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    Wegovy pode ser benéfico para insuficiência cardíaca, mostra estudo

    Aprovado para a obesidade, o medicamento também pode ser útil para o tratamento de pessoas com diabetes que têm problemas cardíacos

    Wegovy é um medicamento utilizado para o emagrecimento que mostrou, em estudos, trazer benefícios cardiovasculares
    Wegovy é um medicamento utilizado para o emagrecimento que mostrou, em estudos, trazer benefícios cardiovasculares Michael Siluk/UCG/Universal Images Group/GettyImages

    Jen Christensenda CNN

    O popular medicamento para perda de peso Wegovy pode oferecer benefícios para a saúde de pessoas que têm diabetes e um tipo comum de insuficiência cardíaca, além de ajudar a perder peso, de acordo com um novo estudo.

    A pesquisa, publicada no sábado (6) no New England Journal of Medicine, mostrou que o medicamento ajudou pessoas com diabetes tipo 2 que também tinham um dos tipos mais comuns de insuficiência cardíaca, relacionado à obesidade com fração de ejeção preservada. Essa condição ocorre quando o coração bombeia regularmente, mas é muito rígido para se encher corretamente.

    O tratamento atual envolve mudanças no estilo de vida e medicamentos cardíacos, mas não existem terapias especificamente aprovadas para tratar essa condição particular, e o número de pessoas afetadas por ela tem aumentado significativamente, segundo os autores do estudo.

    A insuficiência cardíaca relacionada à obesidade com fração de ejeção preservada pode limitar severamente a capacidade de uma pessoa participar das atividades da vida diária. Eles frequentemente se cansam facilmente, têm dificuldade para respirar, e a condição pode acarretar um alto risco de hospitalização, incapacidade e morte.

    Frequentemente, pessoas com diabetes tipo 2 que têm esse tipo de insuficiência cardíaca têm uma forma mais grave do que aquelas que não têm diabetes.

    Os pesquisadores que conduziram este estudo — financiado pelo fabricante do medicamento, Novo Nordisk — também publicaram um estudo no ano passado que descobriu que o Wegovy teve efeitos positivos significativos para a saúde de pessoas sem diabetes que tinham essa condição cardíaca. Mas como pessoas com diabetes podem responder de forma diferente à medicação, eles queriam saber se poderiam ver resultados semelhantes neste grupo adicional.

    Pessoas com uma forma mais grave de insuficiência cardíaca às vezes não respondem tão bem à medicação quanto aquelas com doença menos grave. Estudos sobre perda de peso também descobriram que pessoas com diabetes que tomaram Wegovy tendiam a perder peso, mas não tanto quanto aquelas que não tinham diabetes.

    A FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos, aprovou dois medicamentos injetáveis de semaglutida, que imitam o hormônio GLP-1 do corpo para ajudar na produção de insulina e sinalizar ao cérebro para reduzir o apetite.

    O Ozempic foi aprovado em 2017 para diabetes tipo 2, e Wegovy foi aprovado em 2021 para obesidade. Em março, a FDA também aprovou o Wegovy para reduzir o risco de morte cardiovascular, ataque cardíaco e derrame em adultos com doença cardiovascular e obesidade ou sobrepeso.

    A nova pesquisa pareceu oferecer mais uma prova de que os benefícios do Wegovy se estendem às pessoas com diabetes.

    Para este estudo, os pesquisadores atribuíram aleatoriamente 616 pessoas que tinham diabetes tipo 2 e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada a dois grupos. Os participantes vieram de 108 locais em 16 países da Ásia, Europa e América do Norte e do Sul, e todos tinham um índice de massa corporal de 30 ou mais. Um grupo recebeu Wegovy; o outro recebeu placebo.

    Os participantes que receberam Wegovy começaram com uma dose mais baixa e aumentaram para uma dose de 2,4 miligramas uma vez por semana. Os pesquisadores acompanharam ambos os grupos por um ano.

    As pessoas que receberam Wegovy tiveram resultados muito melhores, com maior perda de peso e maior redução nos sintomas relacionados à insuficiência cardíaca e nas limitações físicas em comparação com aqueles que receberam o placebo. Eles também fazer uma caminhada mais longa dentro de seis minutos e tiveram melhorias nos biomarcadores de inflamação e outros problemas.

    O grupo tratado com Wegovy teve menos eventos adversos como hospitalizações e visitas urgentes ao médico, embora o número de eventos tenha sido pequeno em ambos os grupos.

    Foram relatados 55 eventos adversos graves no grupo que tomou Wegovy e 88 no grupo do placebo. Seis pessoas morreram no grupo Wegovy durante o período do estudo, em comparação com 10 no outro grupo. Uma morte no grupo Wegovy e quatro no grupo do placebo estavam relacionadas a problemas cardiovasculares.

    Os resultados positivos consistentes deste ensaio e do que foi publicado no ano passado parecem sugerir que o Wegovy é um tratamento eficaz e seguro para uma ampla população de pessoas, incluindo aquelas com diabetes, segundo o co-autor do estudo, Mikhail Kosiborod, cardiologista e vice-presidente de pesquisa do Sistema de Saúde de St. Luke em Kansas City, Missouri, nos Estados Unidos.

    “Esse novo estudo bem conduzido sugere mais uma vez que subestimamos o impacto do excesso de peso no desenvolvimento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. Prevenir a obesidade continua sendo extremamente importante, mas tratamentos mais recentes que ajudam as pessoas que vivem com obesidade a perder quantidades decentes de peso poderiam ajudar a melhorar a vida de muitas pessoas que vivem com insuficiência cardíaca e muitas outras condições associadas à obesidade”, afirma Sattar.

    Kosiborod, que apresentou a pesquisa no sábado no American College of Cardiology em Atlanta, disse que acredita que o estudo também abre uma nova forma de tratar a insuficiência cardíaca ao tratar a obesidade.

    “A obesidade, é muito mais do que o peso. É uma condição cardiometabolica sistêmica que causa todo tipo de problemas, e tratar a obesidade envolve a perda de peso, mas significa muito mais do que isso”, diz. “Precisamos focar nisso, e acho que os padrões futuros de cuidado para esse tipo de insuficiência cardíaca irão melhorar, e sem dúvida em minha mente, vão incluir o manejo da obesidade.”

    Este conteúdo foi criado originalmente em Internacional.

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