu formato. O nome DualShock 5 ainda não foi oficializado, mas é uma aposta coerente considerando as gerações anteriores da empresa. Além disso, de acordo com imagens de uma patente registrada por uma desenvolvedora da Sony no Japão, ele não sofrerá grandes alterações visuais.  

    As pequenas mudanças no design indicam a adição de um assistente de voz ao sistema. O painel é um pouco inclinado, além de ter gatilhos maiores e simulação de resistência com motores hápticos — uma evolução da famosa vibração enquanto se joga.  

    A imagem da patente também sinaliza que os tradicionais símbolos de círculo, quadrado, triângulo e cruz poderão sofrer alguma alteração, já que os botões se encontram lisos na imagem.  

    Realidade virtual 

    Para o vice-presidente sênior de Pesquisa e Desenvolvimento da Sony, Dominic Mallinson, há uma grande preocupação com o próximo dispositivo de headset para a realidade virtual — Playstation VR (PSVR).  

    “Não vamos parar no PlayStation 4”, disse o executivo durante a Collision 2019, maior conferência de tecnologia da América do Norte. A ideia é que ele seja ainda mais imersivo, além de ágil. Em meio às especulações, Mark Cerny garante que os atuais PSVR serão compatíveis com o novo console.  

    Lançamento e valores 

    A Sony confirmou o período que marcará a chegada da nova máquina, mas não revelou a data específica para o lançamento.  

    A previsão é que PS5 esteja disponível no mercado internacional no segundo semestre de 2020, mais para o fim do ano, provavelmente perto da data de lançamento do seu maior rival, o Xbox Series X, da Microsoft. 

    Os últimos dois consoles da empresa, PS3 e PS4, foram lançados nos EUA em novembro, uma estratégia adotada pela Sony (e pela Microsoft ao lançar seus Xbox) para alavancar as vendas do produto na temporada de festividades de fim de ano. 

    Como a data de lançamento no exterior ainda não foi revelada, também não é possível prever quando o videogame chegará ao Brasil. O PS3, por exemplo, só foi oficializado no Brasil em novembro de 2010 — quase quatro anos após o lançamento nos EUA. Já o PS4 foi lançado no Brasil em 29 de novembro de 2013, mesma data em que a Europa recebeu o produto. 

    Também não há informação oficial sobre o preço do PS5, mas acredita-se que ele será mais caro que o PS4, uma vez que dispõe de novas tecnologias. Quando chegou ao mercado, em 2013, o PlayStation 4 era vendido por US$ 399. 

    Site oficial divulgado

    Para acalmar os ânimos — ou aumentar a ansiedade — a Sony liberou o site oficial do seu novo videogame. “Começamos a compartilhar alguns incríveis recursos que você pode esperar do PlayStation 5, mas não estamos prontos para desvendar completamente a próxima geração de consoles”, diz um comunicado na plataforma. 

    Apesar de manter o mistério, a empresa deixou um ar de receptividade em sua mensagem final: “Inscreva-se para estar entre os primeiros a receber atualizações assim que anunciarmos a data de lançamento, o preço do PS5 e a lista de jogos que acompanham o novo console”.  

    PSP e PS Vita: As derrapadas da Sony 

    Mesmo com todo sucesso no universo dos games, a Sony também cometeu alguns deslizes em seus consoles. Os lançamentos dos portáteis da marca foram um fiasco, comparados ao sucesso dos consoles de mesa.  

    Para os que desejavam levar os jogos para todos lugares, o PSP surgiu como um sonho quando foi anunciado pela empresa em 2004. E virou realidade em 12 de dezembro daquele ano, quando a Sony colocou no mercado o PSP 1000 (ou FAT). 

    Essa primeira experiência no universo dos portáteis da Sony recebeu uma revisão técnica três anos depois, com o lançamento em 2007 do PSP 2000 (ou Slim). No ano seguinte, a empresa fez pequenos ajustes e o substituiu pelo PSP 3000. 

    Em 2009, com o PSP Go, a empresa japonesa removeu as mídias físicas de seu portátil e apostou em um recurso muito comum atualmente, mas pouco usual na época: os jogos comprados de forma digital e baixados no console. 

    O dispositivo, no entanto, acumulou diversas reclamações. Entre os pontos negativos mais listados pelos gamers, estava a qualidade da imagem abaixo do esperado, botões mal posicionados e, justamente, a retirada do drive UMD — a mídia em formato de disco óptico.  

    Com alta rejeição, o PSP Go foi descontinuado no começo de 2011. Somados todos os modelos, esses portáteis da Sony venderam cerca de 80 milhões de unidades — contra 150 milhões de unidades dos portáteis da Nintendo, a líder neste segmento. 

    A criadora do PlayStation, no entanto, ainda não havia desistido do mercado de portáteis e focou na construção de um novo dispositivo que tivesse um hardware poderoso e corrigisse as falhas das versões anteriores. 

    O resultado desse esforço foi o lançamento, em dezembro de 2011, do PlayStation Vita — o Brasil recebeu o aparelho oficialmente em março de 2012. No entanto, o preço elevado, a popularização de smartphones e tablets e a pouca variedade de jogos (além da demora para lançar outros) fizeram com que o portátil não decolasse como se esperava e se tornasse mais um fracasso. O Vita foi descontinuado em 2019 devido ao baixo índice de vendas.  

    Atualmente, o aparelho se tornou item de colecionadores, uma vez que pertence a um nicho bastante específico, como o de jogos indie — que são títulos independentes, produzidos com baixo orçamento, que se tornaram febre entre os jovens. 

    Outros fiascos da Sony foram os controles interativos PS Move e o PS TV — que nada mais era uma versão do Vita, que poderia ser ligado na TV e jogado em resolução mais alta. Mas o acessório era incompatível com diversos jogos do portátil, e foi descontinuado em 2015. 

    Já o PS Move está quase totalmente abandonado pela Sony. O acessório funciona como controle de movimento e foi lançado em 2010 para o PlayStation 3. Jogos famosos como Resident Evil Gold Edition e Heavy Rain ofereciam suporte ao periférico. 

    O Move foi uma tentativa de competir com o famoso Wii Remote, do Nintendo Wii. Apesar da alternativa da Sony ter bateria de longa duração, foram lançados poucos jogos com suporte ao acessório. Com o lançamento do PS4 e do PSVR, a empresa ampliou a compatibilidade do Move também para essas plataformas. 

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