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    Veja alguns cuidados com namoro no ambiente de trabalho

    Compreender os limites em cada área da vida e dividir bem cada uma delas pode ser um caminho para evitar desgastes

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    Passamos grande parte do dia no local de trabalho. Para muitos, o ambiente acaba sendo uma das principais fontes de socialização.

    Nesse contexto, a troca de experiências, afinidades e até mesmo confidências podem favorecer o desenvolvimento de amizades ou algo a mais.

    Profissões que contam com turnos de plantão ou horários incomuns contribuem ainda mais para o relacionamento entre pessoas do trabalho. É o caso de médicos, enfermeiros, jornalistas, pilotos de avião e comissários de bordo, por exemplo.

    No entanto, antes de dar um passo mais decisivo sobre entrar ou não em um relacionamento sério com alguém do trabalho são considerados diversos fatores: como fica quando brigarmos? O que acontece diante de um término? E se rolar uma traição?

    “Considerando-se a inevitabilidade de que namoros no ambiente de trabalho ocorram, é fundamental que, tanto por parte da empresa, quanto por parte dos profissionais envolvidos, comunicação e comportamentos sejam adequados”, afirma Miriam Rodrigues, superintendente do Centro de Educação à Distância e docente na Universidade Presbiteriana Mackenzie nas áreas de Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional.

    “No caso da empresa, as orientações ou normas, se existirem, deve sempre ocorrer de maneira clara e respeitosa. Já por parte dos profissionais envolvidos, espera-se que as normas sejam respeitadas”, completa.

    A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, fala sobre a importância de se compreender os limites em cada área da vida e dividir bem cada uma delas.

    “O ambiente de trabalho, nem sempre suporta uma relação de namoro por exemplo, quando foge das ‘regras’. O importante é que os dois sejam maduros, saibam separar o que é profissional e o que não é, e quando acontecer atritos pessoais, que isso não atrapalhe os resultados na empresa”, afirma Luana.

    A especialista afirma que conversas francas podem ser a solução para ajustes de necessidades pessoais.

    “Dependendo de como tudo aconteceu, o ideal é que ao iniciar, o casal comunique ao seu gestor ou ao setor de recursos humanos da empresa, para que compreendam melhor as políticas desse quesito na empresa onde estão trabalhando”, orienta.

    As empresas não podem proibir o relacionamento amoroso entre funcionários. No entanto, pode ser solicitado aos empregados que mantenham a discrição.

    “A empresa pode pedir discrição para os funcionários e que evitem beijos, abraços, demonstrações de carinhos mais explícitas, além claro, de relação sexual ou brigas durante o expediente”, afirma a psicóloga.

    “Em todos os casos, entendemos que é fundamental a discrição e o absoluto foco no profissional, considerando-se os horários e ambientes que circunscrevem a atuação voltada ao trabalho. Neste sentido, chamamos atenção para algo que vá além do ‘bom senso’, já que bom senso pode ser algo discutível”, completa Miriam.

    As regras e comportamentos considerados inadequados no ambiente de trabalho podem constar de regimentos internos da empresa. Embora não seja permitido demitir um funcionário por estar em um relacionamento, o excesso e a conduta inadequada podem levar à demissão por justa causa.

    “A empresa pode alegar a chamada incontinência de conduta, prevista na legislação trabalhista, que significa tomar atitudes exageradas que não condizem com o ambiente de trabalho”, afirma Luana.

    Cultura institucional pode impactar no relacionamento entre funcionários / Luis Alvarez/Getty Images

    Cultura institucional

    O professor de psicanálise e psicólogo Ronaldo Coelho recomenda, antes de tudo, a reflexão sobre o ambiente de trabalho em que o casal está inserido. Variáveis como o estilo da empresa, as relações específicas de trabalho dos envolvidos e a cultura da organização podem influenciar nesse cenário.

    “A cultura institucional vai pesar muito. Junto com a cultura, também vai pesar muito entender a relação de trabalho entre os parceiros, a hierarquia, as possibilidades e problemas que a relação de poder pode implicar, quais dimensões práticas do cotidiano podem interferir na relação e, pela outra via, no cotidiano do trabalho”, pontua.

    Por fim, também é necessário saber com quem se relaciona e quem se é quando se relaciona com aquela pessoa, afirma Coelho.

    “Isso porque algumas combinações simplesmente não dão certo, e nós sabemos disso. Outras são bem possíveis em muitas configurações possíveis. Então, todos esses elementos deveriam ser considerados para uma análise fina, caso a caso, para poder orientar com mais precisão quais seriam os cuidados a serem tomados”, conclui.

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