Visão Responde: Infectologista explica possibilidade de reinfecção por Covid-19
“Ter tido Covid-19 não é um passaporte de segurança. Ainda não é hora de aglomerar”, disse Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp
Infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a médica Raquel Stucchi, explicou, em entrevista para a CNN nesta terça-feira (25), que para se investigar uma possível reinfecção pelo novo coronavírus é preciso analisar os exames do primeiro e do segundo diagnósticos.
“O exame a ser analisado é o do cotonete [RT-PCR]. É preciso ter as duas amostras do vírus para ser feita uma análise filogenética e, assim, comparar os genes para saber se são iguais ou não”, explicou. Caso os vírus sejam iguais, disse a infectologista, provavelmente é a mesma infecção que acabou se prolongando. Se forem diferentes, especialistas assumem que se trata de um diagnóstico de reinfecção.
No Brasil, segundo dados levantados pela CNN com as Secretarias de Saúde dos estados, cerca de 23 pessoas estão sendo investigadas por terem supostamente testado positivo para a Covid-19 duas vezes.
São Paulo, que é o estado com o maior número de casos e mortes pelo novo coronavírus no país, também é o que tem o maior número de casos investigados — dez no total. Na capital paulista, segundo o Hospital das Clínicas, sete pessoas procuraram a instituição alegando sintomas da doença após já terem testado positivo anteriormente.
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Ela explicou que a reativação acontece quando o paciente trata a doença, mas por algum motivo o vírus fica “guardado” no organismo por mais tempo e os sintomas aparecem novamente. Já a reinfecção ocorre quando um paciente que se curou da Covid-19 tem contato com um vírus diferente daquele que causou a primeira infecção e adoece novamente.
Diante das incertezas sobre a possibilidade de reinfecção, a recomendação é que quem já teve a doença mantenha os protocolos de segurança e higiene para evitar a transmissão do vírus. “Ter tido Covid-19 não é um passaporte de segurança. Ainda não é hora de aglomerar”, observou a infectologista.
(Edição: Leonardo Lellis)