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    Veja quais alimentos podem reduzir risco de doenças cardíacas e renais

    Nova pesquisa mostrou qual mudança na alimentação é benéfica, principalmente, para pessoas com hipertensão e em risco de doença renal crônica

    Madeline Holcombeda CNN

    Comer mais algumas maçãs (e floretes de brócolis, pepinos, bananas ou vagens) pode realmente melhorar a saúde — especialmente para pessoas com pressão alta e em risco de doenças cardíacas e renais, segundo uma nova pesquisa publicada nesta terça-feira (6), no periódico American Journal of Medicine.

    “Pacientes com pressão alta, os dois grandes problemas que eles enfrentam são doenças cardíacas e renais,” afirma o principal pesquisador do estudo, Donald Wesson, professor do departamento de medicina interna da Dell Medical School na Universidade do Texas em Austin.

    “O estudo testou se reduzir a quantidade de ácido na nossa dieta diminui as complicações relacionadas a doenças cardíacas e renais decorrentes da pressão alta”, completou.

    Produtos de origem animal — especialmente carne — tendem a produzir ácido, enquanto frutas e vegetais produzem bases quando consumidos, explica Wesson.

    Para explorar como as plantas poderiam ajudar, os pesquisadores realizaram um ensaio clínico randomizado com 153 pessoas com hipertensão e alto risco de progressão da doença renal crônica.

    Os participantes foram divididos em três grupos: um que adicionou de 2 a 4 xícaras de frutas e vegetais à sua dieta, outro que adicionou duas doses diárias (de quatro ou cinco comprimidos de 650 miligramas) de bicarbonato de sódio, e um que continuou com os cuidados médicos padrão. O bicarbonato de sódio reduz o ácido, segundo o estudo.

    Após cinco anos de pesquisa, os cientistas descobriram que tanto a dieta rica em plantas quanto o bicarbonato de sódio promoveram a saúde dos rins, mas apenas as frutas e vegetais também melhoraram a saúde do coração, segundo Wesson.

    “Nosso conclusão foi que dietas ricas em frutas e vegetais devem ser uma parte fundamental do manejo de pacientes com pressão alta ou hipertensão,” afirma o pesquisador.

    O estudo é apenas o mais recente em um crescente campo de pesquisas sobre os benefícios para a saúde de dietas ricas em plantas, conforme explica Marion Nestle, professora emérita Paulette Goddard de Nutrição, Estudos Alimentares e Saúde Pública na Universidade de Nova York. Ela não participou da pesquisa.

    “Nós sabemos disso há muito tempo, mas é bom ter menos doenças renais somadas aos benefícios,” afirma a especialista.

    Básico e ácido

    Por que evitar o ácido? O foco dos estudos laboratoriais de Wesson é a forma como os rins removem o ácido do sangue e o descartam através da urina.

    Anos atrás, sua equipe mostrou que uma dieta que produz ácido era prejudicial aos rins dos animais e que uma dieta que produz bases era saudável para os rins. Pesquisas posteriores encontraram resultados semelhantes em humanos.

    O problema é que a maioria dos americanos consome muito mais carne e produtos de origem animal — que produzem ácido — do que frutas e vegetais básicos, segundo Wesson.

    “A verdadeira questão daqui para frente não é se frutas e vegetais funcionam em pacientes com pressão alta,” afirma o pesquisador. “A questão é como fazer para que a maioria dos pacientes com pressão alta possa adotar e manter essas dietas.”

    Como consumir mais frutas e vegetais

    Mesmo que você não tenha pressão alta, quanto mais frutas e vegetais você consumir, melhor, segundo Wesson.

    A Associação Americana do Coração recomenda o consumo de quatro a cinco porções de frutas e vegetais por dia — o equivalente a cinco a oito floretes de brócolis, uma banana, 1 xícara de verduras cruas ou quatro morangos grandes.

    Particularmente útil para a saúde do coração é a dieta DASH, que significa Abordagens Dietéticas para Parar a Hipertensão (Dietary Approaches to Stop Hypertension, em inglês).

    O plano de refeições DASH inclui de quatro a seis porções de vegetais e outras quatro a seis porções de frutas; três porções de produtos integrais; duas a quatro porções de laticínios sem gordura ou com baixo teor de gordura; e várias porções diárias de carnes magras, nozes, sementes e leguminosas.

    Embora mudanças nutricionais possam ser muito úteis para os resultados de saúde, elas raramente são priorizadas pelas pessoas, na visão de Wesson.

    “Em nossa sociedade, onde há disponibilidade limitada ou pouca atratividade para frutas e vegetais na nossa dieta, tem sido historicamente muito difícil para os pacientes seguirem essas dietas,” afirma.

    Para abordar a falta de atratividade, o cardiologista Andrew Freeman recomenda experimentar novas formas de se alimentar. Ele não esteve envolvido no estudo.

    Quando as frutas estão na estação, elas podem ser incrivelmente doces e deliciosas. Adicionar temperos e molhos — especialmente aqueles que se conectam com sua herança cultural — pode ser uma forma divertida de acrescentar sabores agradáveis aos vegetais, conforme orienta Freeman, diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar no National Jewish Health em Denver.

    “Há um movimento crescente no mundo culinário com chefs e cozinheiros dando mais ênfase a tornar os vegetais ‘deliciosos sem desculpas'” afirma Christopher Gardner, professor de pesquisa em medicina no Stanford Prevention Research Center, na Califórnia, em um e-mail. Gardner, que dirige o grupo de pesquisa em nutrição do centro, não participou da pesquisa.

    “Em vez de apenas vegetais crus ou cozidos no vapor, existem muitas maneiras simples de prepará-los que podem torná-los cada vez mais agradáveis de consumir”, completa.

    Gerenciamento de doenças crônicas com nutrição

    No entanto, às vezes, as comunidades têm acesso limitado a produtos frescos, segundo Wesson. Por isso, a intervenção medicamentosa ainda é uma parte importante do gerenciamento da pressão alta, doenças renais e cardíacas, acrescenta o especialista.

    O estudo mostra que os sistemas de saúde devem redobrar os esforços para incluir a nutrição no gerenciamento dessas condições. “Uma dieta predominantemente, mas não necessariamente exclusivamente, baseada em plantas está demonstradamente associada à boa saúde geral, à redução da prevalência de doenças crônicas — inclusive a doença renal — e à mortalidade prematura,” afirma Nestle.

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